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'Vamos privilegiar os blocos com história', diz prefeito sobre o número de desfiles no carnaval de rua em 2024

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Por PATRICIA em 17/10/2023 às 05:51:30

Eduardo Paes e representantes da Riotur e da empresa responsável pela organização do carnaval popular anunciaram o cronograma de inscrição dos blocos. Calendário oficial completo será divulgado em dezembro. Réveillon terá 12 palcos em 10 bairros; Bangu e Praça Mauá pela primeira vez

O prefeito Eduardo Paes (PSD) disse que o critério para a aprovação dos pedidos de autorização dos desfiles do carnaval de rua em 2024 levará em consideração a história de cada bloco e sua ligação com os locais onde pretendem desfilar.

De acordo com o chefe do poder executivo municipal, a tendência é que o número de blocos não tenha um aumento em relação ao carnaval do ano passado, quando 415 blocos realizaram 456 desfiles oficiais no Rio.

"O critério para liberação dos blocos é o excesso de concentração e demanda por blocos (...) Vamos privilegiar os blocos que tem história, que estão estabelecidos a mais tempo e que tem relação com aquela região da cidade", disse Paes.

"Não estamos buscando aumentar o número de blocos. A ideia é sempre buscar, se for necessário, a partir da avaliação do ano anterior, até uma redução", completou.

Foliã vidente se diverte no Bloco Areia

Gustavo Stephan /Riotur

Durante a coletiva de imprensa sobre o réveillon e o carnaval na última segunda-feira (16), no Hotel Copacabana Palace, na Zona Sul, o prefeito também criticou o aumento do número dos blocos comerciais, que quase sempre buscam as regiões mais nobres.

"Não é possível que a cada ano surja um bloco comercial diferente. Nada contra, mas a ideia é ampliar a participação dos blocos em outras regiões da cidade", justificou.

Também presente no evento, o diretor de operações da Riotur, Luiz Gustavo Mostof, acredita que o número total de blocos deve ser mantido para o ano que vem.

90% da documentação entregue

Na avaliação da Riotur e da Dream Factory, empresa que venceu a licitação para organizar o carnaval de rua nos próximos três anos, outro ponto positivo foi a antecipação da entrega de documentação para a inscrição dos blocos do Rio.

Em março, logo após o carnaval de 2023, a principal reclamação dos organizadores dos blocos era em relação a burocracia e o pouco tempo para a apresentação da documentação necessária para os desfiles oficiais.

Ao g1, eles disseram que a burocracia desanima quem pensa em desenvolver a cultura do carnaval de rua na cidade.

Bloco Me Esquece desfila no Jardim Botânico

Fernando Maia/Riotur

Para tentar amenizar o problema, a Riotur e a Dream Factory decidiram antecipar o cronograma de obrigações dos blocos. A ideia é que o calendário oficial possa ser divulgado em dezembro.

Segundo Luiz Gustavo, 90% das autorizações que são de responsabilidade do município já foram entregues.

"Nós já estamos com quase 90% das autorizações de documento preliminar, entregues para os blocos. Quase todo o carnaval já está com seu documento da prefeitura. A partir dai eles vão aos órgãos estaduais para buscar as autorizações (definitivas)", explicou o diretor da Riotur.

De acordo com o cronograma da Riotur, a abertura das inscrições aconteceu em junho. Os blocos tiveram até agosto para se inscreverem. Entre os dias 2 de agosto e 18 de setembro, os órgãos da prefeitura fizeram a avaliação dos pedidos.

Até o final de setembro, a Riotur respondeu os organizadores dos blocos com a liberação do documento de cadastro preliminar ou a resposta negativa. Ainda assim, os blocos tiveram um prazo para apresentarem recursos, com o objetivo de reverter a decisão contrária.

Nesta terça-feira (17) termina o prazo para a prefeitura responder aos pedidos de revisão de parecer e liberação do documento de cadastro preliminar.

A partir de quarta-feira (18), os representantes dos blocos vão precisar procurar os órgãos do estado, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Civil. Nesses órgãos, eles precisarão apresentar uma nova documentação que comprove que estão em conformidade com as leis de segurança do estado.

Eles terão até o dia 12 de novembro para concluírem essa nova etapa.

Calendário oficial será divulgado em dezembro.

Raoni Alves / g1 Rio

Entre os dias 13 de novembro e 8 de dezembro, será o período para a conferência dos documentos recebidos e liberação ou não do documento de cadastro efetivado.

A previsão da Riotur é que tudo esteja resolvido até o dia 11 de dezembro.

