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Calor agrava os problemas da infraestrutura elétrica em São Paulo

Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmam que as falhas em dias de calor intenso mostram que os problemas estão concentrados na distribuição.

Por PATRICIA em 19/03/2024 às 21:25:27

Foto: Reprodução internet

Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmam que as falhas em dias de calor intenso mostram que os problemas estão concentrados na distribuição. Calor agrava os problemas da infraestrutura elétrica em São Paulo

No Brasil, a onda de calor que aumenta o consumo de energia acaba agravando falhas no fornecimento.

Pelo segundo dia seguido, a falta de luz comprometeu o atendimento em um dos maiores hospitais públicos de São Paulo.

"Já estava com um mês agendado, cheguei aqui e nada", conta uma paciente.

E não foi só na Santa Casa. Outros hospitais, residências e o comércio dessa região importante do Centro estão sem energia desde segunda-feira (18). O apagão é o terceiro de grandes proporções nos últimos dias.

Na sexta-feira (15), o Aeroporto de Congonhas suspendeu pousos e decolagens durante uma hora e meia depois que a torre de controle ficou às escuras. No fim de semana, clientes e lojistas da Rua 25 de Março encararam um dos dias mais quentes do ano sem ventilador ou ar-condicionado, também por causa de uma pane elétrica.

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E Enel, concessionária responsável pelo fornecimento na cidade de São Paulo, alega que não tem culpa pelos problemas e que eles não estão relacionados e não têm uma única causa.

Especialistas ouvidos pelo Jornal Nacional afirmam que esses apagões recorrentes não acontecem por acaso. Na visão deles, as falhas em dias de calor intenso indicam que os problemas estão concentrados na distribuição, a última das três etapas que a energia precisa percorrer para chegar ao consumidor.

Nos últimos meses, o Brasil vem batendo recordes de consumo. Em novembro de 2023, o pico foi de 101.475 megawatts. Em fevereiro, chegou a 101.860 megawatts. Na sexta-feira passada, o maior patamar da série história, que vem desde 1999: 102.477 megawatts.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico também registrou o aumento da carga máxima acompanhando a elevação da temperatura. Tendo como pico o dia 15 de março em São Paulo.

Ildo Sauer, professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP, diz que as falhas no abastecimento revelam deficiências estruturais.

"Os indicadores de falha que aconteceram recentemente são claramente um sintoma de que o sistema perdeu confiabilidade. Quando ele perde confiabilidade, os motivos são falta de expansão, falta de atualização e falta de manutenção preventiva", explica Ildo Sauer.

Números da Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica, mostram que as distribuidoras do país também estão demorando mais para solucionar os apagões. De 2021 para cá, o tempo de atendimento das ocorrências emergenciais subiu de quase 4 horas para 4 horas e meia, um aumento de 23%. No caso da Enel, o tempo de espera passou de cerca de 9 horas para quase 16 horas - crescimento de 81%.

Luiz Eduardo Barata, presidente da Frente Nacional dos Consumidores de Energia, diz que a solução depende de um trabalho integrado:

"Concessionárias de distribuição, poder público municipal e também os órgãos de regulação, os órgãos reguladores, identificando o responsável, e se for o caso, punindo os responsáveis pelo acontecido e pelo mau atendimento para o consumidor".

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Fonte: G1

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