logo banner
Centro automotivo Eder

Inovação na ferrovia

Por PATRICIA em 23/06/2022 às 08:19:20

Confira como a parceria entre Instituto Senai de Inovação e a Rumo Logística traz novidades para os trilhos brasileiros É por meio da ferrovia que 40% das commodities agrícolas do Brasil chegam aos portos para exportação. De acordo com a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), esse número é ainda mais acentuado quando se trata de açúcar – cerca de 60% do total entregue aos portos – e minérios, com aproximadamente 90%.

Para crescer ainda mais, além da dedicação das empresas do setor e de seus colaboradores, seria necessária uma carga de inovação sobre os trilhos. Pensando nisso, em 2019, o Instituto Senai de Inovação em Engenharia de Estruturas (ISI-EE), que fica em Maringá (PR), fechou uma parceria com a Rumo Logística, empresa de transporte ferroviário com sede em Curitiba (PR) e que atua ao longo de 14 mil quilômetros de trilhos por nove estados brasileiros. Pietro Rafael Ferreira, especialista em inovação do ISI-EE, explica que a parceria surgiu por meio da Aliança Industrial, uma iniciativa do Senai para melhorar a competitividade da indústria brasileira.

A base de tudo: os dormentes

Para começar o projeto, o objeto de estudo escolhido foi o dormente. A peça, que também pode ser chamada de travessa ou chulipa, é usada para sustentar e manter alinhados os trilhos, nos quais as rodas dos trens e vagões se encaixam para rodar pelo Brasil. “Foi estabelecida a seleção de projetos focados em ferrovia sustentável, materiais avançados, tecnologias construtivas e autogeração de energia”, relata Gabriel Nogueira Zanon, coordenador de Tecnologia da Rumo.

Pietro Ferreira conta que foram quatro frentes de trabalho, “com a proposta de trazer sustentabilidade à indústria, durabilidade e leveza aos dormentes, e segurança no processo de produção das peças de toda a operação logística”.

Divulgação Rumo

Confira quais são:

Projeto que aproveita resíduo de areia de fundição como ativo na produção do concreto;

Aproveitamento de sobra da indústria moveleira para produção de dormentes polímeros;

Opção com nanosílica líquida para dormentes de cimento, o que preserva a saúde e a qualidade de vida dos trabalhadores no processo de fabricação;

Projeto com nanosílica em pó para dormentes polímeros, indicados para dar suporte aos Aparelhos de Mudança de Via por pesarem menos que os dormentes usados atualmente nessas chaves, que trocam o engate dos trilhos para que o trem siga na via permanente necessária ao seu destino.

As alianças que transportam o futuro

Para dar suporte ao projeto com a Rumo e desenvolver todas essas opções, o ISI-EE fechou parcerias com empresas que já atuam na área, como a Metalúrgica Riosulense e as empresas paranaenses Caemmun Movelaria e Next Chemical. “As parcerias versaram sobre soluções inovadoras no setor, visando a melhoria de materiais, otimização de desempenho mecânico, aproveitamento de resíduos, além da aplicação de nanotecnologia em peças e produtos empregados nas ferrovias. Afinal, a inovação não é somente uma ciência de foguetes. Ela também viaja sob os trilhos”, reforça Pietro.

O resultado estruturado

Nos testes feitos no laboratório do ISI-EE, que simula em condições reais a operação ferroviária, os dormentes desenvolvidos pela equipe se provaram mais resistentes. “Agora, está em avaliação o desenvolvimento de protótipos para análise de desempenho e viabilidade de implementar as novas soluções. O cronograma desta etapa foi iniciado em junho de 2021 e tem prazo estipulado de 18 meses para conclusão”, complementa Gabriel.

Pietro, especialista do Instituto, reforça que todo processo de inovação em Engenharia de Estruturas pode contar com três áreas de pesquisa:

A de estruturas inteligentes, que avalia as estruturas sensorialmente, como trilhos, pontes, barragens e dormentes;

A de estruturas sustentáveis, que avalia o aproveitamento de resíduos e outros itens de cadeia produtiva ESG (meio ambiente, social e governança, em português);

A de durabilidade de estruturas, que testa em escala real as soluções desenvolvidas para garantir um comportamento durável e seguro.

“Além de toda a estrutura laboratorial, o Instituto conta com uma laje de reação para ensaios mecânicos em escala real e a implementação de equipamentos atuadores com cargas de até 150 toneladas estáticas e 50 toneladas dinâmicas, que comportam uma infraestrutura singular de ensaios mecânicos e trazem possibilidades incomparáveis de configurações bancadas para simulações ferroviárias e outras situações diversas”, complementa.

Ou seja, outros tipos de indústrias podem inovar por lá com toda a segurança de um laboratório bem preparado e os benefícios da certificação LEED Platinum, que atesta a sustentabilidade e a eficiência energética em suas operações.

Para conhecer as soluções que o Instituto Senai de Inovação tem para a indústria, clique aqui.

Fonte: G1

Comunicar erro
LINK NET

Comentários