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Morre o escritor Rubens Lucchetti, 'mestre do horror', aos 94 anos

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Por PATRICIA em 05/04/2024 às 17:57:22

Referência no estilo pulp fiction, Lucchetti trabalhou com José Mojica Marins para dar vida ao personagem Zé do Caixão. Ele estava hospitalizado em Ribeirão Preto com um quadro grave de insuficiência respiratória. Rubens F. Lucchetti ficou conhecido como o 'mestre do horror' no Brasil

Amanda Pioli/G1

Morreu nesta quinta-feira (4) em Ribeirão Preto (SP) o escritor Rubens Francisco Lucchetti, considerado o 'mestre do horror' no Brasil. Ele tinha 94 anos e estava internado em um hospital particular para tratar um quadro grave de insuficiência respiratória.

Referência no estilo pulp fiction, Lucchetti dedicou 80 anos de vida a contos de terror ou eróticos e a textos fictícios de investigações policiais. Ele ganhou notoriedade nos anos 1960 graças à parceria com o cineasta José Mojica Marins, famoso no papel do personagem Zé do Caixão.

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Junto com Mojica, que morreu em 2020, foram pelo menos 15 filmes produzidos, entre eles os sucessos 'O Estranho Mundo do Zé do Caixão' (1967), 'Ritual dos Sádicos' (1969) e 'Inferno Carnal' (1976).

"O horror nasceu comigo, está no DNA. Eu não sei explicar porque escolhi o horror, que escrevo aliado ao suspense. É o que eu sei fazer. Eu adoro essa fantasia e, no fundo, é o que a gente cresce ouvindo. O que são os contos de fada? São histórias de terror em que a gente se apaixona pelas bruxas. E foi essa perspectiva que foi me moldando", disse ao g1, em outubro de 2014, em uma entrevista.

Atualmente, Lucchetti morava em Jardinópolis (SP) com o único filho, Marco Aurélio.

Vida e obra

Lucchetti nasceu em Santa Rita do Passa Quatro (SP), em janeiro de 1930, mas se mudou com a família para São Paulo (SP), onde deu os primeiros passos na literatura. Aos 12 anos, conseguiu emplacar o primeiro texto da vida, chamado "A Última Testemunha", em um jornalzinho de bairro.

Ele cresceu lendo as histórias policiais mais famosas entre as décadas de 1940 e 1960, inspiradas na literatura de Arthur Conan Doyle, criador do detetive Sherlock Holmes, e Agatha Christie, em 'Assassinato no Expresso Oriente' e 'Convite Para Um Homicídio'.

Lucchetti à máquina de escrever para criar mais um texto

Amanda Pioli/G1

Por volta de 1945, o escritor conseguiu que seus textos fossem lidos em um conhecido programa radiofônico, conduzido por Octavio Gabus Mendes. As produções chamaram tanto a atenção do apresentador pela originalidade, que, na época, ele teria afirmado que o jovem escritor "tinha uma imaginação muito fértil e que poderia ser aproveitado na televisão", aparelho ainda inédito no Brasil.

Mais tarde, de volta a Ribeirão Preto, continuou produzindo. Em 2014, o escritor disse ao g1 que sua obra já somava 1.547 títulos publicados, 300 quadrinhos assinados, mais de 25 roteiros de filmes, três programas de televisão e centenas de artigos divulgados em revistas e jornais e produções para rádio.

Vampiros, fantasmas, zumbis, assassinos e policiais povoam títulos como 'Noite Diabólica' (1963), 'Os Vampiros Não Fazem Sexo' (1974) e 'O Fantasma de Tio William' (1992).

Em 2014, o escritor foi indicado na categoria ilustração ao Prêmio Jabuti, pelo livro ilustrado 'Fantasmagorias', do qual foi roteirista.

Parte da obra do mestre do horror chegou às livrarias assinada com pseudônimos como Vincent Lugosi, Brian Stockler e Myléne Damarest, para atrair público.

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Fonte: G1

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