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Lagoa dos Patos volta a subir e afeta rotina de quem vive no extremo sul do Rio Grande do Sul

Mais de seis mil pessoas foram expulsas de casa pelas águas e vivem dias de agonia acompanhando o vai e vem da lagoa.

Por PATRICIA em 25/05/2024 às 22:45:19

Foto: YouTube

Mais de seis mil pessoas foram expulsas de casa pelas águas e vivem dias de agonia acompanhando o vai e vem da lagoa. Para sobreviver, dependem de doações. A Lagoa dos Patos voltou a subir neste sábado

A rotina nas cidades inundadas no extremo sul do Rio Grande do Sul depende do que marca a régua que mede as variações de volume da Lagoa dos Patos.

Mas, por que ela vai e vem? "A Laguna dos Patos sofre muito a influência do vento. O vento é uma variável meteorológica importantíssima pra gente entender essa dinâmica... Na sexta-feira, nós tivemos um vento sudoeste operando na lagoa e isso fez com que as águas fossem afastadas da nossa margem, tanto é que nós notamos ao longo do dia uma redução de 77 centímetros no nível da lagoa", explica a hidróloga Tamara Beskow, da UFPel.

Neste sábado (25), o nível voltou a subir. E os moradores comentam: "Vim só dar uma olhada aqui, dia a dia. De manhã, de tarde." "Parece que está enchendo mais ainda, está perigoso isso aqui ainda."

"Uma aflição, um desespero. É horrível isso", diz uma mulher. "Nós moramos ali na João Pessoa, na rua do Campo do Brasil, está na área de risco vermelha", afirma outro morador.

As inundações já duram 18 dias. Mais de seis mil pessoas foram expulsas de casa pelas águas e vivem dias de agonia acompanhando o vai e vem da lagoa. Para sobreviver, dependem de doações.

"É horrível, né? Porque o pouco que a gente tinha, a gente acabou perdendo tudo. A gente só quer que passe tudo logo para a gente voltar ao nosso normal", desabafa a pescadora Larissa Silveira.

A Larissa está vivendo em uma casa emprestada com a filha pequena e a mãe, a dona Elisângela Mota, que relembra o que viveu: "Começou a encher a água, e começou a ficar pelo joelho. Não deu tempo de tirar nada. Aí perdemos tudo."

"Está sendo muito difícil. Nem tenho coragem de chegar lá e ver minhas coisas todas destruídas. O negócio agora é batalhar e construir de novo", continua.

A dona de casa Caroline Gonçalves Braga vive a mesma situação, só que com os quatro filhos pequenos. "Eles sentem falta. Eles querem a casa deles, mas, é como eu digo, como é que eu vou voltar para lá?", questiona.

"O coração da gente fica pequenininho, imagina, a dimensão da gente estar na casa da gente, a gente querer ter o nosso conforto, a nossa liberdade, o dia a dia, o nosso descanso, imagina com quatro crianças fora de casa, não tem como, né?"

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Fonte: G1

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