'Deixa essa onça riscar essa avenida hoje', disse a rainha de bateria da Grande Rio, a terceira a desfilar neste domingo. Paolla Oliveira vira onça na Sapucaí; veja vídeo
Um efeito da fantasia fez Paolla Oliveira virar onça na Sapucaí. Durante o desfile, a rainha de bateria da Grande Rio acionou um mecanismo que baixou uma máscara de onça com os olhos iluminados.
Com um sutil movimento, ela baixa a máscara por alguns segundos, e volta a sambar com o rosto descoberto depois.
"Vamos virar onça, deixa essa onça reluzente riscar essa avenida hoje. Transformadora, devoradora, do jeito que é o nosso enredo"", disse.
Paolla Oliveira com a máscara de onça
Stephanie Rodrigues/g1
Segundo a rainha, mesmo sendo veterana na Sapucaí, o nervosismo sempre bate.
"É frio na barriga, é coisa que dá errado, mas, no final das contas, o que vale é a gente estar aqui na alegria. E até o que dá errado, dá certo".
Fantasia de Paolla Oliveira, rainha e bateria da Grande Rio, vira onça na Sapucaí
Stephanie Rodrigues / g1
Paolla Oliveira virou onça
Reprodução/g1
O enredo
A Grande Rio se baseou no mito tupinambá descrito no livro "Meu destino é ser onça" (Ed. Record), de Alberto Mussa. É um mosaico de histórias de nações indígenas brasileiras que conta sobre a formação do povo brasileiro.
Segundo o livro, somos brasileiros há pelo menos 11 mil anos. Em tantos anos de história, os tupis-guaranis migraram e influenciaram outras populações das Américas.
A onça é um símbolo dessas narrativas míticas. Ela representa as disputas pela identidade. Mais que o animal, é a ideia de "devoração" e "garra" que representa as lutas e a cultura do povo brasileiro, incluindo o carnaval.
Milton Cunha explica o enredo da Grande Rio