logo banner
Centro automotivo Eder

Caso Joaquim: Segundo dia de julgamento tem depoimentos de familiares dos réus

.

Por PATRICIA em 17/10/2023 às 03:51:28

Também fala aos jurados nesta terça-feira (17) a médica pediatra que chegou a atender Joaquim Ponte Marques quando ele ficou internado, um mês antes de morrer, em 2013. Previsão é de que trabalhos comecem às 10h. Caso Joaquim: júri será realizado dez anos depois do crime em Ribeirão Preto

Guilherme Medeiros/EPTV

Guilherme Longo e Natália Ponte são acusados da morte de Joaquim, de 3 anos, em novembro de 2013 em Ribeirão Preto, SP

Cedoc/EPTV

O segundo dia do julgamento de Guilherme Longo e Natália Ponte, acusados da morte de Joaquim Ponte Marques, está previsto para começar às 10h desta terça-feira (17), no Fórum de Ribeirão Preto (SP).

TEMPO REAL: Acompanhe, por aqui, a cobertura em tempo real do caso.

Vão depor familiares dos réus e a médica pediatra que tratou do menino quando ele esteve internado em um hospital da cidade, um mês antes de morrer. Todos eles são considerados testemunhas comuns.

Falam ao júri nesta terça-feira:

Dimas Longo, pai de Guilherme

Karina Raymo Longo, irmã de Guilherme

Alessandro Mingoni Ponte, irmão de Natália

Roseli Scarpa, pediatra que chegou a tratar de Joaquim quando ele esteve internado em setembro, ao ser diagnosticado com diabetes.

Quem preside o julgamento é o juiz José Roberto Bernardi Liberal, magistrado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo desde 1994. Por causa do sigilo determinado pela Justiça, o público e a imprensa não poderão acompanhar as sessões.

O acesso está restrito apenas a testemunhas e parte dos familiares da vítima e dos réus, de acordo com as seguintes especificações:

vítima (Joaquim): somente pai, avós maternos e paternos

réus (Longo e Natália): somente pais e avós

Para relembrar o caso e comentar fatos marcantes da investigação e do processo, o g1, em parceria com a rádio CBN Ribeirão, produziu um videocast. A entrevista com Daniel Pacheco, professor de direito criminal da USP, pode ser vista no vídeo abaixo.

Caso Joaquim 10 anos: videocast relembra processo sobre morte do menino em Ribeirão Preto

Primeiro dia de julgamento durou 7 horas

O primeiro dia de julgamento teve sete horas de duração e contou com depoimentos de seis testemunhas, todas elas de acusação, incluindo Artur Paes Marques, pai de Joaquim.

Falaram ao júri na segunda-feira (16):

Carlos Alberto de Túlio, investigador da Polícia Civil e primeira pessoa a ter contato com Natália e Guilherme no caso

Rui Augusto Hudari de Souza, médico endocrinologista que cuidava de Joaquim

João Augusto Brandão, policial militar que, à época do crime, registrou uma conversa do casal após o sumiço de Joaquim

Ataíde Andrade dos Santos, policial militar

Alexandre Ramos, bombeiro

Artur Paes Marques, que chegou a pedir por justiça para o filho na porta do Fórum

Já era por volta das 17h, quando os trabalhos foram suspensos na segunda-feira (16). Além do pai e do médico de Joaquim, foram ouvidas também as primeiras pessoas que estiveram na casa de Natália e Guilherme, no bairro Jardim Independência, para investigar o sumiço da criança.

Arthur Paes Marques, na chegada ao Fórum de Ribeirão Preto (SP)

Reprodução/EPTV

Entre quarta-feira (18) e sexta-feira (20) depõem ao júri 24 testemunhas de defesa dos dois réus. Os interrogatórios deles devem acontecer no sábado (21).

Acusações

Guilherme Longo, hoje com 38 anos, é acusado de homicídio triplamente qualificado, motivo fútil e meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.

Ele está preso na Penitenciária II, em Tremembé (SP), desde 2018, quando retornou ao Brasil extraditado pela Espanha. Em 2016, em liberdade provisória após passar três anos preso preventivamente, Longo fugiu para a Europa. A captura dele ocorreu em 2017 pela Interpol, por intermédio de uma reportagem investigativa do Fantástico, da TV Globo.

