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Caso Ronei: segundo júri, com mais três réus, começa nesta segunda em Charqueadas

Por PATRICIA em 04/07/2022 às 05:48:15

Primeiro júri, realizado em 22 de junho, acabou com três réus condenados por espancar Ronei Faleiro Júnior, 17 anos, até a morte na saída de festa em 2015. Ao todo, nove réus respondem às acusações do Ministério Público em tribunais de júri. Última fase está prevista para 11 de julho. Começa nesta segunda-feira (4), às 9h, a segunda fase do julgamento dos nove réus acusados de espancar até a morte Ronei Faleiro Júnior, de 17 anos, na saída de uma festa, em agosto de 2015. Os tribunais de júri foram divididos em três etapas, cada uma com três denunciados pelo Ministério Público (MP-RS). No primeiro, realizado em 22 de junho, os três réus foram condenados. A terceira fase está prevista para ocorrer em 11 de julho, no Salão do Júri de Charqueadas, na Região Metropolitana de Porto Alegre.

Um 10º acusado de envolvimento nos crimes foi denunciado depois dos demais e seu caso é apurado em outro processo. O MP-RS solicitou que ele seja julgado em 11 de julho, com os últimos três réus.

A partir desta segunda, vão a julgamento Alisson Barbosa Cavalheiro, Geovani Silva de Souza e Volnei Pereira de Araújo.

Todos respondem pelos crimes de homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa), três tentativas de homicídio qualificado (meio cruel e recurso que dificultou a defesa), associação criminosa e corrupção de menores.

A defesa de Alisson Barbosa Cavalheiro, por meio da advogada Aline Hilgert, afirma que não vai se manifestar antes do início do júri. O defensor público Alisson de Lara Romani, que atua na defesa de Geovani Souza e Volnei Araújo, também afirmou, por meio da Defensoria Pública do RS, que só se manifesta durante o júri.

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Primeira fase

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O julgamento dos nove réus foram divididos em três etapas, cada uma com três denunciados pelo Ministério Público (MP-RS). Os primeiros três dos nove réus acusados de espancar até a morte Ronei Faleiro Júnior foram condenados na primeira fase do júri, em 25 de junho.

As condenações foram pelos crimes de homicídio qualificado, tentativas de homicídio qualificado, associação criminosa e corrupção de menores.

Peterson Patric Silveira Oliveira foi sentenciado a 35 anos e quatro meses de prisão. Leonardo Macedo Cunha foi condenado a cumprir pena privativa de liberdade que chega a 35 anos e quatro meses. Já Vinícius Adonai Carvalho da Silva terá de cumprir 38 anos e 10 meses e 20 dias de reclusão.

O primeiro dia de julgamento, na quarta (22), foi marcado pela emoção do pai da vítima, Ronei Wilson Faleiro. "Meu filho foi julgado, sentenciado e executado numa calçada. Não foi dada chance", falou, aos prantos.

Relembre o crime

Ronei Faleiro Júnior, morto em Charqueadas

Reprodução/TV Globo

Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro Júnior, de 17 anos, foi espancado e morto após uma discussão na saída do Clube Tiradentes no dia 1º de agosto de 2015, em Charqueadas. Ele estava em uma festa organizada para arrecadar fundos para a formatura do último ano da Escola Técnica Cenecista Carolino Euzébio Nunes.

Além do jovem, segundo o Ministério Público, foram vítimas de tentativas de homicídio o pai dele, o engenheiro Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, e o casal de amigos Richard Wienke e Francielle Wienke. O pai havia ido buscar o filho e ofereceu carona aos amigos.

Estes moravam na cidade vizinha de São Jerônimo e, por isso, segundo a Polícia Civil, eram vistos como inimigos por um grupo de jovens e adolescentes. Os três também foram agredidos.

Após as agressões, Ronei levou o filho até o hospital local, mas o adolescente precisou ser transferido para o Hospital Santo Antônio, em Porto Alegre. No entanto, ele morreu a caminho da instituição.

Em uma conversa por um aplicativo de celular, segundo a polícia, um dos suspeitos explica aos amigos como agrediu Ronei. "Eu dei duas garrafadas, com a garrafa quebrada na cabeça dele", comenta.

O Ministério Público confirmou a veracidade da gravação e os áudios foram incluídos no processo. Nas mensagens, segundo a investigação, eles pareciam comemorar.

"Eu comecei a chutar, tipo GTA, assim ó, comecei a chutar ele assim", diz um deles, se referindo ao jogo de vídeo game.

Nove adultos e sete adolescentes foram responsabilizados pela morte de Ronei. Os homens, na época com idades entre 18 e 21 anos, foram presos e os adolescentes, que tinham entre 15 e 17, cumpriram medidas socioeducativas.

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Arquivo Pessoal

Entenda como será o julgamento

O júri será presidido pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos. Na acusação atuam os promotores Anahi Gracia de Barreto, João Cláudio Pizatto Sidou, Marcio Abreu Ferreira da Cunha e Eugênio Paes Amorim.

Como na primeira fase, o julgamento iniciará com o depoimento dos três sobreviventes. Depois, serão ouvidas as testemunhas e os três acusados. Encerrada essa etapa, serão abertos os debates

No total, 21 pessoas foram convocadas para testemunhar nos três júris. A acusação chamou nove e as defesas mais 12. Alguns réus dividem as mesmas testemunhas, e três não solicitaram nenhuma.

Após a fase de instrução, serão abertos os debates, em que MP-RS e defesas terão duas horas e meia cada para se manifestarem. Réplica e tréplica, se houver, serão de duas horas cada.

Por fim, haverá a votação do julgamento dos três réus. A expectativa é que o julgamento se estenda por até três dias.

Soltura e demora no julgamento

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Após demora no andamento do processo, a Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) determinou que o júri ocorresse ainda no primeiro semestre deste ano. A decisão foi tomada após o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) ter decidido pela soltura de sete dos nove acusados.

"Por deliberação da Corregedoria Geral de Justiça, tão logo houve a decisão de soltura desses réus, foi determinado que esse júri se realize ainda dentro deste semestre. O quanto antes possível será designada a data e, neste mês ou no mais tardar no mês que vem, esse júri será realizado", afirma o presidente do Conselho de Comunicação do TJ-RS, desembargador Antônio Vinicius Amaro da Silveira.

A RBS TV conversou com o pai da vítima, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, que disse se sentir impotente frente à demora para o julgamento e que não entende o motivo da soltura dos réus exatamente porque o próprio tribunal não deu agilidade ao processo.

O desembargador Jayme Weingartner Neto argumentou na decisão de soltura que, embora o processo seja complexo, ter passado quase sete anos da prisão cautelar, ou seja, sem condenação, é desproporcional, ainda mais que o júri foi dividido em três e não há decisão ainda.

O presidente do Conselho de Comunicação do TJ-RS explicou que o caso ainda não teve decisão porque o primeiro júri foi interrompido devido ao pedido de perícia de uma prova pela defesa de um dos réus.

O Ministério Público foi contra, em seu parecer, à decisão de soltura dos réus, mas decidiu não recorrer.

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Fonte: G1

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