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Tucuxi destaca tradição do povo Borari e emociona com homenagem ao Mestre Chuica no Festival dos Botos

Por PATRICIA em 18/09/2022 às 02:44:16

Boto preto levou para o Lago dos Botos o tema: Amor que faz a tradição. O Grupo Sociocultural Boto Tucuxi se apresentou na segunda noite do Festival dos Botos do Sairé 2022, neste sábado (17). O espetáculo destacou a tradição do povo Borari - primeiros habitantes de Alter do Chão -, e fez várias homenagens, uma delas para um dos fundadores, ex-presidente e eterno cantador do Tucuxi, Luís Alberto, o Mestre Chuica.

A apresentação do Tucuxi foi marcada por muita alegria e emoção. Após dois anos sem acontecer devido a pandemia de Covid-19, o Festival dos Botos 2022 foi momento de extravasar o canto e as danças em meio a um colorido de luzes, fitas, pinturas corporais e gigantescas esculturas.

Rainha do Lago Verde, Mayanny Belo

Alan Martins/g1

"É um momento de emoção ver essa nossa galera linda depois de dois anos sem Sairé e o Tucuxi voltando com muita garra, muito trabalho, muita dedicação dos nossos dançarinos, dos nossos artistas. Então a gente só pode esperar que o Tucuxi saia campeão este ano. Além disso, o Luís Alberto que foi uma pessoa que muito fez pelo Tucuxi e nos deixou há pouco tempo, merecia essa homenagem e foi emocionante", disse o vice-presidente do Tucuxi, Genaro.

Com o tema: Amor que faz a tradição, os 600 brincantes do Tucuxi conseguiram mostrar toda a alegria de voltar ao Lago dos Botos para mostrar a cultura ancestral dos Borari que envolve rituais indígenas e a crença no poder da florestas e nos seres encantados que vivem nas matas e no fundo dos rios da Amazônia.

Curadeiro Fabiano Alencar chegou montado em uma iguana gigante

Alan Martins/g1

A encantaria ganhou vida pela arte cênica do curandeiro Fabiano Alencar, responsável por reavivar as forças da cabocla borari interpretada por Daniela Tapajós. A cabocla fica prostrada após uma noite de amor com o boto homem encantador, encenado por Breno Tavares. A comunidade cai em desgraça e somente após a invocação dos líderes espirituais e todo o ritual do curandeiro, a cabocla retoma suas forças e seu povo volta a ter dias de prosperidade.

Isadora Matos, Rainha do Artesanato chegou em uma escultura gigantesta de ciruja

Alan Martins/g1

Também chamaram atenção do público a evolução e as indumentárias das rainhas do Artesanato e Lago Verde, Isadora Matos e Mayanny Belo, respectivamente. Trazidas por grandes alegorias, elas ajudam a contar parte importante das tradições indígenas e da lenda do boto.

O vestido da Rainha do Artesanato veio enfeitado de canoas, figurino que representa a expansão dos artesanatos para outras comunidades, cidades e para o mundo. Já a indumentária da Rainha do Lago Verde, trouxe elementos que representam o fundo do lago, a cor do Lago Verde, os animais que comumente ali habitam. Ela simboliza a protetora das águas, da fauna, da flora e até mesmo dos muiraquitãs.

Momento da sedução - no palco, a cabocla borari Daniela Tapajós é seduzida pelo boto homem Breno Tavares

Alan Martins/g1

A sedução, como de costume, foi um dos pontos altos da apresentação do Boto Tucuxi. Assim como a evolução do boto animal, que ganha vida com Douglas Vinholte, que deu um show no Lago dos Botos, levantando a galera.

Os carimbós também fizeram bonito na apresentação do Tucuxi. O colorido e o rodar das saias, assim como o bailado dos brincantes dos grupos: Carimbó do Pará, Mojob (Movimento Jovem de Belterra), Carimbó Encanto do Tapajós, Festa de Carimbó, MS Company, Bailado de Carimbó e Raiar do Sertão.

Grupos de carimbó deram um show na apresentação do Boto Tucuxi

Alan Martins/g1

Para fechar a apresentação, uma grande escultura foi revelada de dentro da casa de palha, habitação tradicional do interior da Amazônia, de onde surgiu uma enorme escultura articulada do Chuica, homem de grande importância para a história do Boto Tucuxi, história essa que se confunde até mesmo com a da agremiação. E junto com ela, veio a Rainha do Sairé, Valentina Coimbra.

Luís Alberto, o Chuica, foi o grande homenageado do Tucuxi no Festival dos Botos 2022

Sílvia Vieira/g1

A galera do Tucuxi ficou eufórica com a apresentação da Rainha do Sairé e evoluiu junto durante a apresentação que emocionou e arrancou muitos aplausos do público presente.

Galera linda do Tucuxi deu um show a parte durante toda a apresentação do boto

Alan Martins/g1

A indumentária da Rainha do Sairé por si só já é um espetáculo de cores e beleza. As cores são tradicionais do símbolo do Sairé: vermelho, amarelo, verde, azul e branco. Ela traz a tradição e a luz do alvorecer. Carrega muito brilho e as pombas do divino Espírito Santo, símbolos do rito religioso do Sairé que é realizado em Alter do Chão há mais de 300 anos.

Centenas de pessoas lotaram as arquibancadas e a galera linda do Tucuxi, mesmo não concorrendo este ano, deu um show à parte.

Valentina Coimbra, a Rainha do Sairé durante evolução para os jurados e o público

Sílvia Vieira/g1

Confira os itens oficiais do Boto Tucuxi

Apresentador: Daniel Costa;

Cantador: Black Marialva;

Rainha do Sairé: Valentina Coimbra;

Cabocla Borari: Daniela Tapajós;

Curandeiro: Fabiano Alencar;

Rainha do Artesanato: Isadora Matos;

Boto Homem Encantador: Breno Tavares;

Boto Animal Evolução: Douglas Vinholte;

Rainha do Lago Verde: Mayanny Belo;

Carimbó;

Organização do conjunto folclórico;

Alegorias;

Letra e música;

Ritual.

A história do Festival dos Botos

O Festival dos Botos faz parte da programação do Sairé desde 1997. Foi uma forma de representar e homenagear uma das lendas que fazem parte da cultura da região: a lenda do Boto.

Encenações, danças e alegorias fazem parte do Festival dos Botos que tem de um lado o Tucuxi e do outro o Cor de Rosa. Nos anos de 1997 e 1998 os botos se apresentavam juntos e posteriormente, em 1999, surgiu a primeira disputa entre os dois.

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Fonte: G1

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