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TJ de SP mantém prisão preventiva de motorista de Porsche acusado de matar homem e ferir amigo a mais de 100 km/h

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Por PATRICIA em 24/05/2024 às 16:36:18

Fernando Sastre de Andrade Filho é acusado de beber, guiar em alta velocidade e causar acidente de trânsito em março. Empresário nega ter bebido, mas está preso por liminar de desembargador. Cabe recurso contra a decisão. Veja como foi saída de motorista do Porsche de casa de pôquer antes de acidente

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu nesta sexta-feira (24) manter a prisão preventiva do motorista do Porsche que causou um acidente de trânsito a mais de 100 km/h que deixou um homem morto e outro ferido em 31 de março. Cabe recurso contra a decisão nas instâncias superiores da Justiça.

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O empresário Fernando Sastre de Andrade Filho está detido atualmente na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, por causa da decisão liminar de 3 de maio da 5ª Câmara de Direito Criminal do TJ-SP.

O motorista do carro de luxo é réu no processo no qual responde preso pelos crimes de homicídio por dolo eventual (por ter assumido o risco de matar o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana) e lesão corporal gravíssima (ao ferir gravemente seu amigo, o estudante de medicina Marcus Vinicius Machado Rocha).

O desembargador João Augusto Garcia concordou à época com o pedido do Ministério Público (MP) para prender o motorista do Porsche preventivamente. A Promotoria alegou que se Fernando continuasse solto ele poderia voltar a cometer crimes, já que antes havia se envolvido em outros acidentes de trânsito com vítimas por causa do excesso de velocidade. Além disso, também foi acusado de influenciar testemunhas do caso a depor em seu favor.

O empresário Fernando Sastre, que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, durante acidente de trânsito na Avenida Salim Farah Maluf, na Zona Leste de SP.

Montagem/g1/Reprodução

A prisão preventiva tem o objetivo de manter uma pessoa presa até seu eventual julgamento. Como essa prisão foi decretada de maneira monocrática por apenas um dos desembargadores que compõem a 5ª Câmara, foi preciso que os demais magistrados julgassem o mérito dessa decisão.

O relator do caso, o desembargador João Augusto Garcia, afirmou, que a decisão de manutenção da prisão preventiva foi tomada amparada "especialmente na necessidade de acautelamento da ordem pública e preservação da instrução criminal".

Além do relator, participaram da decisão os desembargadores Damião Cogan e Pinheiro Franco.

Fernando Sastre em entrevista ao Fantástico (à esquerda) e depois na prisão em Guarulhos (à direita)

Reprodução

Ornaldo teve o Renault Sandero atingido por trás pelo carro de luxo guiado por Fernando a 114 km/h na Avenida Salim Fara Maluf, no Tatuapé, segundo a perícia. O limite para a via é de 50 km/h. Câmeras de segurança também gravaram o momento da batida.

Um novo vídeo, obtido pelo g1, mostra Fernando dentro do Porsche Carrera azul dizendo "vamos jogar sinuca" com voz pastosa para a namorada e um casal de amigos, ao sair de uma casa de pôquer, 13 minutos antes de causar um acidente de trânsito que deixou o motorista de aplicativo morto e feriu Marcus, que ficou 15 dias internado e precisou ser operado para retirada do baço (veja acima). Ele foi gravado pela namorada de Marcus.

Além de testemunhas, Marcus e sua namorada contaram à polícia que Fernando havia tomado bebida alcoólica antes do acidente e tinha sinais de embriaguez. O empresário negou ter bebido, tanto em depoimento à polícia quanto em entrevista concedida ao Fantástico. A namorada do motorista do Porsche também disse que ele não bebeu.

Vídeo: Veja como PMs liberaram motorista de Porsche sem teste do bafômetro

Imagens das câmeras corporais dos policiais militares que atenderam a ocorrência do acidente mostraram que eles não tinham o etilômetro, aparelho usado para aferir se um motorista bebeu. As body cams ainda registraram o momento que os agentes da Polícia Militar (PM) liberaram Fernando sem passar pelo teste.

Os PMs alegaram que a mãe de Fernando havia dito a eles que precisava levar o filho para um hospital porque ele estaria ferido. Mas isso não ocorreu. A Corregedoria da Polícia Militar considerou que os agentes erraram ao liberar o motorista o Porsche sem fazer o bafômetro e os afastaram das ruas para responderem a processo disciplinar.

Ainda pelas câmeras corporais dos PMs é possível ouvir um bombeiro conversando com os policiais militares após a liberação de Fernando. Os agentes da PM e do Corpo de Bombeiros confirmam no diálogo que o motorista do Porsche e seu amigos estavam com sinais de embriaguez.

Vídeo mostra motorista do Porsche com voz pastosa momentos antes do acidente

Além dessa gravação, há um documento que está no processo no qual o bombeiro que atendeu a ocorrência menciona que Fernando e Marcus estavam bêbados.

Outras testemunhas ouvidas pelo 30º Distrito Policial (DP), Tatuapé, disseram que o Porsche corria bastante. Dirigir em alta velocidade e embriagado são crimes de trânsito graves. Principalmente quando ocorre um acidente com morte. Nesse caso seriam agravantes.

Fernando está preso desde o dia 6 de maio, quando se entregou na delegacia, três dias depois de ficar foragido e ser procurado pela polícia. Ele apareceu com seus advogados. Por segurança, a Justiça transferiu o empresário da prisão em Guarulhos, na Grande São Paulo, e determinou que ele ficasse detido em Tremembé, no interior do estado.

O g1 não conseguiu localizar os advogados de Fernando para comentar o assunto até a última atualização desta reportagem.

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Fonte: G1

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