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Delegado acusado de matar esposa e enteada é julgado nesta segunda (8) em Curitiba; relembre o crime

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Por PATRICIA em 08/04/2024 às 00:15:24

Mãe e filha morreram abraçadas após serem baleadas por Erik Busetti. Crime foi em 2020 na própria casa onde os três moravam. g1 aguarda resposta da defesa do delegado, que está preso. Vídeo mostra agressão antes de delegado assassinar enteada e esposa a tiros em Curitiba

O delegado Erik Busetti, acusado de matar a esposa Maritza Guimarães de Souza, e a enteada Ana Carolina de Souza, começa a ser julgado nesta segunda-feira (8) no Tribunal do Júri em Curitiba.

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O crime aconteceu março de 2020, e Erik está preso. Maritza tinha 41 anos e era escrivã da Polícia Civil, a filha dela tinha 16 e era estudante. Elas foram mortas na própria casa.

Segundo a polícia, uma filha de 9 anos do casal estava dormindo no quarto no momento do crime e ouviu os disparos. Câmeras de segurança registraram o crime. Assista acima.

O vídeo mostra que Erik dispara contra as duas, que caem abraçadas no chão. Por serem imagens fortes, o g1 optou por congelá-las. Segundo Karoline Fernanda de Souza Machado, irmã de Maritza, as câmeras foram instaladas para a segurança da família.

Por meio de nota, a advogada que representa a família das vítimas, Louise Mattar Assad, afirmou que "existem provas do crime em vídeo, gravações anteriores em áudio e registros de WhatsApp".

O g1 tenta contato com a defesa de Busetti.

Cronologia do crime

Vídeo mostra discussões e agressões momentos antes de delegado matar esposa e enteada a tiros em Curitiba

Reprodução

20h12 - Maritza chega em casa e estaciona o carro na garagem da família.

21h00 - Maritza está sentada na mesa de jantar com a filha mais nova. A filha mais velha está ao lado, na cozinha. As três conversam e interagem.

21h07 - Erik chega com sacolas de supermercado, as deixa em cima da mesa e vai para outro cômodo.

21h12 - Erik retorna e começa tirar as compras das sacolas. Ele e Maritza iniciam uma discussão verbal.

21h16 - Erik senta-se à mesa com Maritza e a discussão continua.

21h47 - Erik se levanta e anda de um lado para o outro enquanto ainda discutem.

22h01 - Erik se senta ao lado de Maritza.

22h13 - Erik sobe as escadas.

22h15 - Erik volta com um papel na mão e o entrega a Maritza, que o lê.

22h22 - Maritza larga o papel em cima da mesa. Erik o recolhe e sobe as escadas.

22h25 - Erik caminha de um lado para o outro no segundo andar.

22h33 - Erik entra em um cômodo da casa.

22h35 - Maritza sobe com a filha do casal. As duas arrumam o sofá. Enquanto a menina senta e come pipoca, Maritza vai a um lugar onde não é registrado pelas câmeras.

22h45 - Erik transita pelo cômodo e desce as escadas.

23h - Erik se senta na mesa e janta sozinho.

23h13 - Erik sobe ao terceiro andar da casa.

23h30 - Maritza se movimenta entre o quarto dela e o closet.

23h51 - Maritza senta-se no sofá enquanto segura alguns papeis. Ela mexe no celular enquanto olha para os papeis.

23h55 - Erik vai até o cômodo onde Maritza está e os dois começam a discutir novamente.

00h - Erik sobe ao terceiro andar e entra no quarto que tem no ático. Enquanto isso, Maritza fica no sofá mexendo no celular. Ana Carolina de Souza entra no quarto, e não sai de lá até o momento do crime.

00h08 - Maritza sobe as escadas ao terceiro andar e para na ponta da escada.

00h11 - Erik abre a porta do quarto, ele e Maritza discutem. Ele está com o celular na orelha.

00h12 - Os dois descem para o segundo andar, ainda discutindo.

00h13 - Os dois transitam pelo segundo andar da casa. Erik está falando ao telefone. Os dois continuam discutindo.

00h16 - Maritza pega a bolsa no quarto, desce as escadas e vai para a saída da casa.

