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Vacina contra cocaína e crack da UFMG vence Prêmio Euro; € 500 milhões

A vacina brasileira contra cocaína e crack da UFMG venceu o Prêmio Euro Inovação de Saúde.

Por PATRICIA em 20/10/2023 às 07:20:24

A vacina brasileira contra cocaína e crack da UFMG venceu o Prêmio Euro Inovação de Saúde. A Calixcoca ganhou na categoria "Destaque". Ela atua de forma preventiva no tratamento de dependentes químicos.

A equipe de cientistas recebeu 500 mil euros, o equivalente a R$ 2.532.200,00. O Prêmio Euro, é organizado pela multinacional farmacêutica Eurofarma, que atua em 20 países, e foi divulgado esta semana em São Paulo.

"Essa conquista representa uma grande vitória para a comunidade de pesquisadores da UFMG e para a ciência brasileira. A Calixcoca traz esperança por se apresentar como uma importante alternativa de tratamento contra as drogas", afirmou Frederico Garcia, coordenador da pesquisa e professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina,

Esforço coletivo

A vacina brasileira foi a mais votada por médicos de 17 países e superou outras 11 finalistas.

A conquista do Prêmio Euro é resultado de um desafio coletivo de levar adiante a pesquisa da vacina contra crack e cocaína, disse o professor.

"Desenvolver ciência na América Latina não é fácil. A UFMG é, hoje, uma universidade que está fazendo a diferença", disse ele.

Quando será colocada em uso

A reitora da UFMG, Sandra Goulart Almeida, comemorou a vitória da equipe de cientistas e falou quais serão os próximos passos para que a vacina seja colocada para uso.

"Há, ainda, um longo caminho a percorrer, e esse prêmio nos estimula a continuar trabalhando para que a vacina cumpra todas as suas etapas de desenvolvimento", destacou a reitora.

Independentemente disso, para os pesquisadores, a conquista do Prêmio Euro é sobretudo o reconhecimento do empenho de um grupo imenso pela causa social.

Como é a vacina

O medicamento induz o sistema imune a produzir anticorpos que se ligam à cocaína na corrente sanguínea.

A ligação transforma a droga numa molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica.

O estudo foi submetido a etapas pré-clínicas para verificação de segurança e eficácia para tratamento da dependência de crack e cocaína.

Também foi observada a prevenção de consequências obstétricas e fetais da exposição às drogas durante a gravidez em animais.

Frederico Garcia destacou os resultados obtidos até o momento nos testes da Calixcoca. Mas alertou sobre os cuidados que se deve ter.

“Ela não seria indicada indiscriminadamente para todas as pessoas com transtorno por uso de cocaína. É preciso fazer uma avaliação científica para identificar com precisão como ela funcionaria e para quem, de fato, ela seria eficaz", alertou.

Nos testes foi possível observar ainda que a vacina quando aplicada em ratas grávidas produziu níveis significativos de anticorpos. Houve ação da droga sobre a placenta e o feto, com menos complicações obstétricas, maior número de filhotes e maior peso do que as não vacinadas.

Enfrentamento à doença

A vacina deve ser utilizada como prevenção primária de transtornos mentais, como no caso da proteção aos fetos gerados por dependentes de cocaína grávidas que forem vacinadas, algo inédito na psiquiatria.

O que se pretende é enfrentar a dependência em cocaína e seus derivados, como o caso do crack, que é uma mistura da substância com bicarbonato de sódio ou amônia.

O crack e a cocaína são consumidos por mais de 18 milhões de pessoas no mundo, segundo as Nações Unidas. Pelos menos 25% destas pessoas se tornam dependentes, sendo o Brasil o segundo maior consumidor, atrás apenas dos Estados Unidos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Classificação Internacional de Doenças (CID) considera a dependência química uma doença que deve ser tratada no âmbito da saúde mental.

Em geral, o dependente químico, seja de cocaína, crack e outros, quando tratado, é submetido a uma desintoxicação, recondicionamento e terapias, além do uso de medicamentos.

Nos casos mais graves, há dependentes químicos que desenvolvem transtornos mentais e de comportamento devido o uso de drogas.

O tratamento do dependente

O professor ressaltou a urgência em buscar alternativas para o tratamento para a dependência química.

"Sabemos como é difícil ter uma pessoa dependente em casa, como é sofrido para um acometido pela dependência ter que lidar com a ambivalência de usar ou não droga", afirmou o pesquisador.

Em seguida, Frederico acrescentou que: "Ainda mais difícil para uma gestante dependente proteger seu feto e lidar com a dor da abstinência. Temos essa missão".

Além de Frederico Garcia, os estudos reúnem os professores Maila de Castro, da Faculdade de Medicina, Gisele Goulart, da Faculdade de Farmácia, Ângelo de Fátima, do Instituto de Ciências Exatas (Icex).

Os pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (NAVeS) Paulo Sérgio de Almeida, Raissa Pereira, Sordaini Caligiorne, Brian Sabato, Bruna Assis, Larissa do Espírito Santo e Karine Reis também fazem parte da equipe.

A vacina venceu outras pesquisas, como a SpiN-Tec, também da UFMG, vacina contra a covid-19 que foi agraciada com 50 mil euros por ser uma das vencedoras na categoria Inovação em terapias.

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O tratamento do dependente

O professor ressaltou a urgência em buscar alternativas para o tratamento para a dependência química.

"Sabemos como é difícil ter uma pessoa dependente em casa, como é sofrido para um acometido pela dependência ter que lidar com a ambivalência de usar ou não droga", afirmou o pesquisador.

Em seguida, Frederico acrescentou que: "Ainda mais difícil para uma gestante dependente proteger seu feto e lidar com a dor da abstinência. Temos essa missão".

Além de Frederico Garcia, os estudos reúnem os professores Maila de Castro, da Faculdade de Medicina, Gisele Goulart, da Faculdade de Farmácia, Ângelo de Fátima, do Instituto de Ciências Exatas (Icex).

Os pesquisadores do Núcleo de Pesquisa em Vulnerabilidade e Saúde (NAVeS) Paulo Sérgio de Almeida, Raissa Pereira, Sordaini Caligiorne, Brian Sabato, Bruna Assis, Larissa do Espírito Santo e Karine Reis também fazem parte da equipe.

A vacina venceu outras pesquisas, como a SpiN-Tec, também da UFMG, vacina contra a covid-19 que foi agraciada com 50 mil euros por ser uma das vencedoras na categoria Inovação em terapias.

Financiamento público

A Calixcoca é financiada pelos governos federal e de Minas Gerais e com recursos de emendas parlamentares, e sua continuidade depende de mais recursos.

Em agosto, a reitora Sandra Goulart Almeida e o professor Frederico Garcia apresentaram o projeto ao Ministério da Educação e pediram poio governamental para dar prosseguimento aos testes.

Em julho, o secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, anunciou, durante visita da ministra Nísia Trindade à UFMG, o repasse de R$ 10 milhões.

Aqui detalhes do trabalho realizado pela UFMG

UFMG vence Prêmio Euro com vacina contra crack e cocaína

Fonte: Só Noticia Boa

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