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Avança regularização do Setor Habitacional Vicente Pires

De acordo com a Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal (Terracap), cerca de 90% dos ocupantes de imóveis localizados em parte do Trecho 2 do Setor Habitacional Vicente Pires fizeram o cadastro junto à empresa para dar início ao processo de regularização.

Por PATRICIA em 26/10/2023 às 06:04:33

  •  Ubaldo de Oliveira mora há 23 anos na cidade e fez o cadastro por recomendação da filha Ubaldo de Oliveira mora há 23 anos na cidade e fez o cadastro por recomendação da filha Kayo Magalhães/CB/D.A Press
  •  Marcelo Ataíde preferiu não adquirir documentos provisórios mediante taxa de ocupação Marcelo Ataíde preferiu não adquirir documentos provisórios mediante taxa de ocupação Kayo Magalhães/CB/D.A Press
  •  Benfeitorias serão calculadas e abatidas dos valores finais dos imóveis Benfeitorias serão calculadas e abatidas dos valores finais dos imóveis Fotos: Kayo Magalhães/CB/D.A Press
  •  A região é uma das últimas a serem regularizadas do Trecho 2 A região é uma das últimas a serem regularizadas do Trecho 2 Kayo Magalhães/CB/D.A Press
  • Izidio Santos Junior, da Terracap, informa que os preços dos lotes ainda não foram definidos Izidio Santos Junior, da Terracap, informa que os preços dos lotes ainda não foram definidos Minervino Júnior/CB/D.A.Press
  • O professor Jeferson Ferreira, 55, é subsíndico de condomínio localizado na Rua 5, local onde mora há 18 anos. Ele conta que uma enquete foi feita para saber da disposição dos moradores em fazer o cadastro. A grande maioria, assim como ele, decidiu, sim, preencher os dados no site ou no aplicativo da Terracap. Mas ele revela que a própria síndica do condomínio preferiu não se cadastrar. "O entendimento que eu tenho é que virou uma questão politica. Aqui, em Vicente Pires, tem muitas divergências políticas entre associações, a administração regional e alguns parlamentares distritais", avalia Jeferson, que também não quis a opção pelo pagamento da taxa de ocupação. 

    Ubaldo de Oliveira Nunes, 80, também fez o cadastro, visando o desconto de 25% concedido para os pagamentos à vista no primeiro edital de venda direta, que deve ser publicado próximo ano, de acordo com a Terracap. "Eu consultei minha filha, que trabalha no Superior Tribunal de Justiça (STJ), e ela me disse que não tinha problema em fazer o cadastro, já que é para a Terracap saber quem são os ocupantes dos lotes. Eu sei que existe o registro do IPTU, mas pode haver casos que está em nome de outra pessoa diferente de quem ocupa o imóvel hoje em dia", observa o aposentado. "Processo de regularização precisa passar pelos órgãos competentes. Em toda terra pública, o ocupante tem que pagar uma taxa seja para União, ou para Terracap, que é o caso daqui", conclui. 

    O presidente da Associação de Moradores de Vicente Pires e Região (Amovipe), Gilberto Camargos, estima que cerca de 30% dos moradores da região onde o cadastro de regularização está disponível não terão condições de arcar com os custos do processo. "A terra ainda é da União e queremos que continue assim. A Terracap está cobrando um valor muito elevado para os imóveis. Entramos com uma ação civil pública contra o processo de regularização. Uma imobiliária cobraria valores mais baixos", avalia Gilberto, embora a Terracap ainda não tenha feito a avaliação dos valores dos imóveis.

    A taxa de ocupação, segundo o presidente da associação, funcionaria como um aluguel cobrado pelo GDF aos moradores da região. "Além disso, os valores pagos não serão descontados do preço do imóvel no momento da regularização, sendo que, desde sempre, pagamos IPTU", frisa. Camargos também reclama que a Amovipe, ao contrário de outras associações de Vicente Pires, não foi chamada para participar das discussões acerca do processo de regularização. "Também há o problema dos idosos, que não têm mais condições de adquirir financiamentos devido à idade".

