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Operador de facção no Rio enviou R$ 200 mil para estabelecimentos no AM; polícia investiga 'laranjas' de esquema de lavagem do tráfico

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Por PATRICIA em 25/05/2024 às 04:39:19

As investigações apontam que pelo menos duas das empresas que receberam transferências de Cleiton Souza da Silva são utilizadas como 'fachada'. Frigorífico de ex-prefeito foi alvo de buscas nessa semana. Polícia cumpriu mandado da Operação Rota do Rio em um prédio da Avenida Atlântica, em Copacabana

Reprodução/TV Globo

A Polícia Civil do Rio investiga as movimentações financeiras da quadrilha que traficava drogas do Amazonas, na fronteira com a Colômbia, até o Rio de Janeiro. Foram identificados pagamentos de quase R$ 200 mil para três empresas. O esquema de lavagem de dinheiro do tráfico movimentou R$ 27 milhões em 2 anos.

O principal operador do crime, que recebia as drogas e fazia diversos pagamentos, é Cleiton Souza da Silva, investigado por envolvimento com o Comando Vermelho no Amazonas. Ele está foragido.

As investigações apontam que pelo menos duas das empresas que receberam transferências de Cleiton são utilizadas como fachada, criadas apenas para serem usadas no esquema criminoso.

Um dos negócios foi aberto em nome de uma pessoa que, segundo a própria família do investigado, possui deficiência mental grave. Segundo policiais ouvidos pelo g1, os familiares não sabiam da existência da empresa.

Polícia Civil faz operação contra o braço financeiro da maior facção do tráfico de drogas do Estado do Rio

Caminho das drogas e do dinheiro

A investigação aponta que Cleiton distribuía as drogas que vinham do Amazonas — skunk e cocaína — para diversas comunidades e municípios do Estado, além de bairros das zonas Sul e Oeste da capital.

O dinheiro obtido com a venda dos entorpecentes era depositado por Cleiton em várias contas, para dificultar o rastreamento, e enviado de volta ao local do início do esquema criminoso, na fronteira.

A prática de "lavar" o dinheiro, através de transferências para empresas, formais ou não, é chamada de "mescla". A polícia acredita que esse era o modo de operação dos traficantes do Comando Vermelho do Amazonas.

"O caminho da droga vem da tríplice fronteira (Brasil-Colômbia-Peru), passando por Manaus, vindo pro Rio de Janeiro, e o dinheiro faz o caminho contrário", explicou o delegado Jefferson Ferreira, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro.

Ex-prefeito investigado no AM

Segundo as investigações, Raimundo Chicó é proprietário da Frigopesca, empresa usada por facção criminosa para lavar dinheiro do crime.

Reprodução/ Redes Sociais

Segundo as investigações, o frigorífico utilizado no esquema de lavagem de dinheiro pertence ao ex-prefeito do município de Anamã, Raimundo Pinheiro da Silva, o Chicó.

No Amazonas, havia a ocultação desse dinheiro de origem ilícita. O ex-prefeito foi beneficiário direto desse esquema", explicou o delegado Jefferson.

O chefe do Departamento de Combate ao Crime Organizado e Lavagem de Dinheiro, Gustavo Ribeiro, disse que muitas pessoas, em diferentes partes do país, enviaram dinheiro para integrantes do tráfico de drogas no Amazonas.

Segundo ele, isso mostra a complexidade do esquema criminoso:

"Não é do dia da noite que você consegue 40 laranjas para receber dinheiro em espécie na conta, mandar para outras 20 pessoas de confiança e mandar para outras 10 pessoas de confiança para mandar para o operador, Cleiton, que confia em um político local, que detêm negócios de distribuição de pescado e que vai empregar a estrutura que ele tem para distribuir a droga e dissimular o dinheiro dessa droga".

Empresas que receberam dinheiro

Frigorífico de ex-prefeito de Anamã era usado para lavar dinheiro do tráfico, diz polícia

De acordo com as investigações, o frigorífico que tem o ex-prefeito de Anamã como sócio recebeu sete transferências, totalizando R$ 113,75 mil. O responsável pelos pagamentos foi Cleiton.

O estabelecimento fica em Fonte Boa, município que fica no caminho do Rio Solimões em direção a Manaus.

Uma empresa de transporte e navegação, segundo os investigadores, recebeu três transferências de Cleiton que totalizaram R$ 22 mil. O negócio foi criado em 2023.

O endereço do estabelecimento é no bairro Nossa Senhora das Graças, em Manaus, em um local que a polícia acredita ser um estabelecimento de fachada.

O terceiro estabelecimento, que recebeu nove transferências totalizando R$ 64,2 mil, fica no bairro Nova Israel. O estabelecimento é citado como sendo uma empresa de alvenaria, criada em 2022, mas fica em uma rua residencial.

Fonte: G1

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