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Delegada começa a ouvir alunas que acusam acadêmico de história de assédio e ameaças dentro da Ufac

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Por PATRICIA em 26/09/2023 às 14:03:29

Elenice Frez diz que delegacia não recebeu pedido de medida protetiva, mas que vai ouvir vítimas e o acusado. Presidente da Adufac compareceu à Deam nessa segunda-feira (25) para pedir providências além do meio acadêmico. Alício Lopes de Souza é acusado de assédio contra mulheres do curso, além de homofobia, intolerância religiosa, agressões verbais, e uso de bebida alcoólica e drogas ilícitas no bloco e durante as aulas

Arquivo pessoal

A Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) começou a ouvir as alunas da Universidade Federal do Acre (Ufac), que acusam o acadêmico de história Alicio Lopes de Souza de abuso sexual e ameaças dentro do campus em Rio Branco. A investigação começou após a Associação de Docentes da Universidade Federal do Acre (Adufac) ir até a delegacia pedir providência sobre o caso.

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A delegada Elenice Frez, que está a frente das investigações, disse que não há previsão legal para uma medida protetiva coletiva, como chegou a propor a Adufac, mas disse que o caso segue sendo apurado. As vítimas e o suspeito devem ser ouvidos no inquérito, mas destacou ainda que ocaso não se encaixa na Lei Maria da Penha.

A presidente da Adufac, professora Letícia Mamed, compareceu à Deam na segunda junto a vítimas que relatam terem sido assediadas por Alicio Lopes de Souza, estudante do curso de bacharelado em História da Ufac. De acordo com a delegada, todos os envolvidos serão ouvidos.

"Não tenho conhecimento de pedido de medida protetiva coletiva, até porque não existe previsão legal para isso. Pode ser que eles tenham entrado com um pedido nesse sentido, mas, na Deam não foi feito. O caso não ocorreu no contexto da Lei Maria da Penha, então, estão sendo adotadas as providências legais para investigar os fatos e responsabilizar o autor", disse.

A presidente da Adufac informou que a associação segue em busca de mobilizar outras vítimas para que formalizem denúncias e esperam respostas ainda essa semana. "Estamos mobilizando outras vítimas para irem à delegacia, também formalizar suas denúncias", disse a professora.

Em pesquisa ao sistema judiciário, o g1 confirmou que Souza responde a um processo por ameaça e também é autor de uma ação para ser reintegrado à Polícia Militar após ter sido afastado em 1996. O g1 não conseguiu contato com o estudante.

Denúncias

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No dia 15 de setembro, o Conselho Universitário decidiu por manter Souza suspenso até que seja encerrado o processo disciplinar aberto contra ele na Ufac. Com 59 votos a favor, Souza ficou proibido de participar de atividades acadêmicas e de frequentar o campus universitário.

O Centro Acadêmico Pedro Martinello denunciou casos de abuso, importunação sexual e ameaças que teriam sido cometidos por Souza. De acordo com uma nota oficial, o centro relata que o problema acontece desde o ano passado, mas há relatos de casos ao longo dos últimos quatro anos.

Uma das vítimas, que pediu para não ser identificada, disse à Rede Amazônica Acre que era comum que Souza fizesse ameaças, e que ele não temia punições, pois teria parentes na reitoria da Ufac.

"Os guardas detiveram ele, e ele simplesmente falou que não estava armado, mas, que se estivesse, ele ia atirar em todo mundo. Era uma prática recorrente dele, ele fazia esse tipo de ameaça. Nossa coordenadora, inclusive, um dos motivos dela ter deixado o cargo, foi por medo das ameaças que ele proferia, porque ele sempre falava que não ia dar em nada, porque ele tinha parente na reitoria. A gente não está acusando, mas era algo que ele sempre usava como defesa, e também usava sempre que ele era um ex-PM, e que não seria muito difícil dele tentar fazer alguma coisa com a gente", relembra.

O g1 entrou em contato com a assessoria de comunicação da Ufac e não conseguiu retorno até esta publicação.

Fonte: G1

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