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A tabelinha de cinema e música

Por PATRICIA em 08/08/2021 às 00:24:53

A música é um aspecto importante nos filmes desde o cinema mudo, trazendo emoção e se incorporando de forma positiva à experiência cinematográfica. Contudo, em um passado recente, o caminho inverso também tem sido explorado. Os filmes estão servindo de inspiração para álbuns e músicas. Estreias estão agora atreladas a lançamentos de grandes artistas, movimentando de forma mais completa o mercado da arte.

Filmes, principalmente quando são potenciais sucessos de bilheteria, têm investido em uma trilha sonora adicional, que não necessariamente será adicionada na produção, mas tem como base o próprio longa para ser composta. Um novo produto, distinto porém relacionado, algo com as características do filme, mas independente.

Algumas obras se destacam como criadoras dessa tendência recente, a principal, talvez, seja Esquadrão suicida. O longa de David Ayer usou de lançamentos de músicas como parte da promoção. Com grandes artistas fazendo composições originais para o longa, clipes e junto do filme um álbum chamado Suicide squad: The album. A tática deu certo para ambos os lados. O filme, não só por isso, mas com a ajuda das músicas, foi um sucesso de bilheteria, conquistando mais de US$ 750 milhões de dólares no mundo todo. As canções atingiram grandes números de reproduções, com ênfase para Heathens, da banda Twenty-One Pilots, que chegou a ocupar o segundo lugar das paradas norte-americanas e tem mais de 1 bilhão de plays no Spotify.

Músicas originais e trilhas sonoras são lançadas à parte dos filmes desde a época do vinil, ambas concorrem tanto a prêmios de cinema, como Oscar e Globo de Ouro, como a prêmios de música, como o Grammy. Com a inovação popularizada pelo Esquadrão suicida, músicas pensadas a partir dos filmes passam a não ter relação muito distante com o longa que as inspirou e concorrem separadamente ao Grammy, por exemplo.

Essa nova oportunidade abre espaço para grandes artistas trabalharem em longas de sucesso em um caminho de duas mãos, filmes popularizam o trabalho de músicos e eles ajudam a difundir novas estreias. Um dos principais casos de sucesso é o de Pantera negra. O filme conquistou o Oscar e o Grammy de Melhor Trilha Sonora, e graças ao trabalho de Kendrick Lamar em Black Panther: The album, ainda foi lembrado como Melhor Álbum no Grammy. A indicação não é para o filme Pantera negra, mas para um produto dele, ou seja, a produção permanece em evidência. E o disco alongou a turnê de Kendrick Lamar, que chegou a vir para o Brasil, no Lollapalooza em 2019, com uma tour de 2017, por conta das novas faixas inspiradas no filme de super-herói.

A tendência gerou até um filme derivado. A versão live-action de O rei leão rendeu uma forte movimentação na indústria fonográfica e cinematográfica internacional. O filme foi sucesso de bilheteria. Beyoncé, intérprete de Nala no longa, lançou The lion king: The gift, um disco que se baseia na mensagem da produção para falar sobre as heranças africanas em pessoas negras no mundo todo e a ancestralidade. Esse álbum, posteriormente, foi transformado em um filme, Black is king, elevando a inspiração para outro patamar. O Rei Leão foi base para toda uma produção cultural complexa que envolveu música e cinema de 2019 a 2020, alcançando premiações, alavancando a plataforma de streaming Disney + e ainda gerando um debate mais profundo sobre a mensagem do enredo, já conhecido desde a animação de 1994.

As situações bem-sucedidas abriram caminho para uma série de novos projetos, alguns repetindo os grandes números, outros passando em branco. Homem-Aranha no Aranhaverso e, mais recentemente, Space Jam: Um novo legado foram bem nas salas de cinema e nos serviços de streaming. Outras produções, como Aves de rapina e Creed 2, não conseguiram o mesmo sucesso dos cinemas na música.

Esta semana, a música continua com o segundo longa do Esquadrão suicida, que estreou na última quinta e tenta repetir não só a bilheteria, mas também o sucesso musical de seu antecessor. O importante é que a tendência chegou para ficar e, provavelmente, estará presente em longas como Pantera negra: Wakanda forever e novas produções DC e Disney.

Fonte: Correio Braziliense

Tags:   Audiovisual
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