Em primeiro show da turnê 'Que tal um samba?' no Distrito Federal, Chico Buarque mostra que música também é política. Ex-ministro Fernando Haddad e ministro do STF Luís Roberto Barroso assistem ao espetáculo. Chico Buarque e Mônica Salmaso durante show da turnê 'Que tal um samba?'.
Foto: Léo Aversa
Chico Buarque entrou no palco do Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, na noite de terça-feira (29), assim: sorrateiro, calmo e com um sorriso no rosto. Arrisca até alguns passos tímidos de dança. Entre uma prosa e outra, mostrou que música também é política - e muito.
"Estamos hoje aqui com pessoas queridas, que estão trabalhando para reconstruir o Brasil depois de quatro anos de pesadelo", disse o músico.
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Na plateia, e aplaudidos por grande parte do público presente, o ex-ministro da educação Fernando Haddad e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso assistiram à apresentação.
A turnê "Que tal um samba?" chegou ao Distrito Federal com um setlist que reuniu 32 canções no primeiro show. Outra apresentação será realizada na capital na quarta-feira (30). Junto com Mônica Salmaso, convidada especial, Chico percorreu toda a carreira.
Durante quase duas horas de show, entoou clássicos como "João e Maria", "Samba do grande amor" e "Sob medida". A música que dá nome à turnê, lançada em junho deste ano, marcou um momento de desabafo do público.
Homenagem à Gal Costa durante show realizado em Brasília - DF.
Foto: Mário Canivello
Puxar um samba, que tal?
O samba foi puxado desde o início do evento. Mesmo antes da abertura das cortinas, Haddad e Barroso provocaram um burburinho que logo se tornou uma grande aglomeração em frente ao palco. Entre selfies e tietagens, tiveram a ajuda de seguranças para assistirem ao show.
Mônica abriu o espetáculo com seis músicas de seu parceiro de turnê, todas escolhidas por ela. A cantora também toca diferentes instrumentos ao longo da apresentação: kalimba, tamborim e flauta de pastoreio norueguesa.
Chico Buarque se apresenta com banda em Brasília.
Foto: Léo Aversa
Meio tímido, o cronista da música popular brasileira junta-se à convidada e segue com o show. No meio da apresentação, uma imagem de Gal Costa, que morreu no início de novembro, é exposta no fundo do palco.
Como se estivesse em um dueto, Chico canta "Mil perdões", composta por ele e interpretada por Gal durante um longo período de sua vida.
Desconjurar a ignorância, que tal?
Ao final do bis, o público - que tinha lugar marcado - já estava quase todo de pé, bem diante dos músicos.
"Desconjurando a ignorância", exatamente como sugere Chico em "Que tal um samba?", o amontoado de pessoas puxa um coro da canção "Apesar de você", mesmo já com as cortinas fechadas.
Ao final, a alegria era clara no rosto de cada um. Como um respiro após um longo período de sufoco.
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