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Jequitibá, árvore de "Renascer", encantou Einstein em visita ao Jardim Botânico; parque oferece trilha guiada

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Por PATRICIA em 02/02/2024 às 05:05:28

Em 1925, ele se impressionou com a grandiosidade do jequitibá em uma visita ao Jardim Botânico. Local conta com árvores plantadas por nomes mundialmente conhecidos. A árvore que é destaque na novela "Renascer" e alvo da admiração de José Inocêncio, protagonista da trama, já encantou uma figura ilustre da ciência: o físico Albert Einstein. Em 1925, ele se impressionou com a grandiosidade do jequitibá em uma visita ao Jardim Botânico, no Rio de Janeiro.

Segundo relatos, o "gigante da floresta", como são conhecidas as árvores, deixaram o criador da teoria da relatividade particularmente encantado.

"O Einstein, quando esteve no Brasil, passou pelo Rio de Janeiro e pelo Jardim Botânico. E ele se deparou com um jequitibá, que era um dos maiores jequitibás que tínhamos aqui e ficou muito impressionado", destacou Marcus Nadruz, pesquisador do Jardim Botânico.

"Um dos maiores acontecimentos que tive mediante impressões visuais", escreveu Einstein, em alemão, sobre a visita ao parque.

Jequitibá-rosa de 31 metros de altura está entre as maiores árvores do Jardim Botânico do Rio

Cristina Boeckel/ g1

Físico comeu vatapá

O cientista esteve no Brasil durante uma série de palestras na América do Sul. Ao chegar ao Rio, Einstein foi bastante assediado. Na época, ele já era mundialmente conhecido e havia conquistado o Prêmio Nobel de Física.

Porém, Einstein não parecia gostar tanto de ser cercado como um astro do cinema. As palestras não ficaram restritas apenas a quem tinha interesse nas teorias do físico, mas a qualquer pessoa que tivesse interesse em vê-lo. E, claro, todos queriam aparecer ao lado do cientista.

Jornais noticiaram até o cardápio do que Albert Einstein comeu no Rio

Reprodução

Ele teve encontros com representantes de diversos grupos e com então o presidente da República, Arthur Bernardes. Foi caçado pela imprensa, que noticiou até o que comia.

"Einstein comeu, ontem, vatapá com pimenta", destacou O Jornal. Não há informações oficiais se o cientista apreciou a iguaria.

Passeio de bondinho

Nesta época, o Rio era diferente. Já tinha o bondinho do Pão de Açúcar, mas a estátua do Cristo Redentor só seria inaugurada seis anos depois.

"Viagem vertiginosa sobre floresta selvagem em cabo de aço. Em cima, magnífico jogo de alternância de neblina e sol", afirmou Einstein em um diário sobre o bondinho do Pão de Açúcar.

Uma das atrações da cidade já era o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A tranquilidade que encontrou ali fez com que o programa se tornasse um dos favoritos no Brasil para o alemão.

A visita contou com um guia especial: o então presidente da instituição, Antônio Pacheco Leão.

Da esquerda para a direita: Pacheco Leão, Albert Einstein e um rabino que acompanhava a visita do físico ao Jardim Botânico do Rio

Divulgação/ Jardim Botânico do Rio

Cientista agradeceu

Para Pacheco Leão, o trato com cientistas não era algo complicado visto que, ele mesmo, era um pesquisador. Médico, atuou com Oswaldo Cruz em campanhas sanitárias no Rio de Janeiro e percorreu a Amazônia em estudos para propor melhorias nas condições de vida dos moradores da região.

Em 1915, assumiu a Presidência do Jardim Botânico, que ocupou até 1931. A gestão foi marcada pelo incentivo à pesquisa científica.

Por meio dele, que passou informações sobre as plantas do local, o cientista foi apresentado ao jequitibá.

O físico fez questão de registrar suas impressões.

"A visita ao Jardim Botânico do Rio de Janeiro na agradável e amável companhia do Professor Pacheco Leão significa para mim um dos maiores acontecimentos que tive mediante impressões visuais. Quero aqui mais uma vez expressar meus profundos agradecimentos", registrou Einstein no livro de visitas do Jardim Botânico, em alemão.

Jequitibá plantado no lugar onde estava a árvore que encantou Albert Einstein no Jardim Botânico, no Rio de Janeiro

Cristina Boeckel/ g1

O jequitibá que encantou Einstein, no entanto, não existe mais. A árvore morreu anos depois, por conta da idade. Atualmente, um outro jequitibá, ainda pequeno, ocupa o mesmo lugar. Essa árvore foi plantada pelo matemático Artur Ávila, vencedor da Medalha Fields, em 2014.

Pacheco Leão também foi imortalizado. Ele dá nome a uma das ruas que cercam a instituição que foi dirigida por ele.

Placa de rua com o nome de Pacheco Leão em frente ao Jardim Botânico, no Rio de Janeiro

Cristina Boeckel/ g1

Trilha dos jequitibás

A árvore que encantou o cientista ganhou este mês uma trilha especial no Jardim Botânico do Rio para que os visitantes, assim como Einstein, possam apreciar a sua grandiosidade. A Trilha dos Jequitibás, inaugurada em janeiro, passa por 20 exemplares e pode ser feita até 29 de fevereiro.

Entre os destaques estão jequitibás que foram plantados por outras pessoas conhecidas, como a Rainha Elisabeth da Bélgica, em 1920; o cantor e compositor Jack Johnson, em 2011; e o cientista britânico Ghillean Prance em 2013.

O maior jequitibá do Jardim Botânico mede 31 metros de altura.

O Brasil tem, em seu território, 11 espécies de jequitibás. Quatro delas existem exclusivamente no país.

A madeira do jequitibá-rosa (Cariniana legalis), por ser resistente e considerada de boa qualidade, é bastante explorada para móveis. Por isso, essa, o jequitiba-açu (Cariniana ianeirensis) e o jequitibá-cravino (Cariniana parvifolia) esses últimos por serem raros, e pela destruição dos respectivos habitats, são consideradas sob risco de extinção na categoria Em Perigo.

Serviço

Trilha dos Jequitibás guiada

Datas: terças e quintas-feiras, de 25/1 a 22/2

Horário: 10h

Ponto de encontro: Centro de Visitantes

Rua Jardim Botânico, 1008.

Valor da Trilha: R$ 23,00 por pessoa.

Ingressos para o arboreto:

Visitantes residentes na Área Metropolitana do Rio de Janeiro (75% desc.): R$ 18,00

Visitantes residentes no Brasil (60% desc.): R$ 29,00

Visitantes estrangeiros Mercosul (25% desc.): R$ 55,00

Visitantes estrangeiros: R$ 73,00

Crianças até 5 anos não pagam. Estudantes, pessoas com deficiência ou com mais de 60 anos têm direito a meia entrada, apresentando documento comprobatório.

Jequitibá do Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Cristina Boeckel/ g1

Fonte: G1

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