Regras mais rígidas para patrocínios de blocos

Desde 2010, a Dream Factory é a empresa responsável pela produção do carnaval de rua do Rio de Janeiro. Contudo, ao vencer a licitação para a organização do evento de 2024 a empresa também conseguiu garantir a produção dos carnavais de 2025 e 2026. Essa era uma reivindicação antiga da empresa.

A Dream Factory ficará responsável pela infraestrutura da festa, da instalação de banheiros químicos até a decoração, passando pelo cercamento de canteiros, cadastro de ambulantes e montagem de outras estruturas. Veja todos os itens estabelecidos no contrato.

Sanitários;

postos médicos;

ambulância;

maqueiro;

inscrição de promotores de venda;

coleta seletiva;

proteção de canteiros e monumentos;

controladores de tráfego;

sinalização e equipamento de orientação viária;

painel de mídia variada;

utilização de mecanismo de informação turística;

e programação visual da cidade.

Um dos pontos mais polêmicos do caderno de encargo é em relação aos patrocinadores do evento. A prefeitura entende que o carnaval é um evento que custa caro e pertence a cidade. Por conta disso, as áreas públicas devem ser "vendidas" pelo município para os patrocinadores do carnaval de rua como um todo.

Contudo, essa lógica esbarra no planejamento de muitos blocos de bairros, que contam com pequenos patrocinadores, muitas vezes do comércio local, para pagarem seus gastos com carro de som, músicos e etc..

Bloco do Barbas toma as ruas de Botafogo

Eduardo Pierre / g1 Rio

De acordo com Eduardo Paes, a estratégia do município evita o chamado "marketing de emboscada", quando pequenos anunciantes utilizam espaços públicos pagando menos e sem um retorno para a prefeitura.

"Essas são festa especiais, em datas especiais. É obvio que a gente não pode ficar refém daquilo que se chama de marketing de emboscada, quando o sujeito se aproveita de uma festa que custa caro para a cidade e por custar caro os patrocinadores pagam aquela conta. Aí vem um malandro e gasta um dinheiro colocando uns cartazes e galhardetes e acabam pagando nada por essa festa. A ideia é valorizar a festa", comentou Paes.

Duda Magalhães, presidente da Dream Factory, explicou que os organizadores de blocos estão autorizados a colocarem suas marcas nos carros de som, em suas camisetas e em espaços privados. Contudo, segundo ele, todo local público deve ser respeitado.

"É legitimo para o bloco o direito de citar seu próprio patrocinador, o direito de colocar a marca do seu apoiador na sua roupa, eventualmente a marca naquele carro de som, e etc.. Até aí são exemplos relativamente simples e fáceis de a gente entender. O que fica cinzento é quando isso vai para a rua. Ai não é necessariamente um espaço do bloco. É um espaço da cidade do Rio de Janeiro, que decide entregar como contrapartida ao investidor patrocinador para prover aqueles itens do caderno de encargos", explicou Magalhães.

"É importante a gente traduzir que a estrutura que é provida pelo caderno de encargos, oriunda do financiamento privado do patrocinador ela se traduz em benefício para os blocos. Na hora que tem banheiro, que tem ambulância, na hora que tem posto médico, na hora que tem orientador de trânsito, uma série de itens desse enxoval. Então os blocos de alguma maneira se beneficiam diretamente disso", completou.

15 mil ambulantes na festa

Outra obrigação da Dream Factory para a realização do carnaval de rua é o cadastro dos vendedores ambulantes oficiais.

Segundo a empresa, esse ano serão 15 mil vendedores ambulantes cadastrados trabalhando nos cerce de 450 desfiles da cidade entre o pré-carnaval e o pós-carnaval do Rio.

As vagas serão sorteadas. As datas para a inscrição dos trabalhadores nesse sorteio ainda serão divulgadas.

Ambulantes no carnaval do Rio (Imagem de arquivo)

Guilherme Brito/G1

De acordo com a Dream Factory, os vendedores autônomos (ambulantes) serão credenciados e receberão um kit para trabalharem de forma regular no Carnaval, ficando a compra dos produtos a critério de cada vendedor, respeitadas as regras de ordem pública.

Sobre a liberação dos vendedores ambulantes poderem decidir qual marca ou tipo de bebida poderão vender durante os desfiles no Rio, sem entrar em conflito com as regras sobre os patrocinadores globais da festa, a Riotur informou que não existe padronização da venda de bebida alcoólica nos blocos de carnaval.

Fonte: G1

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