O parlamentar afirma que é preciso chegar a um determinado modal que tenha acesso interligado aos demais. Ele cita que há projetos de lei que debatem o engate dianteiro para até cinco bicicletas em um ônibus.
“Precisamos implementar isso, de fato. Mas, sobretudo, precisamos estimular que a bicicleta possa ser um meio de transporte para as nossas cidades (com locomoção) de até 15 minutos, à escola ou à faculdade. Quantos de nós não vai de carro à padaria para comprar um pão invés de usar a bicicleta”, questiona o parlamentar.
Morador da Asa Sul, o coordenador da Associação Andar a Pé — O Movimento da Gente, Wilde Cardoso Gontijo Junior, 61, destaca que os pontos fora do Plano Piloto também precisam de maior atenção do GDF para garantir a locomoção das pessoas em pouco tempo, como citou o deputado Max Maciel.
“Defendemos uma cidade em que possamos fazer todas as coisas essenciais em um raio de 15 minutos de caminhada. É uma proposta de redefinir a cidade para que a sua moradia seja próxima do comércio, da escola, do clube, da igreja, do cinema e isso faria com que a cidade fosse mais comunitária e evitaríamos a necessidade do carro para essas necessidades rotineiras”, explica.
Wilde chama a atenção que essa proposta não seria uma novidade para Brasília, que foi projetada por Lúcio Costa com o objetivo das quadras residenciais terem as atividades complementares próximas. “Aí vem o conceito de unidade de vizinhança, de quatro superquadras onde a gente tenha todos esses equipamentos à disposição”, complementa.
Na opinião de Dênio Augusto de Oliveira Moura, promotor da Rede de Promoção da Mobilidade Sustentável e do Transporte Coletivo (Rede Urbanidade), do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), a participação da sociedade é o foco do tema para que a população se sinta encorajada a usar outros meios de transporte além do carro, moto ou caminhonete.
“O modelo baseado no carro como protagonista não tem mais espaço porque está destruindo o nosso espaço e poluindo o nosso céu. A sociedade tem que ser ouvida e tem que ter a oportunidade de ser ouvida”, avalia o promotor.
Segundo Dênio, a interligação entre as regiões administrativas é falha porque há pouca atenção por parte do governo com a mobilidade urbana entre as cidades. “Temos muitos quilômetros de ciclovia, mas falta a interligação e preparação desses caminhos para quem vai trabalhar ou para a escola. Tem ciclovia que leva nada a lugar nenhum e muitas estão se deteriorando por causa de máquinas pesadas que transitam nas calçadas e ciclovias”, afirma.
Fonte: Correio Braziliense