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O Assunto #678 a #682: Voto jovem - como incentivar, Centrão no topo com Bolsonaro, por que deu ruim Petrobras e Bolsonaro, o projeto de lei das Fake News, e os modos de Bolsonaro usar Braga Netto

Por PATRICIA em 09/04/2022 às 05:47:21

O Assunto é o podcast diário com Renata Lo Prete. Perdeu algum nesta semana? Aproveite o fim de semana para maratonar. Você pode ouvir O Assunto no g1, no Globoplay, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, no Deezer, na Amazon Music, no Hello You ou no aplicativo de sua preferência. Assine ou siga O Assunto, para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.

O Assunto é publicado de segunda a sexta-feira, mas você pode aproveitar o fim de semana para ouvir todos os episódios:

#678: Voto jovem - como e por que incentivar

O TSE vem intensificando, nas redes sociais, o esforço para estimular jovens de 16 e 17 anos a tirar o título de eleitor e comparecer às urnas em outubro — o que para eles é facultativo. Mas o resultado ainda está muito aquém do desejável, e o prazo se encerra em 4 de maio. Mesmo com artistas e influenciadores participando da mobilização, o levantamento mais recente do tribunal mostra que, em fevereiro, apenas 13,68% dos 6,1 milhões de brasileiros nessa faixa etária possuíam o documento. A ativista Helena Branco, 19, uma das criadoras da campanha #SeuVotoImporta, conta a Renata Lo Prete o que escuta de potenciais eleitores e quais argumentos podem convencê-los a participar do processo eleitoral. “O que nos move é o poder dos nossos milhões de votos, não a cobrança impositiva de que a gente carrega o peso dos rumos do país", resume. Ainda neste episódio, o consultor Maurício Moura, fundador do instituto de pesquisas Ideia, elenca fatores que influenciam o voto jovem e a disposição de se envolver na política.

#679: Centrão no topo e com Bolsonaro

As três siglas mais próximas do presidente emergem como principais vitoriosas da recém-encerrada temporada de trocas partidárias. O PL, ao qual ele é filiado, tem agora a maior bancada da Câmara dos Deputados. PP e Republicanos também registraram crescimento expressivo. Para além da completa volta por cima dada por legendas fortemente implicadas nos maiores escândalos de corrupção do passado recente, trata-se de um processo de consolidação da direita parlamentar e de um sinal inequívoco da destinação de seu investimento eleitoral. Esses políticos “apostam que Bolsonaro é o caminho mais seguro para a continuidade de benesses", diz Bruno Carazza, colunista do jornal Valor Econômico. Na conversa com Renata Lo Prete, ele analisa também a soma zero no campo da esquerda (apesar de um pequeno incremento no número de seus deputados, o PT caiu no ranking geral e ainda viu o encolhimento de aliados como o PSB) e a atrofia de partidos como MDB e PSDB, mais um reflexo do beco aparentemente sem saída em que está a chamada “terceira via”. A esta altura, avalia Bruno, a disputa presidencial é “um jogo de ganha-ganha” para personagens como Valdemar Costa Neto (dono do PL), Arthur Lira e Ciro Nogueira (caciques do PP). Ganham mais, claro, se Bolsonaro se reeleger. Mas qualquer outro também terá de se entender com eles.

