Rompimento de reservatório da Casan em Florianópolis: o que se sabe e o que falta saber

Água atingiu mais de 100 casas no bairro Monte Cristo. Imagens aéreas mostram destruição de comunidade após rompimento de reservatório em SC

O rompimento de um reservatório em Florianópolis na madrugada de quarta-feira (6) atingiu 386 pessoas da comunidade Monte Cristo, na parte continental da cidade. Duas ficaram feridas. Além de casas, a água atingiu ruas, lojas e carros.

Confira abaixo o que se sabe e o que falta saber sobre o caso.

O que aconteceu?

Que horas ocorreu o rompimento?

Houve mortos ou feridos?

Quais foram os principais danos causados pelo rompimento do reservatório?

Quantas casas foram atingidas? Houve interdições?

O que aconteceu com os moradores da comunidade?

É possível fazer doações para ajudar os moradores?

Havia algum indício de danos no reservatório antes do rompimento?

O que causou o rompimento do reservatório?

O que diz a Casan?

Para que servia o reservatório?

O que diz a empresa que construiu o reservatório?

O rompimento será investigado por mais alguma autoridade?

Há outros reservatórios desse tipo em Florianópolis?

Quantas pessoas trabalharam no primeiro dia de limpeza e assistência aos moradores?

O que aconteceu?

Um reservatório da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) se rompeu na madrugada desta quarta-feira (6) e a enxurrada invadiu diversas casas da comunidade Monte Cristo, em Florianópolis. Imóveis, comércios, carros e ruas ficaram destruídos.

Vídeo mostra momento de rompimento de reservatório em Florianópolis

No total, 2 milhões de litros de água vazaram do reservatório.

Que horas ocorreu o rompimento?

A situação foi registrada perto das 2h, na rua Luís Carlos Prestes.

Houve mortos ou feridos?

Não houve mortos. Duas pessoas que se feriram sem gravidade foram atendidas pelos bombeiros e levadas a unidades de saúde.

Fotos mostram destruição após rompimento de reservatório em Florianópolis

Quais foram os principais danos causados pelo rompimento do reservatório?

A força da água levou carros e invadiu casas e lojas. Segundo a Defesa Civil, 30 veículos foram danificados.

Rompimento aconteceu às 2h desta quarta-feira (6) na comunidade do Monte Cristo, em Florianópolis

Alexandre Vieira/ PMF

Casas também ficaram destruídas. Moradores perderam roupas, móveis e eletrodomésticos.

Quantas casas foram atingidas? Houve interdições?

Mais de 100 casas foram atingidas pela água. A Defesa Civil fez a vistoria em 152 delas. Oito ficaram interditadas e as demais foram liberadas.

Comunidade do Monte Cristo após rompimento de reservatório em Florianópolis

Alexandre Vieira/ PMF

O que aconteceu com os moradores da comunidade?

Alguns moradores optaram por passar a noite em um abrigo. Segundo a Defesa Civil, 13 famílias foram encaminhadas a hotéis. Foram reservados dois deles, além de um alojamento da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri).

Cenário de destruição depois de rompimento de reservatório da Casan em Florianópolis

É possível fazer doações para ajudar os moradores?

Sim. De acordo com a Fundação Somar, as principais necessidades dos moradores são:

roupas

cestas básicas e leite

produtos de limpeza

utensílios domésticos

Os pontos de arrecadação são os seguintes:

Fundação Somar - Rua Padre Lourenço R. de Andrade, 180 - Santo Antônio de Lisboa - vai receber doações inclusive no feriado

Secretaria de Assistência Social - Rua Dom Jaime Câmara, 217 - Centro

Secretaria do Continente - Rua João Evangelista da Costa, 827 - Jardim Atlântico

Destruição em casa de morador do Monte Cristo após rompimento de reservatório em Florianópolis

Reprodução/NSC TV

O que causou o rompimento do reservatório?

As causas do rompimento são investigadas.

Havia algum indício de danos no reservatório antes do rompimento?

Na paredes do reservatório, há rachaduras. Segundo os moradores do Monte Cristo, elas já existem há meses e eles denunciaram a situação. Reparos chegaram a ser feitos, mas não foram suficientes, conforme a comunidade.

