Safra menor de café explica recuo na comparação com os três primeiros meses do ano. Por outro lado, houve crescimento de 1,3% em relação ao 2º trimestre de 2020. Lavoura de soja
Divulgação/Confederação Nacional da Agropecuária
A agropecuária recuou 2,8% no 2º trimestre de 2021, na comparação com os três primeiros meses do ano, a maior queda entre os setores e um dos destaques negativos no Produto Interno Bruto (PIB), que caiu 0,1%.
A indústria retraiu 0,2% e os serviços tiveram alta de 0,7%, mostram dados divulgados nesta quarta-feira (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“A agropecuária ficou negativa porque a safra do café entrou no cálculo. Isso teve um peso importante no segundo trimestre. A safra do café está na bienalidade negativa, que resulta numa retração expressiva da produção”, explica a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.
A queda na produção também foi influenciada pela forte seca nas principais regiões produtoras de café, como Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. A falta de chuvas interferiu na floração das plantas e, posteriormente, no enchimento de grãos.
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Apesar do resultado negativo frente aos primeiros meses do ano, o PIB da agropecuária cresceu 1,3% em relação a igual período de 2020.
Além disso, ao somar os resultados dos quatro últimos trimestres, o setor teve alta de 2% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores.
O avanço em relação ao ano passado foi puxada pelo desempenho positivo de alguns produtos das lavouras de soja (+9,8%) e arroz (+4,1%). Por outro lado, houve recuos nas estimativas de produção anual das culturas de café (-21,0%), algodão (-16,6%) e milho (-11,3%)
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e durante um certo período e serve como uma espécie de termômetro da evolução da atividade e da capacidade de uma economia gerar riqueza e renda.
PIB pela ótica dos setores da economia
Elcio Horiuchi e Guilherme Luiz Pinheiro/G1
Principais destaques do PIB no 2º trimestre:
Agropecuária: -2,8%
Indústria: -0,2%
Serviços: 0,7%
Consumo das famílias: zero
Consumo do governo: 0,7%
Investimento (FBCF): -3,6%
Importação: -0,6%
Exportação: 9,4%
Construção: 2,7%
Comércio: 0,5%