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Um ano após morte de ganhador da Mega-Sena, réus ainda esperam julgamento no interior de SP

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Por PATRICIA em 14/09/2023 às 03:53:30

Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, levava vida considerada simples após ganhar R$ 47,1 milhões na loteria. Em setembro de 2022, morador de Hortolândia (SP) foi sequestrado, extorquido e espancado; relembre o caso. Jonas Lucas Alves Dias, de 55 anos, ganhador da Mega-Sena, assassinado em Hortolândia (SP)

Reprodução

Os cinco réus que respondem pelo assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, ganhador de R$ 47,1 milhões na Mega-Sena, ainda aguardam julgamento. O crime, que completa um ano nesta quinta-feira (14), ocorreu em Hortolândia (SP). Relembre abaixo.

Ao g1, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afirmou que o processo segue em fase de diligências. Quando esta etapa terminar, as partes poderão apresentar as alegações finais e, na sequência, será proferida a sentença.

Na última audiência realizada, os cinco acusados negaram envolvimento no caso. Todos respondem por associação criminosa e extorsão mediante sequestro seguida de morte. O segundo crime, em especial, é o que tem pena mínima de prisão mais elevada no Código Penal.

Em fevereiro deste ano, a Justiça negou um pedido de habeas corpus e manteve os cinco réus presos preventivamente. São eles:

???? Rebeca Messias Pereira Batista: forneceu os documentos para abertura de uma conta bancária para onde foi transferido dinheiro retirado do milionário da Mega-Sena.

???? Roberto Jeferson da Silva, o Gordo: responsável por abrir a conta com os dados de Rebeca, inclusive deu o endereço pessoal para abertura da conta. Também fez o saque de parte do dinheiro depositado na conta.

???? Rogério de Almeida Spínola: apontado como comparsa de Gordo, sempre visto em sua companhia nos vídeos obtidos pelo Polícia Civil.

???? Marcos Vinicyus Sales de Oliveira: após a abertura da conta pelo trio, teria dado o "start" para o crime. Seria o motorista da caminhonete S-10 vista no local onde o milionário foi sequestrado. Ele nega que tenha arrebatado a vítima, mas confirma que, de posse do cartão e senha, foi até o banco habilitar o aplicativo em um celular, onde fez as transferências via Pix.

???? Marcos Vinicius Ferreira: dono do Ford Fiesta preto que teria sido usado para sequestrar Jonas Lucas. Segundo a Polícia Civil, ele seria o responsável por manter o milionário sob ameaça, possivelmente com auxílio do revólver apreendido com ele. O suspeito nega e diz que emprestou o carro para Vini.

O g1 não localizou a defesa dos acusados.

Marcos Vinicyus Sales de Oliveira, conhecido como Vini, quinto suspeito preso por envolvimento na morte do ganhador da Mega-Sena

Polícia Civil/Divulgação

Relembre o caso

A investigação da Polícia Civil apontou que Jonas Lucas - ou "Luquinha", como era conhecido entre amigos - saiu de casa na manhã de 13 de setembro de 2022, no Jardim Rosolém, em Hortolândia, para caminhar, como sempre fazia, levando carteira e documentos.

No percurso, o milionário foi sequestrado por criminosos que o mantiveram sob ameaça por cerca de 20 horas. No dia seguinte, a vítima foi encontrada às margens da Rodovia dos Bandeirantes com sinais de espancamento e socorrida ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que cerca de R$ 20 mil foram retirados da conta da vítima por meio de transferências bancárias e via Pix, e que o cartão de débito foi levado pelos criminosos.

Veja imagens do ganhador da Mega-Sena antes do crime

Prêmio motivou o crime, diz Polícia Civil

Preso ateou fogo a celular antes de ser capturado

Relembre crimes contra milionários premiados

Para a delegada que comandou a investigação, Juliana Ricci, os cinco réus agiram motivados pelo prêmio. Além disso, Ricci rechaçou a versão de alguns dos acusados de que teriam apenas fornecido documentos ou agido com a intenção de cometer estelionato.

"Investigamos todos eles como integrantes, todos tinham suas tarefas. Alguns dos presos alegam que iriam praticar crimes menores, como estelionato, mas o que temos até agora é apenas a conta aberta em que depositaram dinheiro da vítima. Não tem outra conta, não tem outras vítimas", falou à época em que o quinto suspeito foi preso.

Transferência de R$ 3 milhões

Fantástico mostra as últimas imagens do ganhador da Mega-Sena que foi assassinado

Em áudios obtidos pelo Fantástico (ouça acima), Jonas Lucas pede à gerente do banco que libere uma transferência de R$ 3 milhões a partir da conta dele, mas sem sucesso. Os pedidos foram feitos enquanto ele estava sob o poder do grupo.

"Não chegou nada do comprovante, consegue agilizar isso pra mim?", falou Jonas em uma das mensagens de áudio. "Tô aqui na fazenda, preciso fechar isso aqui hoje", afirmou, em outro momento.

A delegada explicou que a transferência foi negada porque "o valor era irreal". "Ele estava subjugado, disso nós temos certeza. Pede transferência bancária, que obviamente foi negada porque o valor era irreal para ser transferido sem ser presencialmente", destacou.

Comoção e irmãos escondidos

O velório e sepultamento de "Luquinha" aconteceu no dia 16 de setembro de 2022 e reuniu cerca de 50 pessoas, entre amigos e familiares, no Cemitério da Saudade, em Sumaré (SP). Um ônibus foi disponibilizado para levar vizinhos e conhecidos para a cerimônia.

Considerado um homem simples, Jonas Lucas não tinha os pais vivos nem era casado, e morava com uma irmã e um irmão na mesma casa que tinham antes do prêmio da loteria, no Jardim Rosolém. Vizinhos ficaram chocados com o crime.

Assustados, os irmãos da vítima deixaram a casa em que moravam no bairro após o crime, conforme um amigo da vítima revelou à EPTV, afiliada da TV Globo. "Depois do velório, não vi mais, não tenho notícia. Que resolva o caso o mais rápido possível. Nem se souber (o local), vou falar", frisou.

Morte de ganhador da Mega: amigo diz que deu conselho para vítima sobre rotina

Conselho de amigos

Ao g1, um amigo do milionário contou que várias pessoas aconselharam a vítima a mudar de rotina e sair do bairro após o prêmio. Segundo o homem, que preferiu não ter a identidade revelada, a vítima nunca quis sair do Jardim Rosolém e acreditava que nada aconteceria.

"'Muda de lugar, Luquinha, vai para um condomínio fechado, muda a rotina'. Ele nunca quis".

Uma das aplicações que fez com o dinheiro foi reformar a residência que dividia com os irmãos, mas nada de luxo. De hábitos simples, Jonas Lucas saía de casa todos os dias entre 5h30 e 6h e seguia até uma padaria do bairro. Na manhã do dia 13, acabou sequestrado, extorquido e espancado.

Lotérica em Campinas onde Jonas Lucas fez a aposta vencedora

Reprodução/EPTV

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Fonte: G1

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