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Saiba como evitar assédio em banheiro público, como no caso do adolescente a quem foi oferecido sexo oral

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Por PATRICIA em 09/06/2024 às 06:45:33

Adolescente acusou homem de ter perguntado se poderia fazer um boq*** dentro do banheiro de um shopping em Santos (SP). Conselheira tutelar e delegada dão dicas aos pais e responsáveis. Homem de 24 anos é investigado por oferecer sexo oral a adolescente em Santos (SP)

Pixabay/Imagem ilustrativa e Arquivo pessoal

A ação de um ativista, de 24 anos, investigado por tentativa de estupro de vulnerável após supostamente ter oferecido sexo oral a um adolescente, de 13, no banheiro de um shopping de Santos (SP), faz levantar alguns questionamentos. Como pais e responsáveis devem se portar diante de tais situações, como acompanhar os menores nesses espaços públicos e restritos?

Ao g1, especialistas na área social e criminal dão orientações que podem ajudar a reduzir o risco de situação semelhante à observada no litoral de São Paulo.

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Para a delegada Deborah Lázaro, titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos, o ideal é que as crianças e adolescentes evitem usar esse tipo de banheiro por questões de segurança.

Ao citar o caso do adolescente de 13 anos, a delegada disse que o ideal é que seguranças fiquem perto da entrada dos banheiros para inibir esse tipo de prática ilícita.

"O menino de 13, infelizmente, não vai poder ir ao banheiro feminino. Tanto que a mãe não quis levá-lo. É um rapazinho, um menino. [Mas] acho que todo cuidado é pouco", afirmou.

A Conselheira tutelar em São Vicente (SP), Andrea Moraes concorda com a chefe de polícia. Segundo ela, o segredo para os pais é estabelecer uma relação de confiança com seus filhos. Dessa maneira, a criança ou adolescente sentirá abertura para relatar possíveis abordagens criminosas.

"É importante sempre os pais conversarem com os filhos, pedir para não deixarem colocar nada em seu corpo. E, caso aconteça, falar para o responsável. Sempre ganhar a confiança do seu filho, orientando", disse ela.

Dicas para os responsáveis

Evitar o uso dos banheiros sem adultos;

Manter uma relação de confiança com a criança ou adolescente;

Orientar sobre a privacidade do próprio corpo;

Pedir que o menor relate o ocorrido, caso aconteça.

O caso

De acordo com Talita Santos, de 31 anos, o filho relatou ter entrado na cabine do banheiro e que a porta bateu com força. O próprio adolescente reagiu dizendo: 'eita', momento em que o homem, de 24 anos, repetiu a palavra.

"Ele [adolescente] já falou que não vai entrar mais no banheiro sozinho. Eu não sei como vai ficar o psicológico dele", desabafou a autônoma, que registrou um boletim de ocorrência após o ocorrido na quinta-feira (6).

O agora ex-conselheiro da causa LGBT+ estava na cabine ao lado e, depois da primeira interação, fez a pergunta de cunho sexual ao adolescente.

Talita, que aguardava o filho do lado de fora, disse que o adolescente deixou o banheiro correndo na direção dela. A mãe contou ao g1 que o menino parecia assustado e, ao perguntar o motivo, foi informada sobre o assédio.

A mãe contou ter ficado indignada com a situação e pedido ajuda de funcionários do shopping, que deram apoio e aguardaram o homem sair do banheiro.

Abordagem após o assédio

Segundo Talita, o homem demorou para deixar o banheiro, mas ao deixar o local disse: "Não, não falei nada, não. Quantos anos teu filho tem?". A mãe contou que, enquanto a polícia era acionada, o homem demonstrava o que ela chamou de "poder de persuasão".

Com a chegada dos policiais, os envolvidos foram encaminhados para o 7º Distrito Policial (DP), onde o menino foi ouvido e a mãe registrou um boletim de ocorrência.

Revoltada com a situação, a autônoma gravou o rosto do homem e conversou com funcionários de lojas no shopping, que disseram que ele já é conhecido por assediar pessoas dentro do banheiro.

A indignação de Talita é ainda maior devido ao fato do homem ser um militante e ativista político. "Ele ouviu a voz do meu filho. E meu filho tem voz de criança, não tem nem voz de adulto [...] Eu estou aliviada de saber que não foi mentira o que meu filho relatou", afirmou.

Caso é investigado

Homem foi escoltado por seguranças dentro de shopping em Santos (SP)

Arquivo pessoal

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como tentativa de estupro de vulnerável.

"O caso foi registrado na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos. Detalhes serão preservados por envolver menor de idade e por se tratar de crime sexual", informou.

O que diz o suspeito?

Ao g1, o homem acusado de assédio contra o adolescente disse que compreende a angústia da mãe pelo medo da impunidade, vontade de fazer justiça e defender o filho dela. Apesar disso, negou que teve a intenção de causar constrangimentos a alguém.

"Eu fiz uma piada idiota, dentro da minha cabine e sem ver o rapaz [como foi confirmado pela própria mãe]. Não faz nem sentido eu oferecer ou pedir o que quer que seja para alguém que eu nem vi", afirmou.

O que diz o ConLGBT?

Nota do ConLGBT

Reprodução/Instagram

Em nota divulgada no Instagram, o Conselho Municipal de Políticas LGBT+ de Santos (ConLGBT) disse que repudia veementemente qualquer forma de comportamento ilícito ou desrespeitoso, seja LGBTQIA+ ou não. O homem solicitou o afastamento do movimento, o que logo foi aprovado.

De acordo com o ConLGBT, há um compromisso em ajudar as autoridades no que for preciso para que se realize uma investigação minuciosa e imparcial. Além disso, o movimento ressaltou a importância de garantir o processo legal, o direito à ampla defesa e ao contraditório para apuração.

"Por fim, é necessário apontar que é descabido relacionar o suposto comportamento criminoso com a orientação sexual do seu eventual autor e, muito menos, com toda comunidade LGBTQIA+", afirmou.

VÍDEOS: g1 em 1 Minuto Santos

Fonte: G1

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