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Anemia falciforme: duas mil pessoas sofrem com a doença no DF

O hematologista e especialista em transplante de medula óssea do Hospital Brasília, Caique Miranda, foi o convidado do CB Saúde – uma parceria entre o Correio Brasiliense e a TV Brasília – desta quinta-feira (26/10).

Por PATRICIA em 26/10/2023 às 23:12:25

Quais os sintomas?

Dores e lesões em órgãos, que pode ser qualquer um, porque não chega o oxigênio até ele. Esse órgão pode ter infartos e entrar em disfunção orgânica, como rim, pulmão ou cérebro, por exemplo.

Pode-se identificar a doença em bebês recém-nascidos?

Pode-se identificar todos os bebês com anemia falciforme. Está incluído no teste básico do pezinho, disponível no SUS por obrigação há vários anos. É feito em todas as maternidades. só que a gente enfrenta uma dificuldade: o teste não tem um resultado imediato. Demora, em média, 20 dias. Mesmo com o teste feito, os familiares precisam ir até as unidades básicas de saúde ou maternidade para retirar o resultado e serem aconselhados, caso o diagnóstico seja positivo. Em geral, a criança está assintomática por dois meses. Depois disso, podem começar as manifestações da doença, como infecções virais e bacterianas recorrentes, porque elas têm um defeito no baço, órgão do nosso organismo que tem uma função imune. Outro sintoma, além das dores,é a falta de ar, e a criança ficar mais sujeita a derrames cerebrais.

O tratamento pode ser feito com morfina, como forma de aplacar as dores. É seguro?

A morfina é uma droga muito útil e segura quando é bem indicada. Associam-na a pacientes terminais e oncológicos ou a viciados no remédio. O problema da falciforme são as dores relacionadas a crises vaso-oclusivas, que levam a essas disfunções dos órgãos. O tratamento principal dessas crises é com analgésicos.

Como têm avançado os tratamentos com transplante e edição genética?

Transplante de medula óssea é um tratamento curativo, na maioria dos casos. É uma opção que avançou muito nos últimos anos em relação à segurança. A eficácia é indiscutível. É uma opção curativa que tem avançado muito no Brasil, mas que ainda está em número muito aquém do que a nossa população precisa, mas já conseguimos fazer de maneira muito segura em alguns centros do Brasil. Os estudos também têm avançado muito na questão da edição genética. O transplante e a terapia gênica têm como base terapias celulares. A diferença é que no transplante o indivíduo vai precisar de um doador. Na edição genética, o próprio material genético dele vai ser alterado para que ele perca essa mutação de uma hemácia doente.

Veja a entrevista completa:

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Fonte: Correio Braziliense

Tags:   ENTREVISTA
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