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Série do Correio apresenta as mentes da UnB que brilham no cenário mundial

A Universidade de Brasília vem colocando a capital do Brasil junto às potências mundiais na produção conhecimento científico.

Por PATRICIA em 31/10/2023 às 06:53:27

  • Cesar Grisolia Cesar Grisolia Paulo Negreiros
  • Brenno Neto do Departamento de química da UnB Brenno Neto do Departamento de química da UnB Arquivo pessoal
  • José Alexander Araújo atua no departamento de Engenharia Mecânica (ENM) José Alexander Araújo atua no departamento de Engenharia Mecânica (ENM) Arquivo pessoal
  • Taís Gratieri, 40, do departamento de Farmácia da UnB (FAR) Taís Gratieri, 40, do departamento de Farmácia da UnB (FAR) Arquivo pessoal
  • Ennio Palmeira do departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC) Ennio Palmeira do departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC) Arquivo pessoal
  • A lista das mentes brilhantes de 2023 foi elaborada pela Universidade de Stanford e pelo repositório de dados Elsevier. José Alexander Araújo, 52 anos, é um dos citados. Ele atua no departamento de Engenharia Mecânica (ENM) e começou a carreira acadêmica em 1994, quando se formou em engenharia mecânica pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Em 1996, fez mestrado pela UnB e, em 2000, doutorado na Engineering Sciences na Universidade de Oxford na Inglaterra. Ao retornar ao Brasil passou no concurso de docente da UnB, onde atua como pesquisador.

    Para Alex, ter o nome em uma lista como essa mostra que o trabalho de pesquisa desenvolvido tem um padrão internacional. "Isso mostra que entregamos pesquisas de alto nível, mas vale lembrar que eu tenho todo um coletivo por trás, temos alunos brilhantes, técnicos dedicados e professores parceiros, que fazem trabalho de excelência. Eu lidero apenas o processo, mas com muitas pessoas de dedicadas por trás" ressalta.

    Alex destaca a pesquisa que desenvolve sobre durabilidade de conexões entre pás e discos em motores a jato de aeronaves. "Tem sido muito motivadora e desafiadora, pois envolve a participação de grandes empresas internacionais e parcerias com universidades de grande prestígio, como a Universitè Paris-Saclay. Esse tipo de ação nos traz todos os ingredientes que buscamos em um trabalho acadêmico-científico de excelente nível: formação de doutores, mestres e engenheiros, captação de recursos internacionais, solução de problemas reais de indústrias high-tech, internacionalização e publicações em revistas de alto impacto" disse Alex.

    O nome de Taís Gratieri, 40, do departamento de Farmácia (FAR) da UnB também aparece na lista. Ela teve interesse pela vida acadêmica ainda no início da graduação em Farmácia, em 2001, na Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, quando entrou como estagiária em um projeto de iniciação cientifica. Em seguida, foi direto para o doutorado em ciências farmacêuticas, também na USP, passando um ano na Alemanha. Ela entrou como docente da UnB em 2012.

    Gratieri se sente muito satisfeita em ver seu nome na lista. "Essa lista é muito importante para mostrar que nossa instituição é capaz de fazer pesquisas que concorrem com as grandes potências mundiais. Não é um mérito solitário, nosso grupo envolve diversas pessoas, principalmente os alunos. Isso mostra que a UnB vem cumprindo seus objetivos de formação de pessoal, e que no futuro teremos excelentes pesquisadores que vão responder os problemas da sociedade", projeta.

    Taís espera que, como mãe, mulher e cientista consiga incentivar outras meninas e mulheres da capital. A docente destaca a pesquisa de análise de eficácia e desempenho de medicamentos alternativos sem o uso de animais. "Estou gostando muito de fazer essas análises in vitro sem a necessidade de animais", conta.

    Trajetória de sucesso

    Ennio Palmeira, 70, do departamento de Engenharia Civil e Ambiental (ENC), começou a lecionar ainda na adolescência, quando dava aulas particulares de matemática. Em seguida, graduou-se pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973. Fez mestrado em Engenharia Civil pela UFRJ, em 1978, e doutorado na Universidade de Oxford, em 1983. Quando retornou ao Brasil, em 1987, ingressou na UnB.

