Pelo terceiro dia, as forças de segurança procuram pela lancha que transportava o indigenista brasileiro e o jornalista britânico. A região foi apontada por Amarildo da Costa Oliveira, que confessou ter matado as vítimas. Equipes da Marinha e Defesa Civil de Atalaia do Norte dão apoio nas buscas em Atalaia do Norte
Rede Amazônica
As buscas pela embarcação que transportava o indigenista brasileiro Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, mortos no Amazonas, seguem neste sábado (18), no município de Atalaia do Norte, a 1.136 quilômetros de Manaus.
Na sexta-feira (17), as ações das forças de segurança encerraram no final da tarde. Equipes da Marinha e Defesa Civil de Atalaia do Norte, que dão apoio nas buscas, retornaram ao porto do município por volta das 15h45 (horário local).
A região onde as buscas se concentram foi apontada por Amarildo da Costa Oliveira, conhecido como "Pelado", que confessou o assassinato de Bruno e Dom em depoimento. Ele também indicou à polícia o local onde a embarcação foi afundada e a área onde os corpos das vítimas foram ocultados.
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Na quinta-feira (16), agentes da PF, Marinha e indígenas percorreram cerca de 12 km pelo Rio Itaquaí, nas proximidades da comunidade ribeirinha Cachoeira, mas não encontraram a lancha.
De acordo com a PF, um trabalho minucioso dos mergulhadores foi feito e as equipes de buscas utilizam garateias - equipamentos com ganchos - para tentar detectar a embarcação, que segue desaparecida.
Terceiro suspeito foragido
Um terceiro suspeito por envolvimento no crime, identificado como Jeferson da Silva Lima, vulgo “Pelado da Dinha”, teve a prisão decretada Justiça do Amazonas na noite desta sexta. Ele está foragido, segundo o boletim divulgado pela PF.
Os irmãos Amarildo da Costa – que confessou ser o crime na quarta (15) –, e Oseney da Costa de Oliveira também estão presos em Atalaia do Norte.
A PF e a Polícia Civil do Amazonas seguem em buscas da localização de “Pelado da Dinha” e solicitam apoio da população com informações sobre o paradeiro dele.
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Arte/g1
Restos mortais são de Dom Phillips
Ainda nesta sexta, a PF confirmou que os restos mortais encontrados na Amazônia na última quarta-feira (15) são do jornalista inglês Dom Phillips.
O resultado foi obtido a partir de análise da arcada dentária. A perícia precisa confirmar a identificação dos restos mortais do indigenista Bruno Araújo Pereira.
Envolvimento de mais suspeitos
Na quinta-feira (16), fontes informaram à GloboNews que a Polícia Federal investiga a participação de cinco suspeitos no caso.
Investigadores afirmaram que, até agora, há indícios mais fortes a respeito dos executores. Policiais ainda tentam reunir mais elementos sobre o suposto mandante do crime.
O número de suspeitos muda conforme novas provas são adicionadas à investigação.
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Motivação
A motivação do crime ainda é incerta, mas a polícia apura se há relação com a atividade de pesca ilegal e tráfico de drogas na região. Segunda maior terra indígena do país, o Vale do Javari é palco de conflitos típicos da Amazônia: desmatamento e avanço do garimpo.
Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", está detido desde 7 de junho. Segundo a polícia, ele foi visto por ribeirinhos, no dia do desaparecimento, em uma lancha logo atrás da embarcação de Pereira e Phillips. Os agentes encontraram vestígios de sangue no barco do suspeito, que vinha negando ter qualquer relação com o caso. Já Oseney, o "Dos Santos", foi preso temporariamente na terça-feira (14).
Na quarta-feira (15), além de confessar participação nos crimes, Amarildo também indicou onde afundou a embarcação que era usada por Bruno e Dom. O restos mortais foram achados a cerca de 3,1 km de distância de onde itens pessoais do indigenista e do jornalista, como cartão de saúde e notebook, haviam sido encontrados dias atrás.
Desaparecidos
Bruno e Phillips tinham sido vistos pela última vez na comunidade São Rafael, a cerca de 2 horas de lancha da sede de Atalaia do Norte e próxima à Terra Indígena Vale do Javari. A reserva é palco de conflitos relacionados ao tráfico de drogas, roubo de madeira e garimpo ilegal.
A procura pelos dois teve início no próprio domingo do desaparecimento, dia 5 de junho, por integrantes da Univaja. Como não conseguiram localizá-los, acionaram as autoridades, que passaram a procurá-los a partir do dia seguinte. As buscas envolveram o Exército, a Marinha, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) e a PF, além de cerca de cem indígenas voluntários.
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