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Previsão é que as despesas em 2021 decorrentes da tragédia ocorrida dois anos antes chegue à cifra de US$ 3,2 bilhões, cerca de US$ 600 milhões a mais que no ano passado. Estimativa de investimentos foi reduzida em cerca de US$ 400 milhões. Prédio da ValePilar Olivares/ReutersA mineradora Vale poderá ampliar em até 21,6% os desembolsos de caixa relacionados ao desastre de Brumadinho neste ano, em comparação aos valores de 2020, segundo informações publicadas pela empresa nesta quinta-feira (9).A previsão é que as despesas a partir do rompimento de barragem na cidade mineira, ocorrido em 2019, fiquem entre US$ 2,7 bilhões e US$ 3,2 bilhões neste ano, ante US$ 2,632 bilhões no ano passado.O montante inclui acordos de reparação dos danos, doações e descaracterização de barragens, entre outras.SAIBA MAIS: Mais de 30 meses após tragédia, bombeiros encontram corpo em BrumadinhoRELEMBRE: Barragem da Vale se rompe e provoca 'mar de lama' sobre BrumadinhoA previsão para o ano está dentro do intervalo de uma estimativa anterior da companhia, que previa desembolsos de aproximadamente US$ 2,9 bilhões em 2021 -- valor que não inclui despesas incorridas no segundo semestre.O colapso da estrutura, que liberou uma onda de rejeitos de mineração, deixou 270 mortos, além de atingir instalações da própria empresa, comunidades, rios e florestas da região.Em fevereiro deste ano, Vale e autoridades mineiras homologaram um acordo de R$ 37,69 bilhões para reparação de danos coletivos causados pela tragédia.Tragédia de Brumadinho completa 2 anos: veja 5 pontos para entender impactos na regiãoO acerto, no entanto, excluiu questões relacionadas a indenizações individuais dos atingidos, que seguem fechando acordos com a mineradora. As informações constam em apresentação feita nesta quinta-feira a analistas e investidores, e publicada ao mercado.BriqueteNa apresentação, a Vale também anunciou um novo produto que poderá reduzir em até 10% a emissão de gases do efeito estufa na produção de aço de seus clientes siderúrgicos, como parte de suas iniciativas para zerar suas emissões líquidas de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2050.O "briquete verde" da Vale, que estará em produção em 2023, é formado por minério de ferro e uma solução tecnológica de aglomerantes, que inclui em sua composição areia proveniente do tratamento de rejeitos de mineração, e é capaz de resistir à temperatura elevada do alto-forno sem se desintegrar, disse a mineradora em nota.InvestimentosNa apresentação, a mineradora também revisou sua estimativa de desembolso para investimentos (Capex) em 2021 para US$ 5,4 bilhões, ante US$ 5,8 bilhões previstos anteriormente.No ano passado, os investimentos da companhia somaram US$ 4,43 bilhões. O aumento nos desembolsos ante 2020 ocorre com a companhia dedicando maiores aportes a unidades de filtragem de rejeitos de minério de ferro, enquanto busca reduzir a utilização de barragens.As despesas financeiras líquidas foram estimadas entre US$ 800 milhões e US$ 1,1 bilhão em 2021.