Polícia afirmou que dupla tentava fugir do estado quando foi presa, mas defesa negou. Homem também diz que não sabia que amigo estava armado. Crime aconteceu no domingo (14). Discussão no trânsito terminou com a morte de um jovem de 24 anos, em Macapá
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Nesta quarta-feira (17), o desembargador Jayme Ferreira mandou expedir alvará de soltura com medidas cautelares para Ruan Callins da Silva, que foi um dos dois presos em um porto de Santana como suspeitos na morte de Ricardo Lopes, de 24 anos, em uma discussão em Macapá no domingo (14).
A polícia informou à justiça que os suspeitos estavam tentando fugir do estado e que assumiram a participação no crime. A soltura foi resultado de um habeas corpus impetrado pelo advogado Cícero Bordalo Júnior, justificando que Callins não sabia que o outro investigado, João Victor Felix Vieira, estava armado.
Em depoimento, Felix assumiu aos policiais que fez os disparos que tiraram a vida de Ricardo Lopes. O advogado dele, Alcimar Moreira, preferiu não falar sobre o caso. O segundo investigado segue preso.
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Um vídeo de câmera de monitoramento da região gravou parte do crime. Conforme as imagens e o relato policial, Ricardo e amigos estavam do lado de fora do estabelecimento quando um carro arranca próximo e a vítima tenta tirar satisfação. Do veículo saem disparos e em seguida acontece a fuga.
O jovem foi baleado, recebeu socorro, mas a morte foi confirmada no pronto-socorro. O homicídio aconteceu logo após as 4h de domingo, na esquina da Av. Diógenes Silva com a Rua Eliezer Levy, no bairro Trem.
João Victor Feliz Vieira e Ruan Callins da Silva foram presos em um porto de Santana, ainda na manhã do domingo. Momentos antes, o carro prata que participou do crime foi abordado com a mãe e o pai de um dos suspeito. No interior do veículo estavam R$ 15,4 mil em espécie e uma mochila com roupas masculinas e femininas. A polícia entendeu que, com esses indícios, a dupla tentaria fugir do estado.
Ricardo Lopes foi morto baleado neste domingo
Facebook/Reprodução
Inicialmente, a polícia havia registrado o caso como uma morte após discussão de trânsito. No entanto, a partir dos depoimentos de testemunhas e dos próprios presos, foi verificado que desentendimentos anteriores entre a vítima e a dupla podem ter culminado no crime.
Ao apresentar a dupla para audiência de custódia, a Polícia Civil apresentou documentos que demonstram que o desentendimento iniciou na Rampa do Santa Inês, na orla da cidade. A dupla teria seguido a vítima da orla até as proximidades do bar, e encostado no veículo de um amigo de Ricardo. Após a batida, a vítima foi tomar satisfação com a dupla no carro, de onde saíram os disparos.
A dupla de suspeitos assumiu participação no crime, sendo que Callins dirigia o carro e Vieira fez os disparos. A juíza Carline Nunes, do Fórum de Macapá, decidiu mantê-los presos em audiência de custódia.
Ao apresentar o habeas corpus, o advogado de Callins descreveu que o cliente foi para Santana "para evitar que algum familiar da vítima viesse a ceifar sua vida" e que os R$ 15,4 mil encontrados com os pais dele não seriam para "financiar sua fuga, mas, sim, a contratar um advogado para defendê-lo".
Conforme determinou o desembargador, Callins deve comparecer à justiça mensalmente; foi proibido de frequentar bares, boates e similares; proibido ainda de ausentar-se da Comarca sem autorização do juízo; e deve ficar em casa no período noturno e nos dias de folga.
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