Números foram divulgados pela Secretaria do Tesouro Nacional. As contas do governo federal registraram déficit primário de R$ 45 bilhões em maio, informou nesta quarta-feira (30) a Secretaria do Tesouro Nacional.
O déficit primário acontece quando a arrecadação com tributos fica abaixo dos gastos do governo (sem considerar o pagamento de juros da dívida pública). Quando as receitas superam as despesas, o resultado é de superávit primário.
De acordo com a série histórica do Tesouro Nacional, esse é o pior resultado, para este mês, desde 2020 – quando o rombo somou R$ 109,6 bilhões por conta de gastos relacionados à pandemia da Covid-19.
No mesmo mês do ano passado, as contas do governo tiveram superávit de R$ 18,9 bilhões. Em valores corrigidos pela inflação, o saldo positivo totalizou R$ 19,7 bilhões de saldo negativo.
Parcial do ano e meta fiscal
Ainda segundo o Tesouro Nacional, no acumulado dos sete primeiros meses deste ano, as contas do governo registraram déficit primário de R$ 78,24 bilhões.
Com isso, houve uma forte piora na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o resultado positivo somou R$ 73,24 bilhões. Em valores corrigidos pela inflação, o saldo positivo de janeiro a maio de 2022 foi de R$ 78,79 bilhões.
A deterioração das contas públicas neste ano está relacionado, principalmente, com a alta das despesas autorizada por meio da PEC da transição, aprovada no fim do ano passado pelo governo eleito do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com a mudança, o governo obteve autorização para gastar R$ 168,9 bilhões a mais neste ano.
Parte do valor foi usado para tornar permanente o benefício de R$ 600 do Bolsa Família. Também foram recompostos gastos em saúde, educação e bolsas de estudo, entre outras políticas públicas.
Para o ano de 2023, o governo está autorizado a registrar déficit primário de até R$ 231,5 bilhões, conforme a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).