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Ataques entre Hezbollah e Israel desalojaram 150 mil pessoas

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Por PATRICIA em 06/04/2024 às 21:05:26

Os ataques israelenses ao sul do Líbano já mataram 270 militantes do Hezbolllah e cerca de 50 civis, segundo a agência de notícias Reuters. Ataques entre Hezbollah e Israel desalojaram 150 mil pessoas

Reprodução/TV Globo

Em uma outra frente do conflito, na fronteira entre o norte de Israel e o sul do Líbano, os combates entre o exército israelense e o grupo extremista Hezbollah já tiraram milhares de pessoas de casa.

Dos dois lados da fronteira, cidades fantasma. Desde o início da guerra em Gaza, os ataques entre Hezbollah e Israel desalojaram 150 mil pessoas de vilas israelenses e libanesas.

Do lado libanês, 90 mil tiveram que deixar suas casas. Do lado de Israel, foram 60 mil.

A cidade israelense de Metula é um alvo frequente de foguetes do Hezbollah e, agora, está com ruas vazias e cheia de destroços.

Uma casa de Metula foi atingida por um foguete logo no início de janeiro. A família que morava lá já havia saído da cidade, então, não houve vítimas. Mas o lar ficou completamente destruído. O segundo andar está cheio de destroços. Uma das janelas dá direto para paisagem libanesa.

Outras vilas ao longo da fronteira também foram abandonadas. O chefe de segurança da cidade de Kyriat Shmona diz que, antes da guerra em Gaza, não acreditava que as ameaças do Hezbollah fossem se concretizar. Mas a invasão do Hamas a Israel no dia 7 de outubro, que analistas acreditam ter sido inspirada num plano de uma unidade do Hezbollah, mudou sua visão.

"Precisamos eliminar a ameaça", diz Ariel Frisch, chefe de segurança de Kyriat Shmona. "Não temos outra escolha."

O cento da cidade de Kyriat Shmona, que também fica perto da fronteira com o Líbano. Não tem ninguém ali. Um silêncio completo que só é quebrado pelos sons da guerra.

Desde a guerra de 2006, Israel e Hezbollah trocam ataques ocasionais. Com a atual guerra em Gaza, os ataques se intensificaram.

Sarit Zahavi, do Centro de Pesquisas Osraelense Alma, acredita que o Hezbollah queira arrastar Israel para a guerra.

Nicholas Blanford, consultor da organização americana Atlantic Council, mora na capital libanesa, Beirute. Ele explica que o Hezbollah tem o poder de ditar a paz ou a guerra no país, mas que nem o grupo, nem o governo querem guerra.

"O Hezbollah não deveria estar presente no sul do rio Litan. Lá só deveriam estar as forças da ONU, mas não é isso que acontece. Eles estão fortemente armados lá. Da mesma forma, os israelenses estão ocupando parte de uma vila que fica do lado libanês do território desde 2006, e todos os dias sobrevoam o espaço aéreo libanês com jatos e drones", afirma Blanford.

O pesquisador afirma que a popularidade dos militantes do Hezbollah ainda é forte, mas pode cair à medida que mais libaneses forem vendo suas casas destruídas e vidas interrompidas.

A brasileira Inez Gomes vive numa cidade que já foi atacada duas vezes, mas fora de onde o conflito está concentrado. Ela ouve ataques com frequência.

"Nosso dia a dia aqui, no sul do Líbano, é viver um dia de cada vez. O Hezbollah está em todo o sul do Líbano, e ele está sendo alvo de ataques cirúrgicos, então você, por exemplo, está na rua e não sabe quem é o alvo que tá na frente do seu carro. Ou atrás de você. E se você está andando, não sabe qual a hierarquia que aquela pessoa que tá do seu lado tem na organização. Isso tudo deixa a gente muito tenso. Todo bombardeio que é feito de avião se escuta perfeitamente. Tem hora que você fica em estado de pânico total", conta a brasileira.

Os ataques israelenses ao sul do Líbano já mataram 270 militantes do Hezbolllah e cerca de 50 civis, segundo a agência de notícias Reuters.

O alvo é uma área, onde, segundo a resolução da ONU, o Hezbollah não deveria estar mais. É uma zona rural, com plantações de tabaco, oliveiras e frutas cítricas.

Do lado de Israel, o Hezbollah já matou dez soldados e sete civis israelenses.

Os Estados Unidos têm demonstrado preocupação com a possibilidade de Israel iniciar uma guerra maior contra o Hezbollah, que poderia arrastar todo o Oriente Médio para o conflito. Enviados do presidente americano já visitaram Beirute e Tel Aviv para conversar com os envolvidos.

O governo do Líbano, que não toma decisões pelo Hezbollah, já disse que não quer uma guerra.

O Hezbollah afirma que vai manter os ataques enquanto a guerra em Gaza contra o Hamas continuar.

E Israel já abriu a possibilidade de uma guerra maior.

Fonte: G1

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