Os policiais identificaram, ainda, que em um dos momentos José, durante uma conversa particular com Klebim, sugeriu a criação de “lastro financeiro e recolhimento de tributos para trás”, o que daria uma certa “tranquilidade” às operações da organização criminosa.
A empreitada criminosa contou com o apoio do contador Michael Fernandes da Silva, também denunciado pelo MPDFT por lavagem de dinheiro. A atuação do profissional seria na emissão de nota fiscal de serviço de publicidade não prestado pela empresa BLF. Ou seja, José atuava no desbloqueio dos valores. E Michael, na emissão de notas falsas. As investigações revelaram que os dois sabiam que os valores eram fruto de rifas ilegais e que o grupo não prestava qualquer serviço de publicidade.
O promotor Gladson Raeff Rocha Viana é claro ao dizer que os investigados criaram uma estrutura organizacional criminosa com a finalidade de ocultar e dissimular a natureza e a origem dos recursos financeiros obtidos na venda das rifas. Na denúncia, o promotor afirma que o advogado extrapolou os limites da legítima atuação ao auxiliar os acusados no "branqueamento" desses recursos financeiros. A reportagem tenta a defesa dos acusados. O espaço permanece aberto para manifestações.
Além de Klebim e do próprio advogado, os outros oito denunciados pelo MPDFT são: Vinícius Couto Farago, Pedro Henrique Barroso Neiva, Alex Bruno da Silva, Mateus Welington Sousa Cirineu, Michael Fernandes da Silva, Henrique Sadao Ramos de Araújo, Ronyel Santos Castro e Douglas Muniz Dutra.
No crime de organização criminosa, o MPDFT apresentou denúncia contra Kleber, Pedro, Alex Bruno e Vinícius, o mesmo que chegou a ser preso por atropelar e matar um jovem de 26 anos no Guará. Segundo consta no documento, entre novembro de 2019 e março de 2022, os quatro investigados se utilizaram da conta bancária pertencente à empresa Estilodub e integraram organização criminosa para obter vantagem econômica mediante a prática de crimes de lavagem de dinheiro. Os recursos financeiros eram angariados a partir da exploração de jogos de azar por meio de venda ilícita de rifas de veículos.
As rifas variavam entre R$ 5 e R$ 50 e eram vendidas pela internet. De acordo com o MPDFT, para ocultar e dissimular a origem do dinheiro dos sorteios ilegais, os denunciados utilizaram algumas empresas como fachada. Por meio delas, eles recebiam valores oriundos da contravenção penal de jogo de azar e geravam notas fiscais falsas.
Klebim, Pedro, Alex e Vinícius também foram denunciados por exploração de jogos de azar. Pela internet, o grupo promovia e divulgava os sorteios de diversos veículos em redes sociais. As investigações da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) revelaram que, no período de diligências, os acusados sortearam ao menos 12 veículos de maneira ilícita.
Fonte: Correio Braziliense