    Ennio se sente contente em saber do alcance da pesquisa que faz. "É muito satisfatório saber que estamos influenciando os jovens e isso é o reconhecimento de muito trabalho e pesquisa. Mas é um trabalho coletivo da UnB e um conjunto de pessoas que levam esse tipo de resultado", conta. "Eu gosto de tudo que eu fiz, mas a que mais tenha um significado especial e um valor sentimental é a pesquisa de filtros geotêxteis", destaca.

    Cesar Grisolia, 65, do departamento de Genética e Morfologia (GEM) do Instituto de Ciências Biológicas da UnB, graduou-se em ciências biológicas na modalidade médica pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP), em 1981. Fez mestrado em genética pela USP, em 1985, e doutorado pela mesma universidade, em 1991. Fundou o laboratório de genética toxicológica da UnB, em 1989.

    Para ele, a lista das estrelas da ciência do mundo demonstra toda a dedicação de 40 anos dentro de um laboratório. "Eu me sinto muito realizado, não tem preço que pague esse reconhecimento internacional, eu tenho recebido mensagens de pesquisadores de diferentes países do mundo", revela. Entre todas as pesquisas que fez durante a carreira, César destaca a que tem um valor afetivo sobre óleos do extrato de pequi. "Estudei esse fruto de 1998 até 2008. Foram 20 anos pesquisando o pequi", ressalta.

    Brenno Neto, 40, do Instituto de Química (IQ) da UnB, conta que o interesse pela pesquisa foi despertado desde o primeiro semestre da faculdade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1995. Depois, ele fez mestrado, em 2003, e doutorado, em 2006, pela UFRGS. "Desde então, venho conduzindo e coordenando diversos projetos de pesquisa na área da química, muitos deles com aplicações relevantes nas áreas da medicina e da biologia", relata.

    Para ele, estar entre os cientistas mais influentes e importantes na área da química em todo o mundo é, sem dúvida, uma grande conquista. "Sinto-me imensamente feliz! Representa o reconhecimento do árduo trabalho, tempo e investimento dedicados à formação de profissionais altamente qualificados, especialmente em níveis de mestrado e de doutorado. É uma validação por parte dos colegas pesquisadores da comunidade global da química", relata o químico.

    Brenno conta que a pesquisa que marcou a sua carreira até hoje foi uma publicação, de 2015, na renomada revista internacional Accounts of Chemical Research. "Desde a inauguração desta revista até o presente, cerca de vinte trabalhos de pesquisadores brasileiros foram publicados nela. Essa publicação, em particular, representou o reconhecimento do pioneirismo e do impacto dos projetos relacionados a moléculas direcionadas para o estudo de processos em células, marcando uma contribuição distintiva no âmbito acadêmico com repercussões globais", conta.

    José Wadih,66, atualmente aposentado, atuou a vida inteira no Instituto de física (IF) da UnB com ênfase em gravitação e relatividade geral. Wadih formou-se em engenharia metalúrgica pela Universidade de São Paulo (USP) em 1979. Posteriormente, fez mestrado em física também na USP em 1981 e doutorado em Rochester em Nova York. Ao retornar ao Brasil, entrou na UnB como docente.

    Para Wadith, poder ler o nome em uma lista formulada pela Universidade de Stanford significa um grande reconhecimento. "Isso é consequência de um trabalho de excelência que desempenhei ao longo dos anos, e que eles não pautaram essa lista apenas pela produtividade, mas pela qualidade do trabalho", destaca.

    Wadith ressalta a pesquisa que fez sobre teoria da gravitação que leva ao teleparalelismo. "Foi na Universidade de Brasília (UnB) que escrevi esse trabalho, é ela que me proporcionou a liberdade de pesquisar nessa área. São trabalhos que têm relevância e que causam impactos, sou agradecido pela UnB", finaliza.

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    Fonte: Correio Braziliense

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