#680: Bolsonaro e Petrobras - por que deu ruim

Depois de derrubar dois presidentes da estatal na tentativa de interferir nos preços dos combustíveis, Jair Bolsonaro se associou aos donos do PP no patrocínio ao nome do consultor Adriano Pires, que acabou abdicando da indicação de forma constrangedora. Assim como já fizera Rodolfo Landim, que seria alçado ao comando do Conselho de Administração, Pires saiu de cena antes que viesse a público a varredura da Petrobras nos currículos de ambos, mostrando conflito flagrante de interesses (ligações estreitas com empresas privadas do setor de petróleo e gás). Em conversa com Renata Lo Prete, Maria Cristina Fernandes analisa “o consórcio” que promoveu a malsucedida iniciativa, destacando o movimento do presidente da Câmara, Arthur Lira, para reinserir o PP num espaço de poder do qual o partido foi excluído com a Operação Lava Jato. Lembrando o controle que Lira e aliados já exercem sobre o Orçamento da União, a colunista do Valor Econômico e comentarista da CBN resume: “O que resta? Voltar a dominar a Petrobras”, segunda maior empresa do país. Dentro dessa lógica, não espanta a contrariedade de Lira com o fiasco — nesta terça-feira, chegou a defender a mais do que improvável privatização da Petrobras. Já Bolsonaro, avalia Maria Cristina, não se abala com o impasse: “É o que ele sabe fazer: oposição ao próprio governo”. A jornalista também avalia os possíveis desfechos de uma situação com prazo apertado — no próximo dia 13, os acionistas se reúnem para definir o novo comando, que terá de passar pelo mesmo escrutínio que inviabilizou Adriano Pires.

#681: Fake News - o que muda com o projeto de lei

Desde o vale-tudo das eleições de 2018, instituições do Estado e organizações da sociedade buscam formas de combater a desinformação. No Congresso, o tema ganhou força a partir de uma CPI Mista instalada em 2019, mas seguidamente esbarrou em interesses econômicos e políticos conflitantes. Agora, a seis meses do primeiro turno, a Câmara está prestes a votar o PL 2630, que regula plataformas de mídia social com o anunciado propósito de conter a disseminação de notícias falsas. Embora ressaltando que “o PL, na verdade, trata pouco de desinformação", o professor da USP Pablo Ortellado enxerga avanços: “O público é beneficiado, principalmente pela moderação de conteúdo". Mas quem ganha mesmo com a versão atual do texto são os parlamentares, diz a Renata Lo Prete o colunista do jornal O Globo, pois a imunidade de que desfrutam é estendida à sua atuação nas plataformas, garantindo uma espécie de “passe livre” no meio digital. Participa ainda do episódio o repórter do Valor Econômico Raphael Di Cunto, que resgata a origem do projeto, explica o jogo de forças em torno dele e antecipa os próximos passos da tramitação.

#682: Braga Netto - modos de Bolsonaro usar

Em seguidos eventos, o presidente da República vem renovando os ataques a ministros do Supremo e os sinais de que não pretende se conformar com uma eventual derrota nas urnas em outubro. Faz parte do pacote o aceno permanente aos militares — como na cerimônia recente em que qualificou o Ministério da Defesa como superior aos demais “por ter a tropa na mão”. É da Defesa, aliás, que Jair Bolsonaro retirou o general da reserva recém-filiado ao PL dado como certo no posto de vice da chapa. Walter Braga Netto seria “uma espécie de Hamilton Mourão, porém fiel e sem agenda ou cabeça própria”, nas palavras de Christian Lynch, professor no Instituto de Estudos Políticos e Sociais da UERJ. E ainda renovaria o seguro anti-impeachment do presidente — assim como o vice atual, é uma figura que o Congresso não se animaria a instalar no Palácio do Planalto. Na conversa com Renata Lo Prete, Lynch passa em revista a trajetória de Braga Neto, que foi interventor federal no Rio de Janeiro durante o mandato de Michel Temer e teve atuação para lá de questionada como coordenador, na Casa Civil, do enfrentamento da pandemia. O cientista político avalia que as ameaças de Bolsonaro vieram para ficar. “Precisa encenar o tempo todo que teria o poder de dar um golpe”, diz ele, que prevê alta instabilidade em caso de fracasso do projeto reeleitoral.

O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Isabel Seta, Tiago Aguiar, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva, Thiago Kaczuroski, Eto Osclighter e Gustavo Honório. Apresentação: Renata Lo Prete.

O Assunto

Fonte: G1

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