Chuva volta a castigar 45 cidades do RS e deixa mortes e centenas de pessoas são obrigadas a abandonar suas casas

Região do Vale do Taquari, destruída por um ciclone em setembro, sofreu com novas inundações. Chuva volta a castigar 45 cidades do RS e deixa mortes e centenas de pessoas são obrigadas a abandonar suas casas

Foto: Reprodução/Jornal Nacional

A chuva voltou a castigar 45 cidades do Rio Grande do Sul. Duas pessoas morreram na Serra Gaúcha e um homem está desaparecido. O Vale do Taquari, região destruída por um ciclone em setembro, sofreu novas inundações.

Em Lajeado, o rio Taquari transbordou e inundou parte da cidade. Segundo a defesa civil, o nível do rio está mais de dez metros acima do normal. No centro, os brinquedos de um parque de diversões ficaram submersos. Transporte, só de barco. Mais de 160 famílias tiveram as casas invadidas pela água.

"A gente saiu com água acima da cintura. Foi embora a cama, foi embora cozinha, tudo perdido", diz a dona de casa Adriana Machado.

"O que eu ganhei de doação eu perdi tudo, minha máquina que consegui comprar perdi, A comida, roupa das crianças. Tudo, ficou tudo pra trás, tudo", relata a operadora de caixa Andriele Carvalho.

Na mesma região, em Arroio do Meio, o rio também subiu e tomou conta da cidade. 250 pessoas tiveram que sair de casa.

Em Imigrante, a força da água arrastou carros e a chuva de granizo atingiu várias casas. Essas cidades ficam no Vale do Taquari, uma das regiões mais afetadas pela passagem do ciclone extratropical no início de setembro, que deixou 52 mortos. O Governador do Rio Grande do Sul fez um alerta para os moradores dessa região.

"Nós precisamos então que as pessoas que vivem nessas comunidades de risco, nessas localidades que foram atingidas lá em setembro, deixem suas casas e possam estar em locais seguros. É o momento da gente cuidar da vida de todos. Depois a gente vai ter todo cuidado para restabelecer, reorganizar e recuperar aquilo que eventualmente tenha sido impactado e atingido por conta das fortes chuvas desses últimos dias", diz o governador Eduardo Leite (PSDB).

Cidades do Vale do Paranhana também enfrentam transtornos. Em Rolante, uma enxurrada tomou conta das ruas. Os dois rios que cruzam a cidade começaram a subir de madrugada e deixaram a cidade ilhada. Esta é a sexta cheia do ano. 30 pessoas foram retiradas de casa.

"Quando chove muito nas cabeceiras do rios eles acabam não tendo vazão suficiente na calha e a gente é afetado por isso aí", diz Gustavo Rosa, coordenador da defesa civil de Rolante.

Em São Sebastião do Caí, a cerca de 60km de Porto Alegre, o rio que passa pela cidade transbordou e alagou ruas e casas. A água chegou até o centro. Famílias que moram perto do rio começaram a ser removidas ainda na noite de sexta-feira (17).

"Já fizemos 15 resgates com lanchas e temos mais dez na lista de espera, porém como nosso rio continua subindo nós vamos trabalhar, provavelmente, até madrugada adentro", afirma Anderson da Rosa, comandante dos Bombeiros Voluntários de São Sebastião do Caí.

Outra região fortemente atingida pelos temporais é a Serra Gaúcha. Em Gramado, duas pessoas, mãe e filha, de 86 e 51 anos, morreram na tarde deste sábado (18) depois que a casa onde elas moravam foi atingida por um deslizamento de terra. Outras três pessoas foram resgatadas com ferimentos leves dos escombros de uma casa que também desabou.

Um deslizamento de terra à beira da BR-470, entre as cidades de Bento Gonçalves e Garibaldi, destruiu parcialmente três empresas e atingiu três carros, que passavam pela estrada nesta manhã. Ninguém ficou ferido.

Em todo o estado, motoristas enfrentam interdições em pelo menos 60 trechos de estradas, que estão com bloqueios totais ou parciais devido a deslizamentos de encostas.