    Processo

    Diferentemente dos trechos 1 e 3, que sempre foram da empresa, os trechos 2 e 4 eram originalmente da União, mas foram repassadas para o GDF ano passado e agora estão em fase de registro de cartório. O presidente da Terracap, Izidio Santos Junior, explicou ao Correio que a etapa de cadastramento é o primeiro passo para a regularização, mesmo processo que, segundo ele, foi aplicado igualmente em outros trechos de Vicente Pires, em Arniqueiras e no Jardim Botânico.

    "Isso é uma lei federal. A única diferença que tem agora, nesse caso, é que, com a mudança da legislação, decretada pelo governador, uma etapa que você só poderia fazer depois da escritura, poderá ser feita antes. Agora você pode ter o alvará e Habite-se provisórios, assinando um contrato com a Terracap e pagando uma taxa de concessão mensal que é de 0,3% ao mês da terra nua. O cadastramento tem absolutamente nada a ver com isso", esclareceu.

    De acordo com o presidente, após o cadastramento, a Terracap vai promover a venda direta do imóvel, o que deve acontecer ano que vem. Ele destacou que na atual situação, os moradores têm construções em cima de terras que não são delas e que a regularização vai dar a chance para elas comprarem o imóvel. Ele confirma que a taxa de ocupação não será deduzida do valor cobrado na venda direta. "Se você mora em um apartamento que não é seu, você vai pagar um aluguel. É um contrato de concessão, que vai dar o mesmo direito que uma pessoa que tem um alvará e um Habite-se tem para adquirir um financiamento", explicou.

    Izidio alerta que a Terracap fará venda direta de imóveis para moradores não cadastrados, mas sem benefícios de quem se cadastrou. "Quando chegar o 1º edital de venda direta, o ocupante do imóvel tem a opção de pagar à vista com 25% de desconto no primeiro chamamento. A partir do segundo, ele não tem mais direito a esse desconto, mas permanece o direito de comprar o imóvel. O pagamento à vista pode ser por meio de financiamento", antecipa Izidio.

    Valor do imóvel

    O presidente da empresa também explicou para a reportagem o cálculo do valor do imóvel. "O cálculo é feito a partir de uma avaliação feita à época do edital, que é assinada por um engenheiro avaliador e tem validade de apenas seis meses. Naquele momento, o imóvel vai ter um valor "x". Há uma conta da infraestrutura que foi executada pelos ocupantes em áreas públicas desde que esteja documentada. Esse valor é dividido pela quantidade de lotes e é abatido do preço final. Existe muita gente falando de que os imóveis vão ser vendidos por esse ou aquele valor, mas nem chegou a esse momento ainda. Ainda não tem as avaliações. Quem está falando isso está falando muito prematuramente e sem conhecimento algum".

    Decreto do governador

    Decreto Distrital nº 44.860/2023 tratam de emissões de alvarás para obras em lotes de propriedade pública, localizados em áreas de regularização fundiária, cujo projeto ainda não esteja registrado em cartório.

    O objetivo do decreto é estabelecer condições para que a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) e os demais órgãos de aprovação possam analisar os projetos, observando os usos e parâmetros urbanísticos previstos nas diretrizes de cada setor, bem como no Código de Obras e Edificações.

    Casas e comércios contemplados pelo cadastramento

    - Rua 10 a partir da chácara 176, passando chácaras 177, 178, 179, 101 até 90;

    - Rua 03 a partir da chácara 90, passando pelas chácaras 89 até 88;

    - Rua 08 a partir da chácara 185, passando pelas chácaras 184, 183, 182, 103 até 88; e

    - Rua 05 chácaras 179, 180, 181, 182, 101/1, 102 e 103.

    Saiba Mais

     

    Fonte: Correio Braziliense

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