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Ex-secretário executivo de Segurança diz que Anderson Torres não deixou orientação antes de viajar

Por PATRICIA em 02/03/2023 às 13:13:17

Delegado Fernando de Souza Oliveira prestou depoimento na Câmara Legislativa do DF, durante CPI dos Atos Antidemocráticos. Fernando de Souza Oliveira presta depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, em Brasília

TV Globo/Reprodução

O delegado Fernando de Souza Oliveira, que chefiava a Secretaria de Segurança quando as sedes dos três poderes da República foram invadidas, afirmou, nesta quinta-feira (2), que o ex-secretário Anderson Torres não deixou orientações antes de viajar para os Estados Unidos.

A declaração foi dada durante depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos, na Câmara Legislativa do DF. Preso desde 14 de janeiro, Torres é investigado por suspeita de omissão durante os atos golpistas cometidos por bolsonaristas radicais em Brasília, no dia 8 de janeiro. Ele nega as acusações.

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"Eu tive três dias de contato com Torres. Geralmente no final do almoço e no final do dia. [Ele] tinha me demandado a questão dessa operação que estava prevista para o dia 7, 8 e 9. Tive uma explicação como funcionava o plano de ação integrada, como eram outros protocolos. O secretário Anderson disse que deixaria o protocolo assinado e não deixou nenhuma orientação específica", afirmou.

Falha na execução

Oliveira também declarou que o plano de segurança elaborado para o dia não foi executado pela Polícia Militar do DF. Segundo ele, existia um plano de ação integrado, que havia sido discutido e aprovado por todas as forças de segurança da capital e, inclusive, pelo ex-secretário de Segurança Anderson Torres.

"O departamento de operações da PM era unidade responsável por executar e determinar o quantitativo de policiais, equipamentos e onde as tropa iriam ficar", afirmou Oliveira, durante o depoimento.

Ao ser questionado sobre o motivo das ordens não terem sido cumpridas, o delegado disse que não sabia dizer e que ainda não ocupava oficialmente o cargo de secretário de Segurança Pública.

"Eu assumiria oficialmente na segunda-feira. Eu estava aqui, mas era o secretário de executivo. Tanto que eu estava reportava todos os dias ao secretário Anderson. Até para falar com o governador, eu me reportava para o Anderson", contou.

Fernando de Souza Oliveira disse ainda que não foi apresentado ao governador Ibaneis Rocha e aos comandantes das forças de segurança antes da viagem de Anderson Torres aos Estados Unidos.

"Não houve uma apresentação formal. O secretário Anderson disse que tinha uma agenda posterior e com a viagem dele eu assumiria", afirmou Oliveira.

Acampamento

Sobre o acampamento montado em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, o delegado afirmou que ocorreram três tentativas de desocupação, sem sucesso por "motivos alheios". Questionado sobre esses motivos, Oliveira apontou que a área é de responsabilidade do Exército.

Antes dos ataques as sedes dos três poderes, Oliveira afirma que houve uma reunião, com a presença de Anderson Torres, em que as forças de segurança do DF foram oferecidas para ajudar na desocupação do local.

Ficou para o general Dutra para nos informar uma data específica para operação", disse o ex-secretário executivo de Segurança, em referência ao então Comandante Militar do Planalto.

Ainda segundo Oliveira, a prisão dos bolsonaristas não foi permitida por veículos blindados do Exército. "A PM ficou de fora, alocada do lado de fora do QG do Exército. As forças estavam prontas para efetuar prisões. Só foi executado a ordem de prisão na manhã da segunda-feira", declarou.

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Fonte: G1

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