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Família refugiada do Afeganistão busca vida nova e abre restaurante de comida típica do Oriente Médio em Sorocaba

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Por PATRICIA em 17/11/2023 às 07:30:29

Há quase um ano na cidade, Sohrab Samim e Zakia Samim, juntos dos três filhos, se reinventam todos os dias, vencendo várias barreiras, incluindo a do idioma. A família abriu um restaurante que faz delivery de comidas típicas do Oriente Médio. Família Samim recomeça, em Sorocaba (SP), com venda de comida Afegã, na zona norte da cidade

Marcel Scinocca/g1

Uma família de refugiados do Afeganistão escolheu o Brasil para recomeçar a vida, mais especificamente, a zona norte de Sorocaba (SP), onde abriram um restaurante com delivery de comida típica do Oriente Médio.

Há quase um ano na cidade, Sohrab Samim e Zakia Samim, juntos dos três filhos, se reinventam todos os dias, vencendo várias barreiras, incluindo a do idioma. Eles carregam na história o sofrimento da guerra, e a dor de perder familiares nos ataques do talibã, que tomou o país em 2021.

Falafel faz parte do cardápio da comida afegã, vendida por família refugiada em Sorocaba (SP)

Marcel Scinocca/g1

A decoração, o tapete, a música, a bandeira e os costumes, como deixar os calçados na porta são indícios que mostram o quanto a cultura afegã está presente, mesmo que seja em uma cidade no interior de São Paulo. Na cozinha, são preparados pratos típicos, como bolani, falafel e kabuli palao.

"Abri a cozinha há dois meses para sustentar a minha família. Estou muito feliz e agradeço a gente boa do Brasil por me apoiar", diz Zakia.

Conforme Sohrab, os atendimentos são feitos pelo telefone. Como falam pouco português, utilizam aplicativos de tradução e um pouco de inglês para se comunicar com os clientes.

Os ingredientes são selecionados com muito cuidado, de acordo com Sohrab. A maior parte vem de outros países, como o arroz indiano e o feijão afegão. Tudo é feito com muito capricho e seguindo as regras de higiene e limpeza.

Bolani, massa recheada de origem no Oriente Médio, também faz parte do cardápio de família afegã que vivem em Sorocaba (SP)

Marcel Scinocca/g1

"Eu espero que os meus amigos brasileiros venham para a cozinha da Zakia. Vocês vão gostar de comer e vão nos ajudar a começar uma nova vida. E que vocês tenham um tempo de paz e tranquilidade", termina Sohrab.

Sentimento de gratidão

Família Samim antes de mudar para o Brasil

Arquivo Pessoal

Antes de mudar para o Brasil, a família vivia na capital Cabul. Sohrab exercia a atividade de jornalista no seu país de origem. Ele conta que pertencia ao exército e que seu pai morreu durante um ataque do talibã. O rapaz chegou a atuar, inclusive, em confrontos contra o grupo terrorista.

"Nos últimos anos, trabalhei como apresentador de rádio e televisão, e, depois disso, servi na Força Policial Afegã durante 10 anos como porta-voz de Segurança e Ordem Pública. O meu pai, o coronel Fazl al-Rabi Samim, foi morto pelos talibãs", conta.

Nos últimos dias antes da invasão talibã, Sohrab conta que estava prestes a se formar no curso de direito e ciência política. "Não pude comparecer à cerimônia de formatura. Escapei do extremista talibã e o governo brasileiro, ao emitir vistos, ajudou milhares de pessoas a sobreviver. Obrigado", diz.

Sohrab lutou contra o talibã antes de mudar para o Brasil

Arquivo Pessoal

Toda a receptividade e acolhimento se traduz em gratidão. Gratidão pelo país que acolheu a família Salim que, agora, mesmo com os desafios, já pode chamar de lar.

"Sou muito grata ao Brasil. Agradecemos ao país e seu povo gentil e doce. Eu amo o Brasil", diz Zakia.

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Fonte: G1

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