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Animação da Nasa coloca recorde de temperatura de setembro na 'espiral da crise do clima'

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Por PATRICIA em 17/10/2023 às 04:51:24

Espiral climática atualizada mostra as anomalias mensais da temperatura no mundo inteiro entre os anos 1880 e 2023. Animação da Nasa mostra aumento global da temperatura nos últimos meses

Setembro de 2023 foi o mês mais quente já registrado na história do nosso planeta. E uma animação divulgada recentemente pela Nasa, a agência espacial norte-americana, inclui o marco em uma sequência de imagens que traduz a crise do clima.

A espiral climática, como é chamada a representação gráfica, mostra as anomalias mensais da temperatura global entre os anos 1880 e 2023, numa visualização de linhas coloridas ao redor de três círculos que indicam o aumento ou a diminuição de 1ºC em relação ao ano de 1880.

Nela é possível ver que as cores vão ficando mais fortes nas últimas décadas, período em que o aquecimento global se acelera, se aproxima e passa, nos últimos anos, de 1ºC (em relação a 1880) e que, quando a espiral chega ao mês de setembro de 2023, o mais quente da história da Terra, a linha circular se distancia bastante da marca de 0ºC.

"Esse foi o mês com a maior anomalia de temperatura entre todos os meses desde que nós temos medição", diz Karina Bruno Lima, doutoranda em Climatologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

"Então, segundo a Nasa, ele registrou mais 1,47 ºC em relação ao período de referência de 1951 a 1980. E é por isso que no gráfico ele aparece fora já daquele círculo de um grau de anomalia, quase chegando a um grau e meio de anomalia de temperatura", explica.

A visualização é baseada no índice GISS Surface Temperature Analysis (GISTEMP v4), que compila dados de temperatura da superfície global (veja abaixo).

Espiral das mudanças climáticas

Na prática, a espiral é uma forma de mostrar a variação mensal da temperatura da Terra em relação à média antes da Revolução Industrial.

E nessa nova versão idealizada por Mark SubbaRao, líder do Estúdio de Visualização Científica da Nasa, o que chama a atenção são justamente os últimos meses de 2023, em especial setembro.

Isso porque, com julho e agosto também muito quentes, 2023 pode se tornar o ano mais quente já registrado (veja o gráfico abaixo com as temperaturas médias globais).

"O que é notável é que estes valores recorde estão acontecendo antes do pico do atual El Niño, enquanto em 2016 [o ano mais quente até então] os valores recorde anteriores aconteceram na primavera, após o pico", disse em um comunicado Gavin Schmidt, diretor do Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS), laboratório da Nasa responsável pelo projeto.

Originalmente, a representação gráfica, porém, foi projetada pelo cientista climático Ed Hawkins, do Centro Nacional de Ciências Atmosféricas da Universidade de Reading. Uma versão da espiral até foi divulgada na cerimônia de abertura das Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Visualização em listras

Listras do aquecimento global para o mundo de 1850-2018

Divulgação/Show Your Stripes

Hawkins também foi o responsável por traduzir em uma sequência de listras os dados sobre as temperaturas da Terra, modelo que ganhou uma popularidade imensa nos últimos anos, chegando a estampar calças, sandálias e até mesmo carros.

'Listras do aquecimento global' mostram como o mundo está cada vez mais quente

A visualização trás listras azuis que representam anos mais frios e vermelhas, os mais quentes. Cada listra representa a temperatura média de uma região durante um ano.

Em entrevista ao g1 em 2019, o pesquisador disse que a simplicidade do modelo é uma grande vantagem, pois essa é "uma boa forma de começar uma conversa" sobre as mudanças climáticas que acabam ficando perdidas em tabelas e gráficos complexos dos meteorologistas.

"Cientistas geralmente conversam com gráficos complicados. Esta foi a forma que encontrei de poder me comunicar com mais gente: usamos as cores para representar as mudanças, com o azul, para anos mais frios e vermelho para mais quente, assim não há dificuldade para entender", afirmou o especialista.

Entenda a crise do clima em gráficos e mapas

Fonte: G1

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