A parada é um dos maiores eventos de São Paulo. Nunes afirmou, durante a Marcha para Jesus, na quinta (30), que se ausentaria da parada, por mais um ano, para comparecer a um retorno médico de exames de endoscopia e colonoscopia neste domingo. Ele foi representado no evento por Léo Aquila e a secretária Soninha Francine. Guilherme Boulos (PSOL), Tabata Amaral (PSB), ÉRika Hilton (PSOL) e o ministro Silvio Almeida participam da 28ª Parada LGBT+ em São Paulo.
Montagem/g1/Acervo Pessoal
Políticos e pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo marcaram presença na 28ª Parada do Orgulho LGBT+, neste domingo (2), na Avenida Paulista.
Entre os que compareceram ao evento estão os pré-candidatos Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, e a deputada federal Érika Hilton (PSOL).
No evento, Boulos e Tabata criticaram a ausência do prefeito Ricardo Nunes (MDB) no evento.
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O prefeito que tem os planos de reeleição em São Paulo apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi à Marcha para Jesus, organizada por igrejas evangélicas, na quinta-feira (30), mas não compareceu ao evento da comunidade LGBT+ na Avenida Paulista.
Segundo a deputada Tabata Amaral, a ausência do prefeito no maior evento público da cidade é mais um erro da gestão do MDB na capital paulista.
"Existe uma tentativa no Brasil como um todo e aqui em São Paulo, da gente querer dizer que só alguns partidos podem levantar algumas causas. (...) Isso é um tiro no pé. É um erro. Nós precisamos que essas causas sejam da esquerda à direita. Erra ainda mais o prefeito de São Paulo que simplesmente não vem no maior evento da cidade. Esse é um evento que traz só de tributo quase R$ 100 milhões. Se a gente olha para os números do ano passado, R$ 95 milhões", declarou.
"Esse é um evento que mais traz gente de fora do Brasil. É gigante, pra gente se encher de orgulho. E a ausência do prefeito - se não me engano, só ele e o Doria, de toda a história recente – ela está sendo sentida. Mas não tem problema. A gente está aqui pra dizer para um lado e para o outro, que tem coisas que são maiores que questões partidárias e que devem ser celebradas em união", afirmou a pré-candidata do PSB.
Para Guilherme Boulos (PSOL), Nunes não foi ao evento da comunidade LGBT+ porque "comunga dos valores bolsonaristas", que são contra a diversidade e a tolerância, segundo o deputado federal.
"Acho que tem que falar porque ele [Ricardo Nunes] não veio é ele mesmo. Acho natural que um candidato apoiado pelo Bolsonaro e comunga valores bolsonaristas não venha a um evento que celebra a diversidade, enfrenta o preconceito e a intolerância. Parece que ele partilha desse preconceito e intolerância", declarou Boulos.
O que diz o prefeito
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) e a primeira-dama, Regina Carnovale Nunes, acompanham a Marcha para Jesus na Praça Heróis da FEB, na Zona Norte de São Paulo
Fábio Tito/g1
Na quinta-feira (30), Nunes havia afirmado durante a Marcha para Jesus que se ausentaria mais um ano do evento em virtude de um retorno médico de exames de endoscopia e colonoscopia, marcado em pleno domingo.
"Não vou poder ir à Parada porque vou fazer o retorno de um exame de endoscopia e colonoscopia que fiz, mas forneci toda a infraestrutura necessária e estou fazendo a maior política pública para os LGBTs. (...) As políticas públicas são feitas e irá me representar a minha coordenadora Léo Aquila e a secretária de Direitos Humanos, Soninha Francine. Eu tenho uma boa realização com a comunidade, mas realmente só tenho o domingo para fazer o meu retorno", afirmou Nunes.
No discurso que fez no evento, a coordenadora de Políticas para LGBTI+ da Prefeitura de SP, Léo Áquila, disse que a comunidade quer ter representatividade em todas as instâncias do Poder Público.
"Nós já chutamos a porta do armário. Agora é luta ou luto. Queremos travesti na Câmara, na Prefeitura e na presidência", declarou.
Leo Áquila discursa em nome do prefeito Ricardo Nunes (MDB) durante a 28ª Parada LGBT+ de São Paulo, na Avenida Paulista.
Reprodução/Instagram
A deputada federal Érika Hilton (PSOL), que também é uma mulher travesti, afirmou que o público LGBT+ ajudou a construir a democracia brasileira e não vai abrir mão dos seus direitos políticos.
"Orgulho de ver vocês com a nossa bandeira, o nosso Brasil é nosso. Estamos mandando um recado para essa gente cafona, feia, que as LGBTQI+ construíram a democracia brasileira. Nós somos cidadãos e merecemos a cidadania, não abriremos mão da nossa. Marcharemos essa tarde retomando a nossa bandeira brasileira. lembrando que o Brasil é o número um que nos mata, mas nós estamos aqui. O Brasil é preto, é LGBT, é indígena, é travesti, esse é o verdadeiro Brasil, nós somos o Brasil de verdade", declarou.
Ministro dos Direitos Humanos
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, discurso no caminhão oficial da 28ª Parada LGBT+, em São Paulo.
Cristiane Agostine/Valor
O ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, também participou da abertura oficial da Parada LGBT+ e afirmou que o Brasil não será democrático enquanto todas as pessoas não forem respeitadas e tratadas com dignidade, independentemente de quem elas sejam.
"Eu não quero que nenhuma mãe, nenhum pai, tenha que chorar a morte do seu filho. Eu quero que todas mães e pais possam saber que seus filhos, independentemente de quem eles sejam, e de como eles quiserem amar, vão voltar para casa vivos, de forma digna, e vão ser respeitados", disse.
"A Parada LGBT é um momento para ressaltar e realçar a unidade nacional, que todos os brasileiros e brasileiras têm que ser respeitados", completou.