Casan assume responsabilidade pelo rompimento de reservatório

O que diz a Casan?

A Companhia Catarinense de Águas e Saneamento afirmou que está fazendo um cadastro avaliar e indenizar as famílias que foram atingidas. O diretor-presidente da Casan, Edson Moritz, assumiu a responsabilidade da autarquia pelo o que aconteceu.

"A responsabilidade por essa tragédia da Casan. É claro, não temos nenhuma dúvida disso. Agora, a responsabilidade, a casan, seja uma auditoria profunda, técnica, isenta, para identificar o que aconteceu aqui. E aí a gente vai verificar a responsabilidade direta da Casan e a responsabilidade também também do empreiteiro de projeto, empreiteiro. É determinação nossa já nesse sentido", declarou o diretor-presidente.

Para que servia o reservatório?

O reservatório foi inaugurado em março de 2022, segundo a Casan. Ele serviria para abastecer cerca de 80 mil pessoas em Florianópolis e na cidade vizinha de São José. A obra custou pouco mais de R$ 6,5 milhões.

O que diz a empresa que construiu o reservatório?

A construtora Gomes & Gomes se manifestou por nota. Disse que está prestando todo o apoio necessário, junto com a Casan.

"Gomes & Gomes se colocou à disposição das entidades de fiscalização e controle para todas as informações, bem como forneceu toda documentação necessária aos órgãos fiscalizadores competentes".

O rompimento será investigado por mais alguma autoridade?

Sim. A Polícia Civil vai abrir um inquérito para investigar o que causou o rompimento. A Polícia Científica fez uma perícia no local para, além de buscar entender o que aconteceu, descobrir quais casas tiveram a estrutura afetada. Além disso, o órgão busca atestar se houve danos ao meio ambiente.

A investigação da Polícia Civil ficará com a delegacia do Continente. Na área da perícia, a Polícia Científica informou que foram designadas três equipes técnicas especializadas, que durante a manhã realizam análises preliminares no local. Uma equipe de engenharia forense avalia a estrutura do reservatório danificado.

Rompimento de reservatório de água no Monte Cristo, em Florianópolis

Alexandre Vieira/PMF

Outra, com expertise em locais de crime contra o patrimônio, realiza a análise dos imóveis afetados na região. A terceira, com profissionais que atuam na divisão de perícias ambientais, avalia possíveis impactos sobre o meio ambiente.

MPSC

O Ministério Público de Santa Catarina vai investigar se houve improbidade administrativa na construção e na manutenção de reservatório. A 7ª Promotoria de Justiça da Capital irá apurar se houve omissão parte de agentes públicos da Casan na fiscalização da obra.

O inquérito será desenvolvido em paralelo e em parceria com outro procedimento, instaurado pela 29ª Promotoria de Justiça da Capital, que tem atribuição na área do consumidor, e que apura as causas e responsabilidades pelo rompimento e que também buscará garantir aos atingidos a devida compensação pelos prejuízos sofridos.

Câmara de Vereadores

A Câmara Municipal instalou na tarde de quarta a Comissão Temporária, criada com o objetivo de acompanhar, avaliar os danos e as indenizações às famílias que foram vítimas do rompimento do reservatório.

"O objetivo desta comissão é poder ajudar a Casan na solução dos problemas e ser o interlocutor da comunidade, esse é o nosso papel. Vamos trabalhar forte com a equipe para que a comunidade fique bem assistida. Os membros da comissão irão realizar visitas in loco, na comunidade semanalmente, conversando com as pessoas e verificando se está sendo dado o suporte necessário a eles", declarou o presidente da Câmara Municipal, Claudinei Marques (Republicanos).

Há outros reservatórios desse tipo em Florianópolis?

Sim. São cerca de 20 reservatórios existentes na capital semelhantes ao que rompeu. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, declarou na quarta que haverá uma revisão em todos os reservatórios da Casan localizados na Grande Florianópolis.

Sobre recursos para auxiliar nos trabalhos, Jorginho falou que o estado irá se empenhar para garantir os valores necessários.

Quantas pessoas trabalharam no primeiro dia de limpeza e assistência aos moradores?

Foram empenhados no primeiro dia 200 funcionários da prefeitura, com 50 equipamentos, 40 caminhões e 100 funcionários para avaliação de danos.

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