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Júri da Kiss: 6º dia de audiências terá dois sobreviventes e uma testemunha da defesa

Por PATRICIA em 06/12/2021 às 03:30:31

Juiz Orlando Faccini Neto determinou que júri irá ouvir três pessoas por dia, o que não havia sido definido anteriormente. Pessoas ouvidas nesta segunda (6) são arroladas ao processo pelo advogado de Elissandro Spohr. Uma das sobreviventes a falar é a esposa de Kiko. Julgamento do caso da boate Kiss entra no sexto dia de audiências

Juliano Verardi/Imprensa TJ-RS

O júri da boate Kiss será retomado às 9h desta segunda-feira (6) no Foro Central I, em Porto Alegre. Durante o sexto dia de audiências, serão ouvidos: a testemunha Stenio Rodrigues Fernandes e os sobreviventes Willian Renato Machado e Nathalia Daronch, todos arrolados pela defesa de Elissandro Spohr. Nathalia é esposa de Kiko.

AO VIVO: Acompanhe julgamento dos réus no caso Kiss

O juiz Orlando Faccini Neto, que preside as sessões, determinou que, a partir de agora, três pessoas serão ouvidas por dia. Durante conversas com jornalistas no intervalo, o magistrado disse ser difícil projetar alguma data para o encerramento das oitivas com testemunhas e sobreviventes.

No domingo (5), três pessoas prestaram depoimento. A testemunha Tiago Mutti, sócio de empresa que originou a Kiss, foi convertida a informante porque responde a um processo por falsidade ideológica relacionado à boate.

O sobrevivente Delvani Brondani Rosso falou sobre o momento do incêndio, a perda de amigos e das lesões sofridas na tragédia. O jovem tirou a camiseta e mostrou cicatrizes nas costas.

"Quando eu fui caindo, fui me despedindo... da minha família, dos meus amigos. Pedi perdão", disse.

Sobrevivente da Boate Kiss se emociona durante depoimento

Já a ex-segurança da boate Doralina Peres, a última a ser ouvido no domingo, detalhou como era a organização da entrada de público na Kiss. A sobrevivente relatou que desmaiou enquanto tentava sair da boate e não lembra de muita coisa.

"Lembro de muito grito, muita confusão", disse.

Segundo o Tribunal de Justiça, já foram ouvidas 16 pessoas (10 sobreviventes, quatro testemunhas e dois informantes). Ainda restam 13 pessoas: dois sobreviventes e 11 testemunhas.

O que disseram os sobreviventes

Kátia: 'comecei a gritar que não queria morrer', diz ex-funcionária que teve corpo queimado

Kelen: 'última vez que corri foi para tentar me salvar', diz sobrevivente que teve perna amputada

Emanuel: 'não soou alarme', conta sobrevivente especialista em prevenção de incêndio

Jéssica: 'vi quando pegou a faísca', conta sobrevivente que perdeu irmão

Lucas: 'eu desmaiei, fui muito pisoteado', diz DJ da boate

Érico: 'ajudei até o final', conta barman que ajudou no socorro às vítimas

Maike: 'parecia que estava respirando fogo'

Cristiane: 'aquilo era um filme de terror'

Delvani: 'fui caindo e me despedindo da minha família'

Doralina: 'lembro de muito grito, muita confusão', diz ex-segurança

O que disseram as testemunhas

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Testemunha é convertida em informante por responder a processo por falsidade ideológica ligado à boate

Quem são os réus?

Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, 38 anos, era um dos sócios da boate

Mauro Lodeiro Hoffmann, 56 anos, era outro sócio da Boate Kiss

Marcelo de Jesus dos Santos, 41 anos, músico da banda Gurizada Fandangueira

Luciano Augusto Bonilha Leão, 44 anos, era produtor musical e auxiliar de palco da banda

Entenda o caso

Os quatro réus são julgados por 242 homicídios consumados e 636 tentativas (artigo 21 do Código Penal). Na denúncia, o Ministério Público havia incluído duas qualificadoras — por motivo torpe e com emprego de fogo —, que aumentariam a pena. Porém, a Justiça retirou essas qualificadoras e converteu para homicídios simples.

Para o MP-RS, Kiko e Mauro são responsáveis pelos crimes e assumiram o risco de matar por terem usado "em paredes e no teto da boate espuma altamente inflamável e sem indicação técnica de uso, contratando o show descrito, que sabiam incluir exibições com fogos de artifício, mantendo a casa noturna superlotada, sem condições de evacuação e segurança contra fatos dessa natureza, bem como equipe de funcionários sem treinamento obrigatório, além de prévia e genericamente ordenarem aos seguranças que impedissem a saída de pessoas do recinto sem pagamento das despesas de consumo na boate".

Já Marcelo e Luciano foram apontados como responsáveis porque "adquiriram e acionaram fogos de artifício (...), que sabiam se destinar a uso em ambientes externos, e direcionaram este último, aceso, para o teto da boate, que distava poucos centímetros do artefato, dando início à queima do revestimento inflamável e saindo do local sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, já que tinham acesso fácil ao sistema de som da boate".

VÍDEOS: Caso Kiss

Fonte: G1

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