Namorado de jovem internada após cheirar pimenta relata desespero ao perceber que ela não tinha pulso no caminho para hospital: "Gelei na hora"

Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, foi internada em estado grave após cheirar pimenta em conserva. Ela teve um edema cerebral e segue em recuperação, em Anápolis. Jovem que foi internada após cheirar pimenta chegou sem pulso a hospital, diz namorado

O namorado da trancista Thais Medeiros de Oliveira, de 25 anos, que foi internada após cheirar um frasco de pimenta em conserva, relatou momentos de desespero após ela ter a reação imediata, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Matheus Lopes de Oliveira, disse que a jovem não respirava e ficou sem pulso no meio do caminho até o hospital.

"Chegando no hospital, ela ficou sem pulso. Eu estava dirigindo, peguei no pulso dela e não senti nada. Eu gelei na hora. Minha mãe fez respiração nela, mas não adiantou. Os médicos viram a gravidade e já correram com a maca", conta Matheus Oliveira.

O episódio aconteceu no último dia 17 de fevereiro, enquanto ela almoçava na casa do namorado. Thais chegou a ficar mais de 20 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Segundo a mãe de Thais, Adriana Medeiros, a filha segue se recuperando na enfermaria da Santa Casa de Anápolis. Um dos médicos que acompanha a jovem informou que ela deve ser transferida para um centro de reabilitação.

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O namorado de Thais ainda ressaltou que muitas pessoas questionam como uma pimenta pode ter causado tamanha reação na namorada.

"Tem gente que debocha, fala: "- nossa, uma pimenta". Mas você não escolhe a alergia que você vai ter. Você só vai descobrir quando prova o alimento um faz um exame", pontuou Matheus, que socorreu Thais de imediato ao hospital no dia do fato.

Thais Medeiros (esquerda) e garrafa de pimenta em conserva que ela cheirou (direita)

Matheus Lopes de Oliveira/Arquivo Pessoal e Reprodução/TV Anhanguera

Alergia e quadro grave

Murilo Santana, médico da Santa Casa de Anápolis, explicou que Thais já chegou à unidade com um grave quadro respiratório e que a família havia informado de que ela já tinha uma doença crônica pulmonar, o que agravou a situação.

"Durante a refeição, os relatos são de que ela entrou em contato com a pimenta e começou a ter falta de ar, e que foi aumentando. Ela chegou já intubada, sedada, com choque emodinânico (pressão baixa), isso mostra a gravidade do caso. Ela foi assistida e, após a reversão do quadro, encaminhada a UTI", disse o médico.

Rubens Dias, médico da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), explica que Thais teve uma lesão irreversível. Ele ainda conta que a jovem pode ter sim uma melhora, mas pode não conseguir voltar à total normalidade (veja abaixo).

“O cérebro pode ter uma recuperação, mas a gente acredita que voltar às atividades habituais, infelizmente, não”, finalizou o médico.

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O médico alergista da Santa Casa, Lany Noleto, explica que alergias a alimentos são comuns, mas no caso de Thais, era uma paciente que já tinha uma doença inflamatória, a asma, em que a crise pode ser provocada por um motivo "irritante".

"É comum empolar, inchar, coçar, dar vermelhidão, ter comprometimento gastrointestinal, diarreia e vômito", explica Lany.

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