Segundo a PF, o Partido Liberal sofreu uma 'instrumentalização' durante as eleições para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas, e o presidente do PL foi o principal fiador dos questionamentos. Polícia Federal prende Valdemar Costa Neto em flagrante, durante operação, em Brasília
Além de estar com uma arma com registro vencido e em nome de outra pessoa, Valdemar Costa Neto foi preso em flagrante porque também tinha em casa uma pepita de ouro.
Valdemar Costa Neto não apresentou a documentação da pepita. O material apreendido passou por uma perícia da Polícia Federal. Segundo o laudo, a pepita tem 39 gramas de ouro, com 91% de pureza. Foi avaliada em R$ 11 mil. Se trata de bem mineral que pertence à União. A origem do ouro é de garimpo.
Agentes da Polícia Federal também fizeram buscas na sede do Partido Liberal, que fica no mesmo prédio onde Valdemar foi preso. É o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele disputou a reeleição pelo PL em 2022.
Segundo a Polícia Federal, o Partido Liberal sofreu uma "instrumentalização" durante as eleições para financiar a estrutura de apoio às narrativas que alegavam supostas fraudes às urnas eletrônicas - e o presidente do PL foi o principal fiador dos questionamentos.
Ainda de acordo com a Polícia Federal houve utilização da estrutura partidária para apoio ao núcleo jurídico responsável pela elaboração de minutas de conteúdo golpista.
Em novembro de 2022, o PL chegou a entrar no Tribunal Superior Eleitoral com um pedido de verificação extraordinária do resultado do segundo turno das eleições. Sem apresentar provas de fraude, pediu a invalidação dos votos de mais de 250 mil urnas. O pedido foi negado pelo TSE por falta de provas.
Em 2012, Valdemar Costa Neto foi condenado a sete anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que ficou conhecido como Mensalão do PT. Foi preso em 2013. No ano seguinte, passou a cumprir prisão domiciliar. Em 2016, recebeu indulto do STF - Supremo Tribunal Federal.
A defesa de Valdemar Costa Neto afirmou que a pedra apreendida está guardada há anos como relíquia, tem baixo valor e a posse dela não configura delito. Declarou também que a arma encontrada é registrada, tem uso permitido, pertence a um parente próximo e foi esquecida no apartamento dele.
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