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Na 'guerra' contra inflação, governo corta imposto sobre queijo e café, mas preocupa setores produtivos locais

Por PATRICIA em 22/03/2022 às 15:59:30

Associação Brasileira das Indústrias do Queijo (Abiq) e a Associação Brasileira da Indútsria do Café (Abic) falam em cenário preocupante no agronegócio. Importações da margarina, macarrão, açúcar cristal e óleo de soja também terão o imposto zerado. Queijo está entre os itens da cesta básica que terão imposto zerado para importação

Bloomberg Creative/Getty Images

O anúncio feito pelo governo federal sobre a redução a zero da alíquota de importação sobre o queijo e o café, na tentativa de diminuir a inflação no Brasil, já preocupa os setores produtivos desses alimentos no país.

Ao g1, a Associação Brasileira das Indústrias do Queijo (Abiq) e a Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) ressaltaram nesta terça-feira (22) que a medida torna o cenário do agronegócio preocupante.

"Certamente vai afetar toda a cadeia de produção no Brasil, desde os produtores de leite, distribuidores e indústrias que temos. No caso do queijo entrará mais a questão da mussarela, mas não vai chegar a curto prazo para o consumidor não. A crise já está afetando todos, mas essa medida afetará mais ainda o país", afirma Fábio Scarcelli, presidente da Abiq.

"Para as indústrias de café, a medida do governo em zerar o pagamento de impostos para a entrada de café no Brasil é muito preocupante. A indústria nacional seguirá pagando seus impostos enquanto a sua comercialização e os insumos da cadeia cafeeira continuarão sendo cotadas internacionalmente pelas bolsas de Nova York e de Londres. Isso faz com que tenhamos todos os cuidados para que o princípio da isonomia comercial não seja desalinhado", diz Celírio Inácio, diretor executivo da Abic.

Além do café e queijo, a margarina, macarrão, açúcar cristal e óleo de soja também estão na lista como os itens da cesta básica que mais pesam no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e que terão o imposto zerado. A decisão tomada pela Câmara de Comércio Exterior (Camex) do Ministério da Economia ainda precisa ser publicada para entrar em vigor, o que deve ocorrer na quarta-feira (23).

Em nota, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) afirmou que entende que o objetivo do governo federal em zerar o imposto de importação do óleo de cozinha até o fim do ano é aumentar a disponibilidade do produto no mercado e, consequentemente, gerar uma possível redução do preço do produto para o consumidor – mas sugeriu que a medida não deve resultar em queda de preços nas prateleiras.

"Na avaliação da entidade, não há falta de óleo de soja no mercado interno e os preços estão alinhados com a paridade internacional. Segundo as últimas projeções da Abiove, a produção de óleo de soja para a atual safra deve ficar na casa das 9,7 milhões de toneladas, volume superior ao registrado no ciclo anterior".

Atualmente, as alíquotas de importação em vigor para esses produtos variam entre 9% (café e óleo de soja) e 28% (queijo).

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O governo federal anunciou na segunda-feira (21) que vai zerar o imposto de importação do etanol até 31 de dezembro deste ano. Além do etanol, a medida também inclui eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos. A Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) criticou a redução do imposto.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, a medida pode baratear a gasolina nas bombas de combustível em até R$ 0,20 por litro. Mas essa redução pode não chegar ao consumidor, já que o cenário internacional continua instável, influenciando os preços dos combustíveis.

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Desde 2021, o governo adota uma série de medidas para tentar frear a escalada do preço dos combustíveis nos postos — uma situação que se agravou ainda mais desde que a Rússia, grande produtora de petróleo, invadiu a Ucrânia em fevereiro e foi alvo de retaliações comerciais dos Estados Unidos e da União Europeia.

O governo espera que a decisão ajude a baratear o litro do etanol comum e do etanol aditivado e ajude a conter a alta dos preços da gasolina — que, por lei, é misturada com uma parcela de etanol antes de chegar ao tanque dos veículos.

Fonte: G1

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