Por causa do processo de extradição, ele deixou de responder por ocultação de cadáver, graças a um acordo entre os dois países já que a Espanha não prevê o crime em seu código penal.

Guilherme Longo deixa Fórum de Ribeirão Preto, SP, após 1º dia de julgamento

Reprodução/EPTV

Natália Ponte, de 38 anos, também responde por homicídio triplamente qualificado, mas por omissão. Para a acusação, ela tinha capacidade de afastar o filho do convívio com o companheiro, que passou a apresentar comportamento agressivo.

Na época do crime, a psicóloga chegou a ser presa em dois momentos ao longo da investigação, mas obteve um habeas corpus e respondeu o processo inteiro em liberdade. Ela vive em São Joaquim da Barra (SP), com o filho de 10 anos, fruto do relacionamento com Longo, e um casal de bebês gêmeos, da união com o atual marido.

Durante a investigação, Natália revelou ter sido ameaçada pelo companheiro. Mais tarde, em juízo, o depoimento dela não foi capaz de incriminar Longo, segundo informou a defesa dela.

Natália Ponte comparece ao primeiro dia de julgamento em Ribeirão Preto, SP

Foto: Aurélio Sal

Ciúme como motivação

Natália e Longo começaram um relacionamento em 2012 após se conhecerem em uma clínica para dependentes químicos em Ipuã (SP). Ela trabalhava como psicóloga e ele já tinha ficado internado como paciente, por causa do envolvimento com drogas.

Natália era mãe de Joaquim, fruto da relação com o ex-marido, Artur. Em 2013, a união com Longo resultou na segunda gravidez dela.

O casal e Joaquim foram morar em uma casa no bairro Jardim Independência, zona Norte de Ribeirão Preto, mas o relacionamento começou a ter problemas, porque Longo voltou a usar drogas.

De acordo com o relatório do Ministério Público, a relação do casal ficou ainda mais difícil com a descoberta de que Joaquim tinha diabetes. O menino, que aos olhos de Longo era um elo de Natália com o ex-marido, precisava de cuidados especiais, como tomar insulina todo os dias.

Ainda segundo o MP, a doença de Joaquim acabou aproximando Natália de Artur, o que teria provocado ciúmes em Longo.

Acusado de matar o menino Joaquim Guilherme Longo concede entrevista de dentro da Penitenciária de Tremembé (SP)

Reprodução/ EPTV

O que aconteceu com Joaquim?

A investigação da Polícia Civil concluiu que na noite de 4 de novembro de 2013, Joaquim estava no quarto da mãe e do padrasto assistindo a desenhos no celular.

Natália, cansada e com um recém-nascido de quatro meses, dormiu, e Longo tentou tirar o celular para o menino dormir também. Mas Joaquim chorou, e o padrasto o levou para o quarto.

Longo deu uma mamadeira e o garoto adormeceu. Segundo a polícia, foi nesse momento que ele pegou a caneta de insulina de Joaquim e injetou 166 doses do medicamento no menino, que nem mesmo acordou.

De acordo com o relatório, Longo colocou o garoto nos braços e o levou até o córrego Tanquinho, próximo à casa da família. Como chovia forte naquela noite, o nível da água estava mais alto que o normal.

Quando amanheceu, a mãe e o padrasto acionaram a Polícia Militar e disseram que o menino tinha sumido de dentro de casa. Mas o portão estava trancado e ninguém sabia explicar o que aconteceu. Um cão farejador usado nas buscas indicou o rastro de Joaquim e de Longo da residência até o córrego.

Cão Apache atuando nas buscas pelo corpo do menino Joaquim Ponte Marques em Ribeirão Preto

Reprodução/EPTV/Arquivo

Cinco dias depois, o corpo de Joaquim foi encontrado a 120 quilômetros de Ribeirão Preto, nas águas do Rio Pardo em Barretos (SP).

O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que Joaquim foi jogado na água já sem vida, porque não havia água nos pulmões. O corpo não tinha sinais de violência.

Apesar da acusação de que a superdosagem de insulina matou Joaquim, nenhum vestígio foi encontrado no organismo da criança, já que o produto é rapidamente absorvido.

O menino Joaquim Ponte Marques foi encontrado morto após desaparecer da casa onde morava em Ribeirão Preto

Reprodução

Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão Preto e Franca

VÍDEOS: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região

Fonte: G1

Comunicar erro
LINK NET

Comentários