Produto químico que fez moradores de comunidade em Ribeirão Preto passarem mal é feito à base de amônia, diz Cetesb

Material tóxico foi descartado irregularmente na comunidade Mário Covas. Cerca de 400 famílias precisaram deixar as casas na noite desta sexta-feira (6). Comunidade Mário Covas tem área isolada por conta de produto tóxico em Ribeirão Preto, SP

O produto químico que fez moradores da comunidade Mário Covas, na zona Norte de Ribeirão Preto (SP), passarem mal na noite desta sexta-feira (6) é feito à base de amônia. A informação foi confirmada neste sábado (7) pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb).

O material foi descartado irregularmente na comunidade, localizada no bairro Adelino Simioni, e liberou um gás tóxico. Por conta disso, cerca de 400 famílias precisaram deixar as casas.

"Consegui avaliar que é um produto que contém amônia. Coletamos uma amostra para mandar ao laboratório para fazer uma análise e estamos junto com a Polícia Civil buscando identificar quem é que lançou o resíduo para fazer com que ele retire", disse Otávio Okano, diretor da Cetesb.

Ainda de acordo com Otano, a chuva pode ter influenciado na reação do produto, que, apesar de já ter tido a composição observada, ainda não foi identificado.

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Área de comunidade onde produto químico foi descartado irregularmente, em Ribeirão Preto

Reprodução/EPTV

Risco e contenção emergencial

O diretor da Cetesb alerta para o risco, inclusive de morte, da intoxicação pelo produto. Como medida emergencial, as equipes decidiram fazer um aterro no ponto onde ele foi descartado.

"Tem o risco grande. A sorte é que você não tem uma emanação muito grande. De acordo com uma orientação que fizemos conjunta com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, vamos cobrir o material todo e compactar o solo para minimizar a emanação da amônia."

O trabalho emergencial é realizado para que os moradores possam retornar às casas. Depois, a previsão é de que o material seja retirado.

Desespero dos moradores

À EPTV, afiliada da TV Globo, uma líder da comunidade relatou que, por conta do gás tóxico liberado pelo produto, algumas pessoas passaram mal e tiveram dificuldades para respirar. Elas receberam atendimento médico e passam bem.

"Teve que esvaziar a comunidade rapidamente, não teve como a gente esperar órgão público vir socorrer. A gente teve apoio do Corpo de Bombeiros no momento, para estar orientando a gente. Muita gente passou mal, vomitou", disse a líder, Kety Nunes de Souza.

Equipes do Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, Cetesb, Guarda Civil Metropolitana e da prefeitura foram acionadas e isolaram a comunidade.

A Secretaria de Assistência Social providenciou abrigos às famílias que tiveram de sair de casa.

Até a publicação desta reportagem, nenhum suspeito pelo descarte do produto havia sido identificado.

Famílias tiveram de deixar comunidade em Ribeirão Preto após descarte irregular de produto químico

Daniel Delfino Jacinto

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