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Iniciativa certifica 41 mulheres no curso de costura básica em Ceilândia

Por PATRICIA em 25/03/2023 às 15:34:19

Muito além da costura

Muito mais do que apenas tirar essas mulheres do ócio e devolvê-las ao mercado de trabalho ou, até mesmo, ajudar com alguma renda extra, ouvi-las e acompanhá-las psicologicamente também era um trabalho a ser realizado. Florissa Silva, 47, relata que a ação social surgiu como um escape para o grupo, que além da parte financeira, tinha a companhia das alunas para conversar sobre a vida nas rodas de bate-papo que faziam. “Isso tem nos ajudado bastante, sobretudo no nosso psicológico”, afirma.

Durante o curso, foi oferecido atendimento especializado com psicólogos para as mulheres, que precisavam dessa parte mental em dia para conseguir se concentrar na costura. A parte da alimentação também foi fundamental, já que, em alguns momentos, uma ou outra colega precisou de cesta básica para ajudar em casa. A união do grupo se sobressaiu durante todo o período de curso, como descreve a doceira Florissa.

“Pra mim, foi uma terapia, porque eu estava passando por um momento de depressão”, afirma Darcina Lopes da Luz, 73, que reitera a importância dos dois meses de aula na sua melhora psicológica. Estudar e aprender a costurar foi fundamental para sua significativa melhora e despertar para um viver novo e feliz, mesmo que nessa altura da vida e aposentada, não conseguisse enxergar isso para si mesma.

Dona Darcina detalha que pretende comprar sua máquina em breve, mas enxerga que a costura será seu passatempo, e não algo profissional. Em tom descontraído, ela, agora, só pensa em aproveitar o momento de aposentadoria, já que começou a trabalhar muito nova. Em contrapartida, para Andreia Oliveira, 42, a costura é um recomeço. Em 2021, Andreia ficou 6 meses internada em decorrência de complicações da covid, chegando a ficar 4 meses em coma. Hoje, com dificuldades na fala, ela deseja entrar no mercado de trabalho e buscar as conquistas e vontades que deixou para trás.

Homens também costuram

Além das 41 mulheres devidamente certificadas, um bendito entre os frutos também estava presente para aprender mais sobre costura e confecção de roupas. Roberval Chevette Santos, 56, também enxergou o curso como uma prática terapêutica. Ele, que está desempregado e mexe com estofado, buscou novas formas de se inserir dentro do mercado de trabalho, além do desejo de, realmente, adquirir conhecimento relacionado ao ramo.

“O curso aqui foi muito bom, as pessoas explicam direitinho. Cada vez que ia aprender, só queria saber mais”, completa. Certificado e feliz pela conclusão do curso, ele diz que, caso apareça uma nova turma, será o primeiro a se inscrever, pois o carinho pelas aulas foi imenso e deve perdurar por um bom tempo.

Fonte: Correio Braziliense

Tags:   Ceilândia
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