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VÍDEO: Profissão Repórter é impedido de acompanhar inspeção de hospital psiquiátrico na Bahia em condições consideradas 'catastróficas'

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Por PATRICIA em 06/09/2023 às 00:52:29

A inspeção interna, que não teve a presença dos jornalistas, resultou em um relatório preliminar que apontou diversos problemas estruturais e sanitários na instituição. Profissão Repórter é impedido de acompanhar inspeção de hospital psiquiátrico na Bahia em condições consideradas 'catastróficas'

O Profissão Repórter desta terça-feira (5) foi impedido de acompanhar uma inspeção realizada por um grupo multidisciplinar formado por membros do Ministério Público, do Judiciário e da Defensoria no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Estado da Bahia.

A inspeção tinha como objetivo avaliar as condições da instituição que abrigava 214 internos no dia da visita. Há 8 anos, a situação do hospital foi considerada "catastrófica" pelo Conselho Federal de Psicologia.

Inicialmente, a imprensa havia sido convidada para acompanhar a inspeção, com autorização formalizada por meio de um ofício enviado ao secretário. No entanto, após quase três horas de espera, a imprensa conseguiu liberação para entrar somente nas áreas externas do hospital de custódia. Mas a inspeção foi feita sem a presença da imprensa.

Equipe é impedido de acompanhar inspeção de hospital psiquiátrico em condições consideradas 'catastróficas' na Bahia

ReproduçãoProfissão Repórter

"Nós enviamos um ofício ao excelentíssimo secretário de Administração Penitenciária explicando a ele sobre a vinda da imprensa. No apagar das luzes do expediente, nós recebemos um ofício dele dizendo: 'conclui-se que a imprensa está autorizada a acompanhar a fiscalização nas áreas externas'", disse Antonio Alberto Faiçal Júnior, juiz do Tribunal de Justiça da Bahia.

O local estava passando por obras de requalificação asfáltica, que estavam em andamento no dia da visita.

"Podemos dizer que há 10 anos nós estamos lutando por esse asfalto e por essa capinação. Tudo aqui está sendo feito hoje porque vocês [imprensa] estão aqui', disse uma ativista.

A reportagem também tentou entrar em contato com a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado, mas não recebeu retorno, apesar de terem passado quase 50 dias desde a gravação da matéria.

Mofo, cheiro forte e água suja: veja o que apontou relatório preliminar

A inspeção interna, que não teve a presença dos jornalistas, resultou em um relatório preliminar que apontou que há uma "completa ausência de cuidado relativo a condições de trabalho, bem como de abrigamento das pessoas alojadas". O texto descreveu ainda outras séries de problemas estruturais e sanitários no hospital de custódia de Salvador, como:

paredes apresentam extensas áreas com mofo;

cheiro forte e insalubres para permanência;

ambiente é escuro e úmido;

há várias crateras no chão e nas paredes;

canos e fiações estão expostos;

os banheiros estão em condições insalubres de higiene, com forte odor e acúmulo de poças de lama/água suja.

Veja detalhes da inspeção no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico do Estado da Bahia

O grupo de inspeção não pode visitar as alas masculinas, mas o relatório afirma que elas estão superlotadas e que o número de funcionários é baixo para a quantidade de internos.

Fechamento de hospitais de custódias

O Conselho Nacional de Justiça estipulou que instituições como o hospital de custódia de Salvador devem ser fechadas até maio do próximo ano. O juiz Luiz Geraldo Santana Lanfredi, auxiliar da presidência do CNJ, explica que pessoas com transtornos mentais que cometeram crimes, vão ser auxiliadas dentro da estrutura do Sistema Único de Saúde (SUS).

"Aquela situação em que aquela pessoa tenha que ser desalojada sob cuidados, sob acompanhamentos desses espaços onde ela se encontra, que elas sejam absorvidas pelo serviço que a rende já se encontra", explicou.

A mudança, segundo ele, irá contribuir ainda com reintegração social e o restabelecimento de sua saúde mental dos indivíduos: "Temos aqui bem maior de proteção também nesse equilíbrio, ao mesmo tempo, de não vulnerabilizar a sociedade, mas também de valorizar essas pessoas que a sociedade mostra que ficam absolutamente esquecidas, renegadas à própria sorte e sem o principal que é o atendimento de saúde, que pode, efetivamente, e todos nós apostamos isso na condição de restabelecer o convívio dessas pessoas diante das suas necessidades", argumentou.

Confira as reportagens do Profissão Repórter:

Fonte: G1

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