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Iguana-verde: conheça a única espécie de iguana que ocorre no Brasil

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Por PATRICIA em 14/10/2023 às 05:25:30

Foto: Reprodução internet

Animal chega a medir 1,80 metros de comprimento e se adapta facilmente a ambiente diversos. Em algumas regiões, réptil sofre com o tráfico ilegal de animais silvestres. Iguana-verde ocorre nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil

Lucas de Souza Almeida

Iguana-verde pode ser encontrada do norte do México até o Brasil, mais precisamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do nosso país

Lucas de Souza Almeida

Entre as quase 12 mil espécies de répteis existentes no mundo, somente 44 são de iguanas. Dessas, apenas uma habita o território brasileiro: a iguana-verde (Iguana iguana).

Iguanas são lagartos que naturalmente habitam o continente Americano, e alguns pontos das ilhas presentes na porção sul do Oceano Pacífico, como as ilhas de Fiji e de Vanuatu, localizadas na Oceania.

No Brasil , a iguana-verde pode ser encontrada nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, mas a espécie não é exclusiva daqui, vivendo também do México até a Bolívia.

"É notável a capacidade que essa espécie desenvolveu de se adaptar às distintas características ambientais ao longo de todo esse espaço geográfico, explorando vários ambientes diferentes, e tendo contato com várias culturas e povos. Por ser um animal grande e que chama a atenção das pessoas, a iguana-verde acabou recebendo vários nomes populares também, como calango-verde, camaleão, tijubú, iguana-de-ribera, gallina de palo e assim por diante", explica o herpetólogo Lucas de Souza Almeida..

Diferente da maior parte das outras iguanas que vivem no chão, a que ocorre no Brasil prefere ficar em árvores, onde consegue obter alimento e proteção de predadores. Para escalar, faz uso de garras fortes e dedos compridos, utilizando a cauda para se equilibrar.

Para escalar, iguana faz uso de suas garras e dedos fortes e compridos

Lucas de Souza Almeida

De hábito diurno, a iguana-verde é majoritariamente herbívora. "Essas iguanas se alimentam quase que exclusivamente de material vegetal, o que significa uma dieta fibrosa e que demanda mais tempo de digestão. Por isso, passam boa parte das suas horas paradas, descansando e digerindo o alimento", esclarece o pesquisador.

Ainda segundo ele, apesar do nome, a coloração da iguana-verde pode apresentar diversas variações, desde tons cinzas até o esverdeado bem vivo, verdes mais escuros ou acastanhados. Em algumas populações na América Central, esses animais podem apresentar tons levemente alaranjados.

"Essas cores promovem uma camuflagem desses animais nas copas das árvores ou nos troncos, escondendo-as de predadores como gaviões e águias, em meio ao verde das folhas e o castanho-acinzentado das madeiras", acrescenta.

As iguanas-verde também conseguem alterar as cores do seu corpo, tornando sua pele mais escura ou mais vibrante. "Esse comportamento ocorre em outros lagartos e pode estar relacionado a uma série de coisas, desde sinais visuais para outros indivíduos, melhorar a camuflagem e até mesmo para facilitar a capacidade do corpo de absorver o calor do ambiente, contudo, pesquisas sobre essas alterações de cor comportamentais ainda são necessárias, para que possamos entender melhor os mecanismos e as razões para isso", completa Almeida.

Iguana-verde também consegue alterar as cores do seu corpo, tornando sua pele mais escura ou mais vibrante

Lucas de Souza Almeida

Mais informações

As iguanas-verdes possuem dimorfismo sexual, sendo os machos, de um modo geral, maiores que as fêmeas. A cabeça deles é mais larga e mais comprida, a papada é muito mais desenvolvida, assim como a crista dorsal e a cefálica (os "espinhos" nas costas e na cabeça). Nas coxas desses lagartos existem poros, mas Aas fêmeas não apresentam esses poros femorais muito desenvolvidos, enquanto os machos sim. São esses poros que liberam substâncias oleosas, com odor, que servirão para atrair as fêmeas durante o período reprodutivo e para demarcar territórios, para que outros machos se mantenham afastados.

Um grave problema enfrentado pela espécie é o tráfico ilegal de animais silvestres voltado principalmente para o mercado pet. Entretanto, há ainda outra possibilidade pode ameaçar a espécie localmente.

"Em algumas culturas, tanto na América Central quanto na América do Sul, consumir a carne e os ovos da iguana-verde é algo usual e histórico, sendo uma fonte de proteína animal bastante explorada. A depender da cultura, o consumo da espécie também carrega consigo algumas crenças como a ideia de que os ovos são afrodisíacos", diz Almeida.

Espécie possui capacidade de se desenvolver e se adaptar às distintas características ambientais

Lucas de Souza Almeida

Apesar disso, ainda de acordo com o pesquisador, as iguanas são animais que se adaptam bem em ambientes tropicais e que, por inúmeros motivos biológicos, conseguem se estabelecer e ter muito sucesso reprodutivo em novas regiões em que elas não eram nativas.

Conforme populações se fixam em uma nova área, elas podem vir a crescer de maneira descontrolada, gerando problemas ambientais que causam desequilíbrios na flora e na fauna do original do local. "Essa é uma das curiosas contradições: em alguns lugares onde o animal era nativo ele está sumindo, mas em outras regiões, a espécie está invadindo", alerta.

Indivíduos podem medir 1,80 metros de comprimento e se alimentam quase que exclusivamente de material vegetal

Daniel Perrella

De modo geral, esses lagartos não oferecem riscos às pessoas. "São animais dóceis e que preferem fugir sempre que alguma potencial ameaça se aproxima, exceto quando perseguidos, acuados ou importunados", ressalta o herpetólogo. A orientação é nunca encostar em animais selvagens.

Para se defenderem de possíveis predadores na natureza as iguanas-verdes batem a cauda como se fosse um chicote. "Caso isso não seja suficiente para afastar o predador, pode vir a morder. Ainda assim, elas não são animais que devem ser temidos, nem perseguidos, coagidos ou mortos, é necessário apenas respeitar o espaço e os sinais desses belos lagartos", finaliza Almeida.

*Texto sob supervisão de Fernanda Machado e Nicolle Januzzi

Fonte: G1

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