00h16 - Erik bate na porta do quarto da enteada, que levanta da cama e abre a porta. Ele a agride com chutes e tapas. Maritza volta para tentar defender a filha. Segundos depois, Erik dispara contra as duas, que caem abraçadas no chão.

00h17 - Erik anda, com a camiseta rasgada, de um lado para o outro enquanto as vítimas estão no chão. Em seguida, ele desce as escadas.

00h18 - Na garagem, ele sai com a arma na mão direita. Com a mão esquerda, ele faz um sinal em direção a rua. Depois, retorna para dentro da casa.

00h19 - Erik sobe as escadas e transita entre um cômodo e outro do segundo andar. Ele pega o celular e faz uma ligação, enquanto observa as duas vítimas. Falando no telefone, o delegado gesticula e chega a colocar a mão na cabeça.

00h22 - Erik desce para o primeiro andar, deixa a arma em cima da mesa e remove as munições. Ele sai na garagem e deixa a arma no chão. Em seguida, volta para dentro da casa e sobe as escadas.

00h24 - Erik pega no colo a filha, que estava no quarto ao lado de onde ocorreu o crime, e desce com ela para o primeiro andar. Na garagem é possível observar que a menina está acordada. Ele a leva até a casa de um vizinho.

Investigações

Ana Carolina Souza, de 16 anos, era filha de Maritza e enteada de Busetti

Arquivo pessoal

As investigações apontaram que o delegado disparou pelo menos sete vezes contra a esposa e seis contra a enteada.

Erik Busetti está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, desde os assassinatos. Ele foi preso em flagrante e admitiu o crime para dois policiais militares. No interrogatório, Busetti preferiu ficar em silêncio.

O delegado foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por duplo feminicídio. As promotoras apontam que Ana Carolina e Maritza não puderam se defender.

No caso do assassinato de Maritza, também incide a qualificadora de motivo torpe porque, segundo a acusação, ele não aceitava os termos do fim da relação.

Delegado Erik Busetti é acusado de matar a esposa e a enteada a tiros, em Curitiba

Arquivo/RPC

O casal estava junto há cerca dez anos e estava em processo de separação pelo menos um ano antes do crime, conforme o relato de testemunhas e familiares.

Dias antes de ser denunciado pelo Ministério Público, Busetti foi indiciado pela Polícia Civil por duplo feminicídio com incidência de aumento de pena por ter cometido o crime próximo da filha de nove anos.

A menina estava no quarto dormindo, mas, de acordo com a delegada responsável pelas investigações, estava muito próxima e acordou com os disparos.

A criança não ficou ferida e foi levada para a casa de um vizinho pelo próprio acusado após o ocorrido.

Delegado é investigado por acessar sistema restrito

Em 11 de agosto de 2023 a Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o acesso do delegado ao sistema policial de acesso restrito. O login e a senha dele foram usados enquanto ele estava na cadeia.

A portaria que determinou a investigação afirma que Erik teria acessado indevidamente os sistemas da Polícia Civil para consultas pessoais o que pode, em tese, caracterizar crime de violação de sigilo funcional.

A comprovação dos acessos está em relatório emitido pela Companhia de Tecnologia de Informação do Paraná (Celepar). Pelos dados do documento, o delegado preso acessou o sistema várias vezes para consultar o próprio nome e outras informações envolvendo autoridades.

De acordo com a Polícia Civil, o inquérito foi concluído e encaminhado à Justiça.

Delegado continua recebendo como servidor

Segundo o Portal da Transparência do Governo do Paraná, mesmo preso, Erik Busetti consta como servidor ativo e recebe salário pelo cargo público. Em março de 2024, a remuneração bruta foi de R$ 26.762,70.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (Sesp), qualquer servidor só pode parar de receber em caso de exoneração, o que pode ocorrer por decisão judicial no processo criminal ou por procedimento administrativo da Polícia Civil.

Ainda conforme a Sesp, uma decisão judicial travou o andamento de um procedimento interno que poderia resultar na demissão de Erik, dizendo que a Polícia Civil só pode continuar a apuração após uma nova decisão judicial.

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Fonte: G1

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