Ana também destaca a identificação com os monitores e como o fato deles também terem passado por um momento como o dela a ajudou a seguir com mais tranquilidade, contribuindo para sua aprovação.
“Felipe, monitor de matemática, e Elaine, minha monitora de física, foram pessoas essenciais prestando auxílio ao conversar sobre a vida, de entender os anseios que perpassam na nossa mente, dando dicas de como controlar o nervosismo e a ansiedade nesse momento que, como eu tinha dito anteriormente, é de suma importância para nós vestibulandos?”, acrescenta Ana.
Em gratidão ao projeto, Ana espera, no futuro, também poder ser uma das monitoras do Berá. A vontade é de não só retribuir a ajuda que recebeu, como fazer chegar a iniciativa a mais pessoas.
“Esse projeto que é tão bonito precisa chegar a outros vestibulandos que estão em situação complicada e que não podem pagar um cursinho. A gente sabe que educação não é algo assim tão democrático”, finaliza a estudante.
Troca com outras vivências
Felipe Barros, também graduando no curso de medicina da UFBA, começou no projeto dando monitorias de matemática e hoje também faz parte da administração.
Sua participação também lhe permite olhar para vivências de diferentes estudantes e estar em contato com outras realidades.
“O projeto, inicialmente, foi criado para ajudar outros alunos na pandemia, mas acabou extrapolando para uma questão de nivelamento de oportunidades mesmo. Como atendemos a maioria dos estudantes de escolas públicas e algumas da rede particular, nós temos a responsabilidade de lidar com diferentes realidades”, explica.
Veja o depoimento de Felipe Barros no Instagram do Projeto Berá:
Felipe também destaca que, por lidar com pessoas de diferentes contextos sociais, os monitores ampliam o olhar humanizado para o outro, habilidade tão importante para a medicina.
As aulas do Berá, para o discente, são também uma forma de retribuir e contribuir para a sociedade com as conquistas que tiveram. Muitos monitores puderam ter uma melhor assistência nos estudos. Então, a iniciativa visa compartilhar o conhecimento.
“Acho que é o mais gratificante. Eu e muitos outros monitores do projeto tivemos várias oportunidades. Fizemos cursinho, estudamos em escolas particulares de qualidade e eu percebo que há assuntos que não são dados em alguns colégios públicos, além das estruturas serem mais precárias, como os estudantes relatam. Na pandemia, muitos ficaram sem aula. É realmente muito legal fazer parte desse projeto que contribui para o nosso crescimento enquanto pessoas e profissionais no futuro”.
Sensibilidade e empatia são as palavras que vem à mente da estudante Carol Paraíso ao falar do retorno que o projeto traz para a sua vida. “Essa vivência amplia nosso olhar e cuidado para com o outro, a nossa escuta e o conhecimento de outras realidades. A gente pensa e enxerga as coisas de outra forma”, finaliza a estudante.
Com informações de Roberto Paim / Agência Educa